Brasília, segunda-feira, 25 de maio de 2009 - 12:19
HOMOFOBIA
Discriminação contra casal homossexual motiva protesto em Brasília
Fonte: Agência Brasil
Organizações do Movimento LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis) do Distrito Federal promoveram, neste sábado (23), um protesto contra a discriminação sofrida por um casal homossexual no último dia 14.
A manifestação ocorreu no Parque Nacional de Brasília, também conhecido como Água Mineral.
As duas jovens vítimas de comentários sexistas feitos por uma usuária do parque não compareceram ao ato.
Segundo a estudante universitária Tamara Barreto, que diz ter presenciado o episódio, elas sequer reagiram às agressões verbais.
De acordo com Tamara, ela e mais duas amigas ouviram quando uma mulher começou a criticar as garotas que, apenas caminhavam de mãos dadas próximo a uma das piscinas do local.
Os comentários incomodaram Tamara, que repreendeu a mulher.
“Dissemos à ela que guardasse para si sua opinião. Ela nos disse que dizia o que quisesse e que não iria se calar”, conta a estudante.
Segundo Tamara, um bate-boca teve início e outros frequentadores do parque acabaram se envolvendo.
A estudante e suas amigas então decidiram acionar os administradores do parque e chamar a polícia.
“Infelizmente, a agressora fugiu. Só que nós conseguimos o nome dela e descobrimos que o marido dela presta serviço ao parque. Conversamos com ele, que não sabia o que tinha se passado e dissemos que se ela não comparecesse à manifestação e pedisse desculpas, iríamos processá-la”.
Tamara, explicou que o protesto realizado neste sábado (23) é uma forma de lutar pelos direitos de cada indivíduo.
“Cada um pode ter e exercer sua opinião, mas sem atingir os direitos do próximo”.
Esclarecendo que nenhum funcionário presenciou ou se envolveu no episódio, a administração do parque manifestou o repúdio a qualquer forma de preconceito.
Segundo a diretora do local, Maria Helena Reinhardt, o regulamento do Água Mineral não faz qualquer restrição a manifestações entre casais do mesmo sexo.
“A orientação que damos aos nossos funcionários é que não haja qualquer tipo de discriminação. Orientamos em relação ao cumprimento das normas e dos procedimentos internos.”
E acrescentou: “Já eventuais problemas relacionados à conduta, independente da orientação sexual do frequentador, passa a ser um problema de segurança pública”.
O “beijaço” realizado no sábado surpreendeu alguns dos frequentadores do parque.
“A sociedade acha feio, mas, para mim, cada um tem seu jeito de ser feliz e é livre para tomar suas atitudes. Eu não tenho nada contra”, afirmou a dona de casa Lilian Soares da Silva, na companhia de seus dois filhos.
O policial militar Wendell Marinho admitiu achar estranho duas pessoas do mesmo sexo se beijando, mas garantiu respeitá-las.
“Eu, no meu mundo, acho meio estranho, mas também acho que o ser humano deve ser feliz a sua maneira. As críticas a estas pessoas que, certamente, têm ciência daquilo que querem são menos aceitáveis que vê-las se beijando. Quem está do outro lado deve pensar melhor ao discriminar alguém”.
Para o também policial Taniel Costa, a sociedade brasileira ainda não está preparada para ver duas pessoas do mesmo sexo trocando manifestações de carinho publicamente.
O policial apontou a presença de várias crianças no parque, que pode receber até 3 mil pessoas diariamente, e sugeriu que cada um tem que saber o limite para seu comportamento.
“Uma criança não só vai achar estranho como vai se confundir ao ver este tipo de coisa. Qualquer pessoa pode frequentar o parque, desde que se porte de forma a não agredir as pessoas que, às vistas da sociedade, são normais”.
Últimas notícias
PL prevê volta da assistência sindical na homologação de demissões
10/6 - 10:7 |
Prazo para inscrição no Enem 2025 é prorrogado até sexta-feira (13)
6/6 - 15:22 |
SAEP convoca filiados para Assembleia de eleição dos delegados que irão para o 11º Conatee
5/6 - 17:53 |
SAEP apoia greve dos professores da rede pública; docente mal remunerado é descompromisso com educação de qualidade
3/6 - 18:24 |
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrentado como problema de Estado
Notícias relacionadas
Racismo: discriminação na UCB reacende debate, que sempre volta porque não é enfrentado como problema de Estado
8/3 - 0:3 |
8 de março: a violência ainda assombra mulheres e meninas
12/2 - 10:17 |
Câmara aprova punição às escolas por recusa de matrícula a estudante
28/1 - 19:13 |
Escravidão contemporânea: identificar e combater
12/12 - 13:53 |
Direitos Humanos: compromisso de todos