Arruda permanece no cargo

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Brasília, terça-feira, 1 de dezembro de 2009 - 15:38

IRREGULARIDADES

Arruda permanece no cargo


Fonte: Tribuna do Brasil

Governador diz que é vítima de “herança maldita” de Joaquim Roriz

Em sua primeira aparição pública desde o início das denúncias de irregularidades, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), fez ontem um pronunciamento, ao lado de dois advogados.

Mancando e andando com o auxilio de um andador, Arruda negou irregularidades e disse que a responsabilidade sobre o esquema de corrupção é do ex-governador do DF, Joaquim Roriz (PSC).

Ele afirmou ainda que vai permanecer no partido e que vai continuar trabalhando no dia-a-dia do governo, mas agora livre do que chamou de  "herança maldita", que teria herdado do governo anterior.

Arruda justificou: "Os recursos eventualmente recebidos por nós do denunciante para ações sociais nos anos de 2004, 2005 e 2006, entre os quais o que foi exibido pela TV, foram regularmente registrados ou contabilizados, como o foram todos os demais itens da campanha eleitoral".

O governador do DF ressaltou que Durval Barbosa - responsável por gravar diálogos e imagens de parlamentares e integrantes do governo do DF recebendo dinheiro e que o flagrou em conversa na qual supostamente negociaria recursos para serem encaminhados aos aliados - agiu com a intenção de prejudicar sua gestão, já que perdeu espaço no governo.

José Roberto Arruda citou que o denunciante, Durval Barbosa, foi durante oito anos presidente da Codeplan, empresa de informática do governo Roriz, e que hoje é réu em 32 processos, todos relacionados a atos praticados no governo Roriz.

Arruda ressaltou que seu governo reduziu em mais de 50% os gastos de informática em relação ao último ano do governo passado. "Em 2006, os gastos com informática eram de R$ 510 milhões.

Este ano, foram de R$ 209 milhões. Isso contrariou a muitos interesses políticos e empresariais que, agora fica claro, são ligados ao denunciante", comentou.

Segundo o governador do DF, as gravações realizadas por Durval Barbosa, como a que aparece recebendo recursos do seu antigo colaborador, foi distorcida.

"Quanto ao diálogo gravado no dia 21 de outubro, fica claro que foi conduzido para passar uma versão previamente estudada. A avaliação preliminar dos nossos advogados me alerta que os supostos "defeitos" ou "aquecimento" ou "resfriamento" do aparelho de gravação, tudo isso nos exatos termos que consta dos autos, podem ter truncado e comprometido o teor e o sentido da conversa.

Inclusive com a "desconfiguração dos dados armazenados. Os advogados estão estudando essa questão", considerou.

Arruda concluiu dizendo que confia na Justiça e vai colaborar com tudo o que for necessário para as investigações do Ministério Público Federal (MPF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Leonardo Prudente denuncia chantagem
O feriado do Dia do Evangélico não interrompeu os trabalhos no dia de ontem na Câmara Legislativa.

O movimento intenso no órgão se devia ao pronunciamento do presidente da Câmara, Leonardo Prudente (DEM), sobre o suposto esquema de repasse de dinheiro para os deputados da base aliada do governo do Distrito Federal (GDF).

A denúncia feita pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, é investigada pela Polícia Federal na operação Caixa de Pandora.

Em coletiva realizada no salão da presidência, Leonardo Prudente justificou as acusações reveladas por meio de um vídeo na internet em que o deputado coloca um maço de dinheiro nos bolsos e, inclusive, nas meias.

"Não costumo andar com uma mala. Eu coloquei na meia por questão de segurança", explicou o deputado. Ele acrescenta que teria sido vítima de chantagem.

Segundo Prudente, o vídeo teria sido filmado há dois anos. "Ofereceram-me uma quantia em dinheiro para a campanha de 2006", disse.

Ao ser questionado sobre o crime eleitoral, o deputado afirmou que a Justiça julgará o procedimento. "Não há motivos para eu abandonar o cargo, porque minha gestão na presidência não está sendo questionada", declarou.

O presidente finalizou informando que fará mais discursos ao longo da semana no plenário da Câmara Legislativa e quando for autorizado dará outras informações.

Surpresa
O ex-senador e empresário do ramo de transportes Valmir Amaral (PTB/DF) surpreendeu os jornalistas que aguardavam a coletiva de Prudente.

"Eu vim denunciar um esquema forte de corrupção. A Câmara está toda tomada", gritou o ex-senador.

Ele revelou que no último semestre ao tentar incluir uma emenda na Lei do Passe Livre, que beneficiaria os portadores de deficiência, os empresários de empresa de transportes teriam pagado R$ 1 milhão para os deputados distritais.

Dessa forma, a mensalidade paga pelo GDF às empresas dobraria, totalizando R$ 8 milhões. O projeto foi aprovado com a modificação.

Porém, quando chegou ao Executivo, a alteração foi vetada. Os empresários pagaram mais R$ 600 mil para quebrar a ressalva.

DEM decide o que fazer com Arruda
A cúpula do Democratas (DEM) se reuniu com José Roberto Arruda na tarde de ontem para definir qual a situação do governador dentro do partido. Existem duas medidas que podem ser tomadas.

A primeira é a abertura de um inquérito administrativo julgando a situação. Está posição é defendida por membros da executiva nacional.

A outra é a expulsão sumária de Arruda da legenda, medida defendida por Ronaldo Caiado, José Agripino e Demóstenes Torres, da cúpula do DEM.

José Agripino disse que Arruda apresentou argumentos jurídicos que podem embasar sua defesa. Uma reunião com a executiva nacional será realizada esta tarde para definir a situação do governador.

Arruda deverá convencer os 20 representantes do partido de que é inocente e poderá provar que o dinheiro recebido foi para doações de campanha.









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