Brasília, quarta-feira, 26 de março de 2014 - 17:25
ECONOMIA
Dados positivos afastam temor de PIB negativo no primeiro trimestre
Fonte: Valor Econômico
Economista revisou de zero para uma alta de 0,5% a projeção para o crescimento do PIB do primeiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, depois de conhecidos os primeiros indicadores do período
O início de ano mais positivo do que o esperado contribuiu para prognósticos um pouco melhores para a atividade no primeiro trimestre, mas economistas não acreditam que a economia e o mercado de trabalho vão sustentar o ritmo observado entre janeiro e fevereiro.
Além da confiança em baixa, as incertezas presentes no cenário, como crise na Argentina, risco de racionamento de energia e os efeitos defasados do ciclo de aperto monetário em curso ainda são considerados entraves a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 acima dos 2,3% observado no ano passado.
"O ano começou bem melhor do que a visão que tínhamos dele no fim do ano passado", diz o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luiz Otávio de Souza Leal. "Mas não é um nível de atividade para comemorar porque ele continua baixo e os índices de confiança mostram que o desânimo se mantém", pondera.
Leal revisou de zero para uma alta de 0,5% a projeção para o crescimento do PIB do primeiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, depois de conhecidos os primeiros indicadores do período.
"O trimestre veio melhor que o esperado, mas ainda mantemos nossa projeção de um crescimento zero no trimestre", diz Thais Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados. Apesar da recuperação de janeiro, outubro e novembro do ano passado foram meses de atividade mais forte, o que desfavorece a comparação com este começo de ano, afirma Thais.
No último trimestre do ano passado, a economia avançou 0,7%, segundo o IBGE, mais do que o esperado por economistas. A alta foi puxada principalmente pelo setor de serviços, do lado da oferta, e pelos investimentos, pela ótica da demanda, embora o consumo das famílias também tenha dado contribuição positiva.
A LCA Consultores também mantém sua projeção, mas ela já estava acima da média do mercado - 0,5% sobre o quarto trimestre. Fabio Romão, economista da consultoria, não considera que o quadro bastante positivo de emprego e renda neste começo de ano seja mantido ao longo de 2014. Não virá do mercado de trabalho, portanto, um estímulo extra - antes não projetado - para a demanda.
Para ele, a renda real não vai crescer mais de 2% ao longo de 2014 e os dados de emprego merecem cautela. A criação de 260 mil novas vagas formais em fevereiro, 111% a mais do que em igual período do ano passado, foi impulsionada pelo Carnaval e em março ocorrerá o contrário, sobrando "dois meses razoáveis" nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), diz ele.
Os dados mais favoráveis do início do ano são "ilusórios e não convencem", afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. "A confiança está baixa, com alta de juros é inevitável que expansão do crédito desacelere e a inflação mais alta em março vai reduzir os ganhos de renda real", afirma o economista.
Após a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2013 e olhando para os indicadores do fim do ano passado, Fernando Rocha, economista e sócio da JGP Gestão de Recursos, chegou a estimar que poderia haver uma pequena contração no crescimento no início deste ano.
"Os números vieram melhores que o esperado e o cenário mais provável é um pequeno crescimento, entre 0,2% e 0,3%", observa Rocha, ressaltando que o Carnaval em março deixou fevereiro mais robusto e agora, talvez, parte da alta registrada no mês passado seja devolvida.
Esse início mais forte, contudo, não mudou o cenário da JGP para o ano. Rocha projeta perda de dinamismo na produção de automóveis (que afeta outros setores industriais), pelo lado da oferta, e investimento mais fraco, pelo lado da demanda. A dúvida sobre a oferta de energia, diz ele, pode constranger investimentos, que já serão afetados pela decisão de reduzir os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
No cenário traçado por Leal, do ABC Brasil, além da confiança, uma série de fatores atrapalham 2014. A crise na Argentina (que reduz a demanda por produtos brasileiros), a insegurança sobre a oferta de energia, o crescimento menor do salário mínimo, o aperto monetário, o risco de outro choque de alimentos e a intenção já anunciada de contenção do crédito dos bancos públicos compõem um quadro que limita o crescimento do PIB deste ano em uma faixa entre 1,5% e 2%. "Não vai ser de 1%, mas será próximo do ano passado", resume ele.
Além da confiança em baixa, as incertezas presentes no cenário, como crise na Argentina, risco de racionamento de energia e os efeitos defasados do ciclo de aperto monetário em curso ainda são considerados entraves a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014 acima dos 2,3% observado no ano passado.
"O ano começou bem melhor do que a visão que tínhamos dele no fim do ano passado", diz o economista-chefe do banco ABC Brasil, Luiz Otávio de Souza Leal. "Mas não é um nível de atividade para comemorar porque ele continua baixo e os índices de confiança mostram que o desânimo se mantém", pondera.
Leal revisou de zero para uma alta de 0,5% a projeção para o crescimento do PIB do primeiro trimestre, em relação aos três meses anteriores, depois de conhecidos os primeiros indicadores do período.
"O trimestre veio melhor que o esperado, mas ainda mantemos nossa projeção de um crescimento zero no trimestre", diz Thais Marzola Zara, economista-chefe da Rosenberg & Associados. Apesar da recuperação de janeiro, outubro e novembro do ano passado foram meses de atividade mais forte, o que desfavorece a comparação com este começo de ano, afirma Thais.
No último trimestre do ano passado, a economia avançou 0,7%, segundo o IBGE, mais do que o esperado por economistas. A alta foi puxada principalmente pelo setor de serviços, do lado da oferta, e pelos investimentos, pela ótica da demanda, embora o consumo das famílias também tenha dado contribuição positiva.
A LCA Consultores também mantém sua projeção, mas ela já estava acima da média do mercado - 0,5% sobre o quarto trimestre. Fabio Romão, economista da consultoria, não considera que o quadro bastante positivo de emprego e renda neste começo de ano seja mantido ao longo de 2014. Não virá do mercado de trabalho, portanto, um estímulo extra - antes não projetado - para a demanda.
Para ele, a renda real não vai crescer mais de 2% ao longo de 2014 e os dados de emprego merecem cautela. A criação de 260 mil novas vagas formais em fevereiro, 111% a mais do que em igual período do ano passado, foi impulsionada pelo Carnaval e em março ocorrerá o contrário, sobrando "dois meses razoáveis" nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), diz ele.
Os dados mais favoráveis do início do ano são "ilusórios e não convencem", afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. "A confiança está baixa, com alta de juros é inevitável que expansão do crédito desacelere e a inflação mais alta em março vai reduzir os ganhos de renda real", afirma o economista.
Após a divulgação do PIB do quarto trimestre de 2013 e olhando para os indicadores do fim do ano passado, Fernando Rocha, economista e sócio da JGP Gestão de Recursos, chegou a estimar que poderia haver uma pequena contração no crescimento no início deste ano.
"Os números vieram melhores que o esperado e o cenário mais provável é um pequeno crescimento, entre 0,2% e 0,3%", observa Rocha, ressaltando que o Carnaval em março deixou fevereiro mais robusto e agora, talvez, parte da alta registrada no mês passado seja devolvida.
Esse início mais forte, contudo, não mudou o cenário da JGP para o ano. Rocha projeta perda de dinamismo na produção de automóveis (que afeta outros setores industriais), pelo lado da oferta, e investimento mais fraco, pelo lado da demanda. A dúvida sobre a oferta de energia, diz ele, pode constranger investimentos, que já serão afetados pela decisão de reduzir os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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