O Dia Internacional de Combate à Corrupção, 9 de dezembro, foi marcado por um grande ato público em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo do Distrito Federal, pelo afastamento do governador José Roberto Arruda (DEM), acusado de comandar um esquema de distribuição de propina a parlamentares e aliados.

Mais de mil pessoas, entre elas, estudantes, sindicalistas, representantes de movimentos sociais e sociedade civil, participaram do protesto que durou cerca de cinco horas.

Durante o ato pelo impeachment de Arruda, houve confronto com a Polícia Militar que agiu com violência. Para dispersar os manifestantes, a PM usou bombas de efeito moral, gás de pimenta, balas de borracha e cassetetes contra a multidão.

Várias pessoas que participavam do protesto saíram feridas, uma delas foi até pisoteada pela cavalaria da PM e outra levada ao gramado central e agredida por policiais.

A confusão começou logo após os manifestantes bloquearem duas pistas do Eixo Monumental, uma das principais vias da capital. Os policiais expulsaram os manifestantes da via pública, que foi, então, bloqueada por eles.

Segundo a PM, 400 policiais participaram da operação. Os agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) também estavam no local.

Arruda já foi abandonado por cinco partidos políticos, pode ser expulso pelo seu atual partido, o DEM, e é alvo de três pedidos, por enquanto, de impeachment de uma campanha que cresce a cada dia.

O escândalo político no DF ficou conhecido como mensalão do Democratas, por ter vários políticos do partido envolvidos no esquema, e divulgado pela Polícia Federal como Operação Caixa de Pandora.

Para sábado (12), está prevista uma carreata, que sairá às 9h, do Estádio Mané Garrincha, com destino à residência oficial do governador, em Águas Claras.

Opinião do SAEP
As denúncias que comprometem o governo Arruda (DEM) não nos surpreende, pois ele é cria de Joaquim Roriz, que governou Brasília sob esse esquema de corrupção e desvio de recursos públicos, a partir de contratos superfaturados.

A população de Brasília não merece continuar sob um governo anti-democrático, que privatiza e sucateia os serviços públicos, não governa para a maioria e, agora, revela-se corrupto.

Esses episódios demonstram, mais uma vez, a necessidade de uma profunda reforma política no País, inclusive com financiamento público das campanhas eleitorais-partidárias, a fim de coibir que o poder do dinheiro se sobreponha nos resultados eleitorais.

A população de Brasília, às vésperas de comemorar os 50 anos da Capital Federal, está perplexa e indignada, e exige o imediato afastamento de todos os envolvidos nas falcatruas.