Brasília, quinta-feira, 20 de maio de 2010 - 14:48
AÇÃO SINDICAL
UCB apóia auxílio alimentação para trabalhadores
Por: Daiana Lima
Reitor diz que é interesse da instituição conceder o benefício, mas precisa estar na convenção coletiva; reivindicação faz parte da pauta de negociação do ensino superior

"Essa é a nossa vontade e a nossa preocupação", afirmou o reitor da Universidade Católica de Brasília (UCB), Pe. José Romualdo Degasperi, em reunião com a diretoria do SAEP, se referindo à implementação do auxílio alimentação para os auxiliares de administração escolar da instituição.
O encontro aconteceu, na última quarta-feira (19), no campus de Taguatinga.
Pe. Romualdo Degasperi disse, ainda, que a instituição já tentou fornecer o benefício, mas, sempre esbarra na legislação.
"No começo, pensamos em um restaurante comunitário, aí nos informaram que seria entendido como salário indireto, então, voltamos à estaca zero. Seria bom se isso fosse negociado na convenção coletiva", ressaltou o reitor.
O diretor do SAEP, Mário Lacerda, informou que essa é uma das maiores reivindicações da categoria e que está sendo discutida na negociação da CCT 2010 do ensino superior.
"É importante ter o apoio da [Universidade] Católica nessa reivindicação. O auxilio alimentação é um benefício para todos, pois aumenta a produtividade e em pouco espaço de tempo é absorvido pela instituição", observou Lacerda.
Banco de Horas
O diretor de comunicação do SAEP, Edimar de Souza Lopes, relatou que há reclamações quanto a compensação do Banco de Horas.
"Algumas pessoas reclamam que tem horas para tirar e quando precisam de folga não são liberadas. Como aconteceu em um evento da instituição, que os vigilantes foram convocados para trabalhar outro período direto para, depois, tirar folga. Não foi o que aconteceu, essas horas foram para o banco", critica Edimar.
Um dos representantes da UCB disse que é preciso ter um consenso geral quanto às folgas e que o Banco de Horas é muito flexível.
"Eu te libero a hora que eu posso te liberar, há um interesse do conjunto. Eu vejo o Banco de Horas como um benefício para os colaboradores", alegou.
Desse modo, o diretor do SAEP Mário Lacerda propôs que seja definido o limite para a compensação das horas do banco.
"Se não puder liberar naquela data pedida, que sejam propostas outras dadas, num prazo limite para compensação de quinze dias".
Os representantes da UCB aceitaram o acordo.
Bolsa de estudos
Outra reclamação dos auxiliares de educação da UCB, pontuada pelo diretor do SAEP, Edimar Lopes, é sobre a bolsa de estudos que é oferecida só a partir de um ano de trabalho na instituição.
"A convenção estabelece que seja oferecida a bolsa de estudos a partir de seis meses", ressalta Lopes.
"A única instituição que está tendo problema com o cumprimento dessa cláusula é a Católica", informou o diretor financeiro do SAEP, Idenes de Jesus.
"Nós sempre fomos muito além, nós concedemos bolsa do colégio ao doutorado, mesmo não estando em convenção. O problema é que a convenção tem que vir mais clara, porque há uma interpretação do jurídico da instituição", afirmou o reitor da UCB, Pe. Romualdo.
O representante da UCB disse, ainda, ter sido informado que a bolsa de estudos não é uma cláusula consensual nas negociações da CCT 2010.
A presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, explicou sobre as negociações da convenção do ensino superior e esclareceu a informação.
"Essa informação não é verídica, nunca tivemos problema com o benefício da bolsa de estudos. O que estamos tentando esse ano, além de ampliar o benefício para 100%, é implementar o direito de o auxiliar ter bolsa de estudos em outra instituição", disse Maria.
Horário de almoço
Mesmo com a afirmação dos representantes da UCB de que nunca houve orientação da coordenação para negar o direito dos vigilantes do horário de almoço, o SAEP registrou várias denúncias de que esse direito foi negado aos trabalhadores.
"Eu trabalho aqui há seis anos e só agora, a partir do dia 16 de abril, que começamos a tirar horário de almoço. Tínhamos apenas quinze minutos, e muitas vezes, a gente estava almoçando e alguém ficava ligando", denunciou Edimar Souza.
Um representante da instituição diz não conhecer esse problema. "Aqui nunca teve essa orientação, horário de almoço é sagrado, o que acontecia é que esses 15 minutos não eram registrados, agora são", alegou.
Mário Lacerda, diretor do SAEP, pediu para que seja feito o levantamento dos últimos cinco anos e, se for confirmado, "é preciso ver o passivo desses trabalhadores, que é direito trabalhista".
Transporte de valores
O diretor financeiro do SAEP, Idenes de Jesus, questionou o fato de que "alguns vigilantes estão fazendo o transporte de valores, e isso não é permitido".
"Eu já trabalhei aqui e sei que os valores não são pequenos", afirmou Idenes.
Edimar de Souza lembra que "para o vigilante fazer o transporte de valores ele precisa ter um curso específico".
O representante jurídico da UCB disse que vai analisar a legislação e cumprir o que a lei permite. "Os valores são pequenos e nós preferimos não trabalhar com vigilância armada, porque isso aguça a periferia", informou o representante da instituição.
Ficou acertado que a UCB vai responder por escrito as reclamações feitas pela diretoria do SAEP.
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