Brasília, quinta-feira, 5 de maio de 2011 - 14:9
VIOLÊNCIA SEXUAL
Durval e atual mulher são acusados de abusar de duas crianças
Fonte: Correio Braziliense
Segundo laudo elaborado por psicólogos, Durval teria abusado sexualmente de duas crianças, o ato pode ter sido cometido em parceria com sua mulher. Defesa rebate acusações, fala em vingança da ex-esposa e pede à Justiça que parecer seja revisto
Para conseguir redução da pena em vários processos a que responde por corrupção, Durval Barbosa se valeu de uma delação premiada.
Agora, está ameaçado de ir para a cadeia sob a acusação de pedofilia, crime hediondo, no qual não cabe nenhum tipo de acordo com a Justiça.
Desde fevereiro, tramita investigação aberta pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) com base em denúncia feita pela empresária Fabiani Christine Silva Barbosa Rodrigues, ex-mulher de Durval.
Foi instaurado um processo na 6ª Vara Criminal de Brasília em que a principal testemunha da Operação Caixa de Pandora, com a atual mulher, Kelly Christina Barbosa Rodrigues, é acusada de violência sexual.
Fabiani sustenta que seu ex-marido e Kelly abusaram de duas crianças. Um laudo elaborado por psicólogos da 1ª Vara da Infância e da Juventude (VIJ) concluiu que elas assistiram e participaram de atividades sexuais de Durval e da mulher Kelly, sem que tenha havido, de acordo com as investigações, "penetração completa, mas com fortes indícios de toques ou tentativa de penetração" em uma das supostas vítimas.
O Correio teve acesso ao laudo, que tem 44 páginas e é sigiloso.
O documento relata os fatos narrados por 21 testemunhas, em 26 depoimentos colhidos pela Justiça, entre os quais os das próprias crianças.
A reportagem também obteve um parecer técnico apresentado pela defesa de Durval desqualificando a denúncia de crime sexual.
Defesa de Durval Barbosa contesta parecer da VIJ
Na investigação que compromete Durval e Kelly, as supostas vítimas foram ouvidas pelos psicólogos Viviane Amaral dos Santos e Reginaldo Torres Alves Júnior, dois especialistas que atuam no Centro de Referência para Proteção Integral da Criança e do Adolescente em Situação de Violência Sexual do Tribunal de Justiça do DF.
Os profissionais que assinam o laudo usaram uma técnica própria para lidar com casos de violência sexual contra crianças na primeira infância.
Nessa fase, segundo especialistas, é difícil para uma vítima tão inocente compreender os fatos e relatá-los com precisão.
O primeiro passo foi estabelecer um vínculo de confiança, tratado no laudo por "rapport".
É criado um ambiente lúdico para que a vítima se sinta à vontade.
Uma das crianças, a mais velha, relatou com detalhes de ambientação, sensoriais e emocionais ter passado pela experiência de presenciar Durval e Kelly em cenas de sexo.
Ela descreveu situações em que o casal manteve contato físico com a outra vítima durante momentos de intimidade, como o banho ou o repouso no quarto do casal.
Em linguajar próprio do universo infantil, a testemunha disse que Durval filmava e fotografava as crianças sem roupas.
Segundo o relato de pessoas ouvidas pelos psicólogos, Kelly costumava beijar uma das vítimas na boca.
Conclusão
Entre as conclusões do laudo juntado em 15 de abril ao processo que tramita na 6ª Vara Criminal, consta o seguinte:
"A soma dos fatores de coerência e incoerência antes elencados, os critérios de validação da narrativa e a interação destes profissionais com as crianças levam à confirmação (…) de que se referem a uma real experiência, vivenciada com intenso sentimento de vergonha e tristeza".
Os testemunhos infantis foram reforçados por relatos de pessoas próximas às crianças.
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