Com o objetivo de buscar a valorização dos auxiliares de educação da Universidade Paulista (Unip) e do Centro Universitário Planalto do Distrito Federal (Uniplan), a diretoria do SAEP elaborou e encaminhou minuta de Acordo Coletivo de Trabalho para direção das instituições.

Além dos representantes dos empregadores, o documento também foi encaminhado, nesta terça-feira (5), para os auxiliares de ensino da Unip/Uniplan, para conhecimento, com pedido de participação dos trabalhadores na formulação das reivindicações.

Foram várias denúncias e reivindicações enviadas ao Sindicato pelos auxiliares de educação das instituições de ensino superior.

Em razão dessas demandas reivindicadas pelos trabalhadores, a diretoria do SAEP se reuniu ainda em setembro, no dia 30, com representantes da direção da Unip e do vice-reitor da universidade, Yugo Okida, que não pode participar da reunião,  para tratar dessas pendências.

Reunião na Unip
Na reunião realizada com os representantes da Unip/Uniplan os diretores do SAEP discutiram o levantamento feito pelo Sindicato das reivindicações dos trabalhadores da instituição.

Veja os principais pontos discutidos:

- auxílio-alimentação: uma das principais reivindicações dos auxiliares é o auxílio-alimentação. Questionados pelo Sindicato, os representantes da Unip disseram não poder dar nenhuma resposta em relação ao benefício, pois isso depende de instâncias superiores;

- desmotivação do trabalhador: o SAEP sugeriu que seja realizada pela instituição pesquisa com os auxiliares para saber quais as principais insatisfações dos trabalhadores;

- vale-transporte: os novos contratados pela Unip pagam o transporte do próprio bolso no primeiro mês. Os representantes da instituição afirmaram que já estão sendo pagos o retroativo a todos os auxiliares;

- vigilante: a Unip exige curso de formação ao trabalhador e paga salário abaixo do piso para a função. O SAEP entende que o vigilante tem direito a salário maior, pois, além do ensino médio, é exigido curso específico para a função. Esta é uma das cláusulas do acordo coletivo, que também questiona o fato de se exigir curso de reciclagem do vigilante e ser o próprio empregado a pagar o curso;

- Banco de Horas: o Sindicato propôs a compensação de 1 hora e meia a cada 1 hora do Banco de Horas. Os diretores do SAEP também esclareceram que as instituições de ensino são obrigadas a fornecer, trimestralmente, extrato detalhado do banco para todos os auxiliares de ensino;

- bolsa de estudos: o SAEP pede a ampliação da bolsa de estudos para 100% para todos os auxiliares da instituição;

- auxiliar é contratado para trabalhar em uma instituição e trabalha em outra, no entanto, não tem direito a bolsa de estudos na instituição que trabalha, pois seu contrato é de outra;

- trabalhador cobre férias de supervisor, porém, não recebe esse período como supervisor;

- desvio de função; e

- trabalhadores sobrecarregados, falta contratação.

O diretor do SAEP Mário Lacerda disse que toda a conversa com os representantes da Unip/Uniplan foi no sentido de valorização do trabalhador.

No entanto, houve em alguns momentos falta de compreensão e boa vontade por parte da direção da universidade.

"Se estiver na convenção a gente cumpre. Agora vocês não conseguem colocar na convenção e querem criar um acordo coletivo", disse um dos representantes da Unip.

Diante disso, Lacerda explicou que "o acordo não é para desmerecer a convenção, pelo contrário, se a convenção fosse melhor, buscaríamos um acordo melhor ainda, para valorizar o trabalhador".

Ainda na reunião, os representantes da universidade se comprometeram em levar o acordo coletivo para a direção da Unip no sentido positivo, ou seja, intervir pela aprovação de um acordo para os trabalhadores.

Após resposta da direção da Unip/Uniplan em relação ao acordo coletivo, uma nova reunião será marcada para negociar o documento.