Brasília, sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023 - 15:7 | Atualizado em: 6 de março de 2023 - 10:24
Governo propõe mínimo de R$ 1.320, centrais querem R$ 1.343
Fonte: https://www.diap.org.br/index.php/noticias/agencia-diap/91249-governo-propoe-minimo-de-r-1-320-centrais-defendem-r-1-343
O governo anunciou, nesta semana, que em maio pode entrar em vigor novo valor do salário mínimo de R$ 1.320, isto é, com ganho real, depois de 4 anos com o piso nacional congelado pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O valor do piso atual é o do governo anterior — R$ 1.302.
Esse novo reajuste deve ocorrer a partir de 1º de maio, Dia do Trabalhador, cujo aumento real significa 1,3% em relação aos atuais R$ 1.302.
Sem política de valorização permanente desde 2019, o piso é negociado ano a ano entre Poder Executivo, Congresso Nacional e centrais sindicais durante a discussão do projeto de lei orçamentária.
Todavia, as centrais sindicais discordam do valor proposto pelo governo e propõem piso mais elevado, de entre R$ 1.343 e R$ 1.382.
CTB
A proposta do governo “fere as expectativas do movimento sindical. Não dá para silenciar diante dos fatos e nós não devemos nos calar. Primeiro que os R$ 1.320 contradizem aquilo que nós sugerimos em manifesto do Fórum Unitário das Centrais. Ainda que nós não tivéssemos a possibilidade de recuperar todo o prejuízo causado pelo governo Bolsonaro já no primeiro ano do governo Lula, quando sugerimos R$ 1.343, nós estávamos considerando que pelo menos repor a inflação e a variação do PIB dos últimos dois anos seria necessário para inaugurar aquilo que o governo propôs.”
“O salário mínimo vigente no Brasil está anos-luz de distância do que deveria ser, com base no cálculo do Dieese (R$ 6.641,58). Temos que considerar o estágio de profunda desigualdade em que estamos, com uma realidade que assusta a milhões de famílias, dada a insegurança alimentar e o flagelo social. É urgente que o governo tome para si essa bandeira fundamental que foi utilizada como moeda forte na campanha”, rememorou o presidente da central, Adilson Araújo.
Força Sindical
Em nota, a Força Sindical entende que “valorizar o piso nacional é uma ótima oportunidade de o governo federal demonstrar sensibilidade social e contribuir para distribuir renda e diminuir as desigualdades no País.”
“Assim como, a tabela do Imposto de Renda, com defasagem que chega 148%, deve ter uma correção justa e progressiva.”
CUT
Central vai além e propõe que piso nacional tenha reajuste de 6,2%. “Os cálculos do Dieese mostram que, se o Programa de Valorização do Salário Mínimo não tivesse sido interrompido, hoje valor deveria ser de R$ 1.382,71. O que significa uma valorização de 6,2%.”
“A retomada do crescimento econômico só se dará com uma política consistente de valorização salarial. É a força dos trabalhadores que movimenta a economia brasileira”, defende a central.
CSB
“A Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) considera positivo o anúncio do presidente Lula em que confirma o reajuste do salário mínimo para R$ 1.320 e a atualização de 38% da tabela de imposto de renda para pessoas físicas (IRPF).”
“São importantes conquistas para a classe trabalhadora após anos de constantes ataques e de arrocho salarial provocada pelo congelamento da tabela que onera milhões de trabalhadores. Apesar de reconhecermos a importância do anúncio, entendemos que é preciso ir além.”
Salário necessário
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo ideal ou indispensável para atender às necessidades de família de 4 pessoas seria de R$ 6.641,58, em janeiro.
Este valor é feito segundo cálculos da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Dieese.
O valor sugerido corresponde a 5,2 vezes o piso federal atual, de R$ 1.302.
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