Em reunião de Michel Temer com líderes da base governista da gestão interina na terça-feira (5) foi decidido retirar o caráter de urgência dos projetos que compõem o pacote anticorrupção elaborado pela presidenta afastada Dilma Rousseff.

"Ficou decidido que faremos um debate mais amplo, com audiências públicas", afirmou o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), que é investigado na operação Lava Jato.

O conjunto de medidas elaborado na gestão de Dilma ganhou "urgência" na véspera do afastamento da presidenta eleita, no mês passado, e foi alardeado como mais uma manifestação de compromisso da então oposição em dar continuidade às investigações de envolvidos em crimes de corrupção.

O projeto criado pelo governo Dilma após as manifestações de 2013 e lançado em 2015 sempre enfrentou grande resistência no Congresso Nacional. Entre as principais propostas do pacote, estão a criminalização do caixa dois em campanhas eleitorais e a tipificação do enriquecimento ilícito de servidores, sem comprovação de origem de patrimônio, como crime.

A decisão de retirar o projeto da fila de urgências foi tomada logo após reunião com o procurador geral, Rodrigo Janot, que convocou o encontro justamente para cobrar celeridade na aprovação das medidas.