Brasília, quinta-feira, 2 de maio de 2024 - 20:24 | Atualizado em: 13 de maio de 2024 - 7:57
Colégio identifica e pune alunos envolvidos em caso de racismo
Aos alunos que sofreram as agressões, nosso apoio para que superem o trauma e recuperem a autoestima, pois não mal algum em ser pobre, negro e filho de empregada doméstica
![](/edit/textos/ImgUpload/ano2024/mes5/Goldaeducacao-202452202742.jpg)
A apuração interna se deu por análise de imagens de câmeras de segurança e entrevistas com 57 pessoas ligadas ao evento de futsal do dia 3 de abril, no Colégio Galois. Com o trabalho, foram identificados entre os “possíveis envolvidos” no caso de racismo 10 alunos.
“Foram dias exaustivos de levantamentos, escutas e reuniões. Tudo realizado com muita prudência, sempre assessorados por nossos consultores jurídicos e respaldados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pois as questões trazem consequências para os menores", está escrito na nota oficial da instituição.
Familiares desses estudantes também foram ouvidos. A avaliação colegiada do Comitê de Diversidade e Inclusão, formado por especialistas pedagógicos, foi passada ao presidente do processo e aos advogados educacionais que concluíram pela notificação dos 10 estudantes “por condutas que variam entre insultos racistas, insultos classistas e manifestações acaloradas”.
Desses, 5 alunos pediram o desligamento do Colégio. Os que permaneceram receberam medidas pedagógicas éticas e disciplinares. De acordo com o Galois, foram definidas sanções a serem aplicadas de modo escalonado conforme a gravidade dos atos praticados, seja a mera participação, apoio ou incentivo, chegando até a conduta da injúria em si.
“Dentre os que seguiram no processo: houve desligamentos, a alguns foram imputadas medidas pedagógicas éticas e disciplinares e outros o Conselho julgou que não cabia penalidades por não estar comprovado o envolvimento”, afirmou o Galois.
Por se tratar de menores de idade, todos os trâmites foram concretizados com a garantia do anonimato e sigilo das informações.
O resultado da investigação será encaminhado à PCDF (Polícia Civil do Distrito Federal), SEE (Secretaria de Educação), MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e à Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima.
Conscientização para futuro
Para o SAEP, promover o combate ao racismo ou qualquer outro tipo de preconceito é responsabilidade de toda a sociedade. E quaisquer práticas nesse sentido devem ser, imediatamente, repelidas, conforme a legislação vigente assegura.
Como Trabalhadores e educadores, nosso compromisso é ainda maior na conscientização e na formação dos futuros adultos que irão ocupar espaços profissionais e assumir papéis sociais diversos.
Nesse sentido, é bem vista a iniciativa do Galois que, prontamente, atuou para coibir o racismo dentro da instituição, tendo mobilizado o corpo docente e implantado programas como o Comitê de Diversidade e Inclusão e a Diretoria de Direitos Humanos, Inclusão e Diversidade, além de ter reformulado o Manual de Conduta da escola.
Que o triste episódio sirva para a reeducação de muitos jovens, como exemplo prático de que não há privilegiados quando o assunto é racismo. Vitória importante contra o racismo e outras formas de preconceitos.
Aos alunos que sofreram as agressões, nosso apoio para que superem o trauma e recuperem a autoestima, pois não mal algum em ser pobre, negro e filho de empregada doméstica. O mal está no preconceito, que demonstra visão de mundo atrasada, precária e ignorante, por imaginar e publicizar essas anomalias sociais.
Últimas notícias
Negociações Coletivas 2025: Lançamento da campanha ‘Lutar no presente é construir o futuro da educação’
3/2 - 17:47 |
Desafios das negociações coletivas
28/1 - 19:13 |
Escravidão contemporânea: identificar e combater
28/1 - 19:5 |
21 anos da Chacina de Unaí
27/1 - 19:6 |
Em 2024, 85% das negociações coletivas resultaram em aumento real de salários