OAB diz que reforma política quer impedir crescimento da esquerda

Brasília-DF, segunda-feira, 29 de abril de 2024


Brasília, terça-feira, 7 de julho de 2015 - 10:20

PEQUENOS PARTIDOS

OAB diz que reforma política quer impedir crescimento da esquerda


Fonte: Portal Vermelho

Foram citados pontos preocupantes a proibição de acesso ao horário eleitoral e à propaganda em TV e rádio para quem não tiver representação no Congresso, assim como a restrição de acesso ao Fundo Partidário

Divulgação
Na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, discutiu nesta segunda-feira, (6) a reforma política sob a ótica dos pequenos partidos, o representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, disse acreditar que a proposta, em análise na Câmara dos Deputados, busca "extinguir a possibilidade do crescimento de uma nova esquerda no país".

 "A esquerda vem crescendo em países como a Grécia, a Espanha, como uma resposta à direita representada por governos como o de James Cameron na Inglaterra", observou Cezar Britto, que também já foi presidente do Conselho Federal da OAB.

Ele citou como pontos preocupantes a proibição de acesso ao horário eleitoral e à propaganda em TV e rádio para quem não tiver representação no Congresso, assim como a restrição de acesso ao Fundo Partidário.

"A atual legislação já é restritiva nestes aspectos aos pequenos partidos ideológicos. Mas agora querem transformar o restritivo em ´extinguivo´", disse.

Cezar Britto também mencionou como "extremamente preocupante" a proposta de diminuição do tempo das campanhas eleitorais e cláusulas de barreira ligadas a critérios geográficos num país continental como o Brasil. "Me preocupa muito o estímulo a uma sociedade calada", afirmou.

"Legendas de aluguel"

Para o representante da OAB, se o objetivo é diminuir o campo de atuação das chamadas "legendas de aluguel", bastaria vedar a cessão do tempo de TV e de rádio nas coligações, proposta defendida pela entidade.

Cezar Britto afirmou que a reforma política faz parte de uma "ofensiva da direita", representada também por propostas como a ampliação da terceirização, a rediscussão do conceito de "trabalho escravo" e o combate a mais direitos para grupos como o dos homossexuais.

 Ele ainda criticou a legalização do financiamento privado de campanhas. "Empresa não é povo, ela não vota. Ela não financia candidatos por preferência, ela faz um investimento que custa muito caro para a sociedade depois", alertou.

Em sua avaliação, seria também uma "ironia" o fato de sindicatos e associações sem fins lucrativos continuarem proibidos de financiar ou apoiar candidaturas, enquanto essa possibilidade continuaria aberta para as grandes empresas.

Brito defendeu a análise pelo Congresso da proposta apresentada pela OAB, que estabelece cotas para a representação feminina no Congresso (50%), além de aumentar o Fundo Partidário para partidos que tenham mais negros e trabalhadores eleitos.

A proposta da OAB limita a R$700 o valor que um cidadão pode doar para ajudar o candidato de sua preferência, estabelece o voto em lista nas eleições proporcionais e prevê a realização de mais plebiscitos e referendos para as decisões sobre políticas públicas.

Outras manifestações

O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), permitiu a manifestação de outras pessoas presente na audiência pública. O ex-deputado federal Ciro Gadelha, do PSTU, criticou a proposta analisada pela Câmara, afirmando tratar-se de um "escárnio". "As legendas de aluguel irão continuar. Só os partidos ideológicos serão calados", afirmou.

Amanda Gurgel, vereadora pelo PSTU em Natal (RN), também defendeu a continuidade de acesso à TV e ao rádio para os partidos pequenos. "Deixem a gente falar e deixem a população decidir se querem votar na gente ou não", defendeu.









Últimas notícias

Notícias relacionadas



REDES SOCIAIS
Facebook Instagram

Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal

SCS Quadra 1, Bloco K, Edifício Denasa, Sala 1304,
Brasília-DF, CEP 71398-900 Telefone (61) 3034-8685
recp.saepdf@gmail.com