Brasília, segunda-feira, 29 de setembro de 2014 - 14:39
REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Candidaturas de mulheres, índios e negros é insuficiente
Fonte: Contee
De acordo com levantamento, candidaturas têm campanhas subfinanciadas e menor tempo de exposição na mídia. Além disso, partidos privilegiam candidatos homens, brancos e que já assumiram algum cargo público
Uma pesquisa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) divulgada nesta sexta-feira (19) revela que mulheres e povos indígenas aparecem sub-representados nas candidaturas das eleições deste ano. A população negra, apesar de aparecer com um percentual considerado "expressivo" de candidatos, 44,2% do total, ainda esbarra em dificuldades para eleger representantes.
O levantamento analisou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), adotando critérios como raça/cor, unidade da Federação, partido político e cargo escolhido. O resultado foi apresentado durante o seminário "Desigualdades no Parlamento: Sub-representação e Reforma do Sistema Político", em Brasília.
De acordo com a publicação, a sub-representatividade de mulheres, negros e índios decorre de campanhas subfinanciadas, menor tempo de exposição na mídia, além de mecanismos dos partidos que privilegiam candidatos homens, brancos e que já assumiram algum cargo público.
Mulheres
Mesmo somando mais da metade da população brasileira (51,04%), o estudo aponta que as mulheres continuam sendo minoria: de um total de 25.919 candidatos registrados no TSE, apenas 30,7% são mulheres, das quais 16,5% são brancas e 14,2% são negras. Em 2010, as mulheres somavam 22,4% do total de candidatos.
Segundo o Inesc, a evolução na participação feminina está principalmente relacionada à exigência legal que prevê um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas.
"Enquanto crescem as candidaturas femininas, o número de mulheres eleitas ainda é muito baixo", avalia Guacira Oliveira, representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). Em 2010, as mulheres ocuparam 8,8% das vagas da Câmara dos Deputados e 14,8% das vagas do Senado.
Para Guacira, as representantes do sexo feminino ainda não disputam em igualdade de condições. "Hoje, um dos grandes valores que agregam e viabilizam uma candidatura é o fato de o pretendente já estar no poder. Ou seja, as mulheres são subfianciadas e têm menos espaço", conclui.
Negros
Em relação ao critério raça/cor, o levantamento aponta para uma sobrerrepresentação de brancos em todas as regiões do País, com 55% das candidaturas. Os candidatos negros representam 44,2% do total, número considerado expressivo.
Pretos e pardos aparecem proporcionalmente em maior número em partidos menores, como PCB, PCdoB, PCO, PSTU e Psol. Os negros representam 41% dos candidatos do PT; 37,7%, do PSB; 32,8%, do PSDB; e 26,5%, do PMDB.
Apesar de as candidaturas de negros terem sido consideradas significativas, o levantamento questiona os motivos que levam tão poucos negros a se eleger. "As candidaturas são bastante expressivas. O espaço já é concedido, mas o poder não é dividido. Não só nas eleições, mas em todos os espaços da sociedade. E a pesquisa espelha isso", diz Tatiana Dias Silva, técnica de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Tatiana também cita diferenças na distribuição dos recursos de campanha e no próprio apoio político oferecido aos candidatos dentro dos partidos.
Índios
Por sua vez, a representatividade indígena foi considerada inexpressiva. Dos cerca de 503.914 indígenas do País, apenas 83 são candidatos nas eleições deste ano, dos quais 27 são mulheres indígenas.
O levantamento revela maior interesse dos índios por cargos regionais, por estarem mais próximos do local onde vivem. As candidaturas estão concentradas nas vagas para deputado estadual (51) e deputado federal (24). Há ainda três candidaturas ao Senado e uma a vice-governador.
Os jovens, apesar de corresponderem a 51% da população brasileira, também aparecem sub-representados, com 6,8% das candidaturas.
O levantamento analisou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), adotando critérios como raça/cor, unidade da Federação, partido político e cargo escolhido. O resultado foi apresentado durante o seminário "Desigualdades no Parlamento: Sub-representação e Reforma do Sistema Político", em Brasília.
De acordo com a publicação, a sub-representatividade de mulheres, negros e índios decorre de campanhas subfinanciadas, menor tempo de exposição na mídia, além de mecanismos dos partidos que privilegiam candidatos homens, brancos e que já assumiram algum cargo público.
Mulheres
Mesmo somando mais da metade da população brasileira (51,04%), o estudo aponta que as mulheres continuam sendo minoria: de um total de 25.919 candidatos registrados no TSE, apenas 30,7% são mulheres, das quais 16,5% são brancas e 14,2% são negras. Em 2010, as mulheres somavam 22,4% do total de candidatos.
Segundo o Inesc, a evolução na participação feminina está principalmente relacionada à exigência legal que prevê um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas.
"Enquanto crescem as candidaturas femininas, o número de mulheres eleitas ainda é muito baixo", avalia Guacira Oliveira, representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). Em 2010, as mulheres ocuparam 8,8% das vagas da Câmara dos Deputados e 14,8% das vagas do Senado.
Para Guacira, as representantes do sexo feminino ainda não disputam em igualdade de condições. "Hoje, um dos grandes valores que agregam e viabilizam uma candidatura é o fato de o pretendente já estar no poder. Ou seja, as mulheres são subfianciadas e têm menos espaço", conclui.
Negros
Em relação ao critério raça/cor, o levantamento aponta para uma sobrerrepresentação de brancos em todas as regiões do País, com 55% das candidaturas. Os candidatos negros representam 44,2% do total, número considerado expressivo.
Pretos e pardos aparecem proporcionalmente em maior número em partidos menores, como PCB, PCdoB, PCO, PSTU e Psol. Os negros representam 41% dos candidatos do PT; 37,7%, do PSB; 32,8%, do PSDB; e 26,5%, do PMDB.
Apesar de as candidaturas de negros terem sido consideradas significativas, o levantamento questiona os motivos que levam tão poucos negros a se eleger. "As candidaturas são bastante expressivas. O espaço já é concedido, mas o poder não é dividido. Não só nas eleições, mas em todos os espaços da sociedade. E a pesquisa espelha isso", diz Tatiana Dias Silva, técnica de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Tatiana também cita diferenças na distribuição dos recursos de campanha e no próprio apoio político oferecido aos candidatos dentro dos partidos.
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