Discriminação contra casal homossexual motiva protesto em Brasília

Brasília-DF, quarta-feira, 18 de junho de 2025


Brasília, segunda-feira, 25 de maio de 2009 - 12:19

HOMOFOBIA

Discriminação contra casal homossexual motiva protesto em Brasília


Fonte: Agência Brasil

Organizações do Movimento LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis) do Distrito Federal promoveram, neste sábado (23), um protesto contra a discriminação sofrida por um casal homossexual no último dia 14.

A manifestação ocorreu no Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Água Mineral.

As duas jovens vítimas de comentários sexistas feitos por uma usuária do parque não compareceram ao ato.

Segundo a estudante universitária Tamara Barreto, que diz ter presenciado o episódio, elas sequer reagiram às agressões verbais.

De acordo com Tamara, ela e mais duas amigas ouviram quando uma mulher começou a criticar as garotas que, apenas caminhavam de mãos dadas próximo a uma das piscinas do local.

Os comentários incomodaram Tamara, que repreendeu a mulher.

“Dissemos à ela que guardasse para si sua opinião. Ela nos disse que dizia o que quisesse e que não iria se calar”, conta a estudante.

Segundo Tamara, um bate-boca teve início e outros frequentadores do parque acabaram se envolvendo.

A estudante e suas amigas então decidiram acionar os administradores do parque e chamar a polícia.

“Infelizmente, a agressora fugiu. Só que nós conseguimos o nome dela e descobrimos que o marido dela presta serviço ao parque. Conversamos com ele, que não sabia o que tinha se passado e dissemos que se ela não comparecesse à manifestação e pedisse desculpas, iríamos processá-la”.

Tamara, explicou que o protesto realizado neste sábado (23) é uma forma de lutar pelos direitos de cada indivíduo.

“Cada um pode ter e exercer sua opinião, mas sem atingir os direitos do próximo”.

Esclarecendo que nenhum funcionário presenciou ou se envolveu no episódio, a administração do parque manifestou o repúdio a qualquer forma de preconceito.

Segundo a diretora do local, Maria Helena Reinhardt, o regulamento do Água Mineral não faz qualquer restrição a manifestações entre casais do mesmo sexo.

“A orientação que damos aos nossos funcionários é que não haja qualquer tipo de discriminação. Orientamos em relação ao cumprimento das normas e dos procedimentos internos.”

E acrescentou: “Já eventuais problemas relacionados à conduta, independente da orientação sexual do frequentador, passa a ser um problema de segurança pública”.

O “beijaço” realizado no sábado surpreendeu alguns dos frequentadores do parque.

“A sociedade acha feio, mas, para mim, cada um tem seu jeito de ser feliz e é livre para tomar suas atitudes. Eu não tenho nada contra”, afirmou a dona de casa Lilian Soares da Silva, na companhia de seus dois filhos.

O policial militar Wendell Marinho admitiu achar estranho duas pessoas do mesmo sexo se beijando, mas garantiu respeitá-las.

“Eu, no meu mundo, acho meio estranho, mas também acho que o ser humano deve ser feliz a sua maneira. As críticas a estas pessoas que, certamente, têm ciência daquilo que querem são menos aceitáveis que vê-las se beijando. Quem está do outro lado deve pensar melhor ao discriminar alguém”.

Para o também policial Taniel Costa, a sociedade brasileira ainda não está preparada para ver duas pessoas do mesmo sexo trocando manifestações de carinho publicamente.

O policial apontou a presença de várias crianças no parque, que pode receber até 3 mil pessoas diariamente, e sugeriu que cada um tem que saber o limite para seu comportamento.

“Uma criança não só vai achar estranho como vai se confundir ao ver este tipo de coisa. Qualquer pessoa pode frequentar o parque, desde que se porte de forma a não agredir as pessoas que, às vistas da sociedade, são normais”.









Últimas notícias

Notícias relacionadas



REDES SOCIAIS
Facebook Instagram

Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal

SCS Quadra 1, Bloco K, Edifício Denasa, Sala 1304,
Brasília-DF, CEP 71398-900 Telefone (61) 3034-8685
recp.saepdf@gmail.com