Governo Federal lança Plano com 79 ações para igualdade salarial

Brasília-DF, domingo, 24 de novembro de 2024


Brasília, quarta-feira, 18 de setembro de 2024 - 17:15

Governo Federal lança Plano com 79 ações para igualdade salarial

Iniciativa foi construída por meio de diálogo com representantes sindicais e tem previsão orçamentária de R$ 17 bilhões

Reprodução: Divulgação Ministério das Mulheres

Na data em que é celebrado o Dia Internacional da Igualdade Salarial — 18 de setembro —, o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) e o MM (Ministério das Mulheres) lançaram o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens, com 79 ações previstas.

Para a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, essa é iniciativa importante, que tem tudo para dar certo. “Porque, na divulgação, o governo enfatiza que foram ouvidas as entidades sindicais, universidades, instituições públicas. O próprio setor empresarial também foi ouvido para a construção desse projeto. Então, a gente entende que realmente foram mapeadas as premissas históricas e estruturais que fazem com que essa desigualdade aconteça”, avalia a presidente do SAEP

Segundo o governo, o objetivo é dar efetividade à aplicação da Lei da Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios (Lei 14.611/23). A medida irá incentivar a maior permanência das mulheres no mercado de trabalho, a ascensão a cargos de direção e gestão e combater discriminações no ambiente de trabalho. 

Para isso, o Plano foi estruturado em 3 eixos centrais, com ações específicas em cada:

“1. Acesso e ampliação da participação das mulheres no mundo do trabalho, com 36 ações de enfrentamento às barreiras que impedem as mulheres de acessar o mundo do trabalho em condições de plena igualdade;

2. Permanência das mulheres nas atividades laborais, com 19 ações para reduzir os obstáculos à permanência das mulheres e promover políticas de compartilhamento das responsabilidades familiares; e

3. Ascensão e valorização profissional das mulheres no mundo do trabalho, com 24 ações que visam estimular e criar oportunidades para mulheres jovens acessarem carreiras vinculadas às ciências exatas.”

Resultado do trabalho de um grupo interministerial composto por 10 ministérios e o Gabinete da Presidência da República, o Plano será coordenado por um Comitê Gestor integrado por representantes do Ministério das Mulheres e Ministério do Trabalho e Emprego (co-coordenadores), MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), MIR (Ministério da Igualdade Racial) e MDHC (Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania).

 

2ª RAIS 2023

Na ocasião, também foram divulgados dados do 2º RAIS (Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios) de 2023. Documento aponta remuneração 20,7% menor paga às mulheres em empresas com mais de 100 funcionários. Foram pesquisadas 50.692 organizações. No quadro de funcionários, apenas 40% da força laboral era de mulheres.

Enquanto trabalhador recebe, em média, R$ 4.495,39, o valor pago à trabalhadora é de R$ 3.565,48. Se for mulher negra, o saldo cai para R$ 2.745,26, em média — 50,2% do salário de homens não negros: R$ 5.464,29. (Confira aqui a apresentação.)

Dados da RAIS de 2023 destacados pelo MTE:

  • 22,9% das empresas com 100 ou mais empregados indicaram ter política de auxílio creche;

  • 27,9% indicaram ter política de incentivo à contratação de mulheres negras;

  • 55,5% indicaram que utilizavam planos de cargos e salários como critério de remuneração;

  • 8,2% das empresas com 100 ou mais empregados e mais indicaram ter política de contratação para mulheres indígenas;

  • 20% das empresas com 100 ou mais empregados indicaram ter política de licença paternidade/maternidade estendida;

  • 63,8% dos estabelecimentos com 100 ou mais empregados indicaram o cumprimento de metas de produção como critério de remuneração;

  • Em 0,2% (85) dos estabelecimentos com 100 ou mais empregados não há informação porque não havia em 2023 nenhuma mulher empregada formal;

  • Em 42,7% dos estabelecimentos (21.658) com pelo menos 100 empregados havia entre 0% e 10% dos empregados que eram mulheres pretas ou pardas;

  • Em 53% estabelecimentos (26.873) com 100 ou mais empregados não havia pelo menos 3 mulheres em cargos de gerência ou direção da empresa para que os cálculos sobre diferenças salariais fossem realizados;

  • 63,8% dos estabelecimentos com 100 ou mais empregados indicaram o cumprimento de metas de produção como critério de remuneração.

 

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o Plano Nacional de Igualdade Salarial e Laboral entre Mulheres e Homens será resposta “para que essa desigualdade reduza, até que deixe de acontecer”, destacou. Cida Gonçalves também apontou que 58% das mulheres são chefes de família e ainda lidam com desafios como o desemprego e a fome.

Representando o ministro-interino do MTE, Chico Macena, a diretora do programa na pasta, Luciana Nakamura, disse que embora prevista na CLT desde 1943, a equidade salarial “não é cumprida pelas empresas”. Apesar disso, a atuação do MTE não busca punição. “Queremos que elas olhem para as desigualdades salariais entre homens e mulheres, e possam promover um ambiente de igualdade”, afirmou.


18 de setembro

O Dia Internacional da Igualdade Salarial foi estabelecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 18 de setembro de 2019. A data é um convite à reflexão sobre a desvalorização das profissões exercidas por mulheres e a consequente disparidade na remuneração paga pelo trabalho da mulher, ainda que exerça mesma atividade que outros homens.

A equiparação de salários integra o ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) 5 da ONU, que trata da promoção da igualdade de gênero. A meta é compromisso assumido pelo Brasil na presidência do G20.


Com informações das Assessorias de Comunicação do Ministério das Mulheres e do Ministério do Trabalho e Emprego.









Últimas notícias

Notícias relacionadas



REDES SOCIAIS
Facebook Instagram

Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal

SCS Quadra 1, Bloco K, Edifício Denasa, Sala 1304,
Brasília-DF, CEP 71398-900 Telefone (61) 3034-8685
recp.saepdf@gmail.com