Eurides afirma estar pronta para acareação com Roriz; deputada diz ter sido enganada pelo ex-governador

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Brasília, quarta-feira, 3 de março de 2010 - 15:59

ORIGEM DA VERBA

Eurides afirma estar pronta para acareação com Roriz; deputada diz ter sido enganada pelo ex-governador


Fonte: Tribuna do Brasil

reprodução

"Foi a primeira e única vez que recebi, nunca mais faço isso". A declaração é da deputada Eurides Brito (PMDB) sobre o dinheiro recebido das mãos do ex-secretário de Relações Institucionais do governo, Durval Barbosa, em coletiva na liderança de seu partido, na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Apesar da oportunidade, a parlamentar não forneceu mais detalhes sobre a origem do dinheiro recebido em espécie, prática comum para omitir sua procedência e escapar ao Fisco. "Recebi R$ 30 mil naquela ocasião", admitiu.

Ao negar ter sido motivada por vingança do grupo político de Roriz, Eurides disse estar preparada a participar de uma acareação com o ex-governador, em "qualquer instância", da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, da qual foi notificada ontem pela presidente em exercício, deputada Erika Kokay (PT).

A deputada peemedebista tem agora 30 dias úteis para apresentar sua defesa à comissão e não pretende renunciar ao mandato.

Eurides reafirmou as declarações postadas em seu blog, de que o dinheiro recebido de Durval fazia parte de "um acerto financeiro de campanha".

Segundo ela, a quantia era referente a despesas com jantares e almoços em 12 reuniões com lideranças do DF – com cerca de 200 pessoas – ocorridas no período entre o final de maio e o início de junho de 2006.

Os encontros antecederiam a convenção do PMDB para ratificar a candidatura de Roriz ao Senado. "Só recebi a quantia porque cobrei, sem correção ou juros", acrescenta Eurides, que afirma ter declarado as despesas em sua declaração do Imposto de Renda.

A parlamentar sustenta, ainda que, na época ela teria sido punida, com a redução do seu tempo na televisão e do apoio financeiro para a campanha, devido à sua dissidência no partido em favor do então candidato a governador José Roberto Arruda. 

Ela diz ter sido "enganada" na época por desconhecer a origem do dinheiro entregue por Durval Barbosa.

Eurides admite, no entanto, não ter se preocupado em investigar a procedência dos recursos.

Sobre o ato de fechar a porta antes de receber a verba, ela afirmou ter seguido orientação de Durval, acrescentando ser normal receber "dinheiro vivo" em campanhas eleitorais.

Eurides Brito disse, ainda, que já solicitou, por cinco vezes, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a cópia da fita em que recebe o dinheiro de Durval Barbosa.

Quanto ao comentário de Joaquim Roriz de que sua versão seria "fantasiosa", Eurides ironizou: "Acho que a palavra é complexa demais para ser da autoria dele". A deputada, no entanto, procurou poupar o ex-governador.

"Roriz é uma pessoa da qual tenho o maior apreço, foi um grande governador", disse, mas aproveitou para alfinetá-lo: "Foi por um voto, em separado meu, na Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara que as contas do então governador Roriz, antes reprovadas pelo Tribunal de Contas, foram aprovadas".

Durante os anos em que foi secretária de Educação do governo Roriz, Eurides disse que jamais tenha recebido alguma solicitação indecorosa ou ilegal do ex-governador.

Antes da coletiva, Eurides foi à tribuna da Câmara para afirmar "não ter nada a temer e que não se arrepende de nada do que fez e que vai preparar sua defesa à Comissão de Ética".

Presente à sessão, a deputada Jaqueline Roriz, filha do ex-governador, reagiu: "A deputada (Eurides Brito) quer encontrar um bode expiatório para o que cometeu. Isso mostra falta de caráter", disparou.

Júnior Brunelli renuncia ao cargo de deputado distrital
"Diante do massacre político e institucional, não me restou alternativa que não fosse a renúncia. Assim renuncio ao mandato de deputado distrital, para não ser submetido ao julgamento político previamente decidido. Buscarei provar na Justiça a minha inocência".

Com essas palavras, o deputado distrital Júnior Brunelli (PSC) apresentou sua carta de renúncia, lida na tribuna da Câmara pela deputada Jaqueline Roriz (PMN). A partir desse momento, o parlamentar perde o "foro privilegiado", que o impedia de ser julgado pela Justiça comum.

Sobre os recursos recebidos do ex-secretário Durval Barbosa, Brunelli alegou que "o dinheiro que aparece no vídeo, num momento de disputa eleitoral, em setembro de 2006, era destinado a um evento de campanha. É uma prática comum dos partidos políticos".

Na carta, Brunelli afirma ainda que "lá, no Judiciário, terei chance de me defender de forma isenta e transparente, longe do calor dos debates e das conveniências políticas desse momento turbulento que vive a Capital Federal".

O deputado avaliou as imagens, em que aparece recebendo dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa, "como uma verdadeira overdose pela mídia, montadas e manipuladas ao sabor da conveniência dos poderosos de ocasião, com o objetivo de desestabilizar meu trabalho parlamentar e impedir novos horizontes em minha carreira política".

Confiante que o tempo "lhe fará justiça", Brunelli citou exemplos de "linchamentos políticos históricos", mencionando o caso dos ex-deputados Ibsen Pinheiro e Alcenir Guerra, durante o processo que resultou na cassação do ex-presidente Fernando Collor.

"Os dois acabaram sendo reabilitados pela história e as suas inocências comprovadas, mas o massacre já havia sido perpetrado, trazendo inúmeros prejuízos políticos, pessoais e morais", acrescentou.

Em outro trecho da carta, Brunelli destacou: "Em nenhum momento fui alvo de quebra de sigilo bancário, fiscal ou telefônico, como também, não houve pedido na Justiça para apreensão de documentos, nada que indicasse irregularidades".

O parlamentar acrescentou ainda: "As fitas de vídeo divulgadas pela mídia, não me foram entregues oficialmente" e que "no inquérito da Polícia Federal não consta nenhuma escuta telefônica ou gravação de áudio, autorizada pela Justiça", adicionando que "os vídeos onde apareço são apócrifos, manipulados e sem origem".

Autor da famosa "oração da propina", como ficou conhecida a prece que fez depois de receber dinheiro de Durval Barbosa, Júnior Brunelli pede perdão, diz estar convicto de que conseguirá provar sua inocência e espera que, no futuro, "possam entender que fui vítima de uma ação deliberada com o fim específico de cassar minha cidadania".









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