UNE promete pressão para garantir meia-entrada na Copa do Mundo

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Brasília, segunda-feira, 25 de julho de 2011 - 14:49

ESTUDANTES

UNE promete pressão para garantir meia-entrada na Copa do Mundo


Fonte: Portal Vermelho

Pressão. Esta é a arma a que a União Nacional dos Estudantes (UNE) pretende recorrer para assegurar que o direito à meia-entrada não seja violado no Mundial de 2014

A minuta da Lei Geral da Copa, elaborada pelo Ministério do Esporte em acordo com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), estabelece que é desta entidade a responsabilidade de estipular o valor dos ingressos para as partidas, o que colocaria em risco o benefício conquistado por estudantes e por pessoas com 60 anos ou mais.

A minuta da Lei Geral da Copa, em análise na Casa Civil, apresenta regras para a organização do campeonato no Brasil em 2014, como distribuição de imagens para emissoras de televisão e proteção de produtos e marcas licenciados para o Mundial.

“Vamos nos preparar para nos mobilizar e defender nosso direito, se a gente enxergar que ele está ameaçado” afirmou o recém empossado presidente da UNE, Daniel Iliescu, que assumiu o cargo domingo (17).

Em entrevista a Terra Magazine, Iliescu afirmou que, se for necessário, a entidade organizará manifestações.

“Lembramos que a lei está em vigor e o evento da Fifa não pode ferir uma lei conquistada e aprovada nos municípios e estados brasileiros.Vamos nos relacionar ao poder público, com a pressão dos estudantes, de modo a exigir que nosso direito seja garantido.”

O novo presidente da União Nacional dos Estudantes preferiu a cautela ao comentar o posicionamento do Ministério do Esporte - comandado por Orlando Silva, um ex-presidente da UNE e filiado ao PCdoB, mesma legenda de que Iliescu faz parte.

“A UNE tem que ir a audiências públicas com todos os atores envolvidos, inclusive, com o Ministério do Esporte, para que a gente tenha condições de dialogar, ouvir e entender qual é, de fato, a opinião”, afirmou.

“A gente acabou de discutir sobre isso no congresso. Essa é a opinião da UNE até aqui: a de pressionar e dialogar com todos os atores. Por enquanto, não há desapontamento. Pelo contrário. A gente fica, de certa forma, até orgulhoso mantendo essa relação de independência e distanciamento necessário entre a UNE e o ministério”, explicou Iliescu.

Confira a entrevista:

Terra Magazine - Como a UNE pretende se posicionar em relação à questão?

Daniel Iliescu - A meia entrada é uma conquista histórica do País, da juventude e da UNE. Entendemos que é uma lei, que está em vigor em estados e municípios. Inclusive, desde a década de 90 pra cá, foi um novo ciclo destas leis de meia entrada no País inteiro.

Entendemos que todo e qualquer evento, internacional ou nacional, que seja em território brasileiro, tem que respeitar essa conquista.

É um direito conquistado para que o estudante tenha acesso à cultura, ao esporte, ao lazer, contribuindo para a educação do País.

Nossa interpretação é que a lei está em vigor e a Copa é um assunto muito importante para o País, não só do ponto de vista do esporte, mas por todo impacto social e econômico que gera.

Então, é um assunto de interesse nacional e a UNE também vai acompanhar. Nessa calourada, vamos promover debates nas universidade.

É um assunto que tem grande apelo entre os estudantes, e vamos nos preparar para nos mobilizar e defender nossos direitos, se a gente enxergar que ele está ameaçado.

T.M. - Você falou em assegurar esse direito. O que a UNE pretende fazer?

D.I. - O congresso da UNE terminou com uma resolução com muita força de que, no final de agosto, a gente convocará uma grande jornada de lutas.

Essa jornada tem como centro a bandeira dos 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para educação.

A UNE acabou de fazer um congresso que debateu uma série de temas para o País, desde educação a direitos humanos, economia, meio ambiente, saúde, cultura, esporte, sexualidade.

A conferência nacional vai abarcar um conjunto de discussões importantes. É uma plataforma da UNE.

Vamos apresentar essa plataforma aos estudantes para discussão nas calouradas, para a sociedade e para o governo, para os órgãos do poder público. Dentre isso, a gente vai estar discutindo a MP (Medida Provisória) da Copa.

O esporte começa a ganhar cada vez mais centralidade na vida do País, na agenda da sociedade, na agenda do Estado pela Copa e pelas Olimpíadas.

Achamos importante que toda sociedade civil organizada, de acordo com sua perspectiva, contribua para que o Brasil tire o maior saldo disso.

Entendemos que o Brasil deve ser beneficiado. A sociedade deve discutir sobre o legado da Copa e das Olimpíadas para que não sejam meros eventos comerciais, mas que consigam contribuir para um projeto de desenvolvimento do País, de inclusão da população e de geração de empregos.

T.M. - Mas em relação à meia entrada especificamente. Se realmente estiver ameaçada para a Copa de 2014, a UNE pretente tomar qual providência?

D.I. - Se amanhã a meia entrada estiver ameaçada, os estudantes vão se mobilizar e a UNE vai organizar manifestações em torno dessa bandeira, dentro também dessa reivindicação de mudanças na educação.

Agora, lembramos que a lei está em vigor e o evento da Fifa não pode ferir uma lei conquistada e aprovada nos municípios e estados brasileiros.

Vamos nos relacionar ao poder público, com a pressão dos estudantes, de modo a exigir que nosso direito seja garantido.

T.M. - O ministro do Esporte, Orlando Silva, teve uma trajetória no movimento estudantil, foi presidente da UNE. Como você vê o posicionamento dele nesse caso?

D.I. - A nota que eu vi do Ministério do Esporte fala dessa responsabilidade de estados e municípios de legislação.

E, de fato, isso confere. Mas vamos pressionar todos os agentes do poder público envolvidos, tanto dos estados e municípios quanto do próprio ministério, de que esse seja um direito garantido (meia entrada).

E também o Congresso Nacional, a quem cabe a aprovação da legislação sobre a Copa.
Vamos pressionar todos os atores públicos, desde o Ministério dos Esportes até os municípios das cidades-sede da Copa do Mundo.

T.M. - Mas provoca em vocês algum tipo de desapontamento?

D.I. - A UNE tem que ir a audiências públicas com todos os atores envolvidos, inclusive, com o Ministério do Esporte, para que a gente tenha condições de dialogar, ouvir e entender qual é de fato a opinião.

A gente acabou de discutir sobre isso no congresso da UNE. Essa é a opinião da UNE até aqui: a de pressionar e dialogar com todos os atores.

Por enquanto, não há desapontamento. Pelo contrário. A gente fica, de certa forma, até orgulhoso mantendo essa relação de independência e distanciamento necessário entre a UNE e o ministério.

Antes de eu assumir a presidência da UNE, eu me lembro de companheiros orgulhosos com a conquista das Olimpíadas no Brasil porque isso é o resultado da ação e do trabalho coordenado de muitas figuras, entre elas, o ex-presidente Lula e o ministro Orlando.

Não existe um desapontamento. Existe uma expectativa de que o trabalho seja muito bem feito, de que todos os atores do País somem esforços para que a gente faça uma Copa inesquecível, que o Brasil conquiste o título e que o País consiga ter legado disso, que consiga ter efeitos na economia e na condição social de sua população.

Investimentos em educação, em aparelhos culturais, democratizar o acesso ao esporte no País.

Desapontamento, felicitações só haverá ao final desse processo. Só em 2014, quando a Copa estiver concluída e esse caminho para que o Brasil se desenvolva também a partir do esporte estiver montado.

Aí, caberá um balanço sobre desapontamento, alegria por parte dos atores envolvidos. Nossa expectativa é que o trabalho seja bem feito.









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