Brasília, sexta-feira, 20 de abril de 2012 - 17:12
REDUÇÃO DE TAXAS
Para CTB redução dos juros é positiva, porém insuficiente
Por: Wagner Gomes* |
A iniciativa anunciada nesta quarta-feira (18), pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 75 pontos básicos, para 9% ao ano, é positiva, mas ainda insuficiente e conservadora. O Brasil segue sendo um campeão mundial dos juros altos e o Banco Central já emitiu sinais de que não pretende promover novas reduções.
A CTB continuará lutando para que os juros recuem aos níveis praticados por países com grau de desenvolvimento comparável, onde em geral a taxa real (descontada a inflação) oscila em torno de 1%. A Selic tem forte impacto sobre o orçamento público na medida em que serve de base à remuneração dos títulos emitidos pelo governo.
A prevalência de juros altos resulta numa brutal transferência de renda do conjunto da sociedade para a oligarquia financeira, em detrimento dos investimentos em infraestrutura, saúde, educação, habitação, entre outros.
O Orçamento da União para 2012 destina 47% dos recursos para pagamento e refinanciamento da dívida. Já o superávit primário (contingenciamento de verbas para pagar juros) chegou a R$ 128,7 bilhões em 2011 e deve alcançar cerca de R$ 140 bilhões até o final deste ano.
Por isto, falta dinheiro para melhorar a vida de aposentados e professores, viabilizar e fortalecer o SUS, melhorar a educação pública e contemplar outras demandas dos movimentos sociais.
Além dos juros básicos, a economia brasileira sofre com a agiotagem praticada pelo sistema bancário através do spread, a diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e as taxas de juros cobradas nos empréstimos concedidos a consumidores e empresas.
Em algumas modalidades de crédito, como cartão e cheque especial, a banca chega a impor juros superiores a 200% ao ano, um despautério que restringe e sabota o crescimento da produção e do consumo.
Não há explicação técnica para o spread absurdo, conforme denunciou a presidente Dilma. Reflete a ganância sem limites e a falta de compromisso dos banqueiros com o desenvolvimento nacional.
Isto ficou mais claro depois da iniciativa dos bancos públicos, induzida pelo governo, de reduzir suas taxas, o que está forçando a banca privada a adotar procedimento semelhante para não perder clientes.
Parece evidente que as taxas de juros praticadas no Brasil (não só a básica) podem e devem continuar caindo. É indispensável ampliar a mobilização social e as pressões para transformar esta possibilidade em realidade.
(*) Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
Últimas notícias
ENSINO SUPERIOR: Conquistas que valem a pena e valorizam a luta
8/9 - 12:20 |
A “morte por desespero” no Brasil: face oculta do neoliberalismo
8/9 - 11:51 |
Aragarças, Jacareacanga, 1964, 8 de janeiro e anistia
5/9 - 16:25 |
Aberto prazo para manifestação de oposição no Ensino Superior
28/8 - 17:45 |
SAEP abre prazo para oposição à contribuição assistencial
Notícias relacionadas
SAEP convoca para 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres
28/4 - 17:47 |
1º de maio: Brasília terá marcha para levar reivindicações a Lula
26/4 - 18:3 |
SAEP e Sindepes negociam para fechar Convenção e reajustar salário
20/3 - 16:41 |
Contra juros na lua, centrais protestam em Dia Nacional de Mobilização por Mais Empregos
13/3 - 10:27 |
8 de março: Flora Lassance: Ser mulher vale a pena; mas é preciso lutar