CTB debate os desafios para o movimento sindical na crise

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Brasília, quarta-feira, 17 de junho de 2009 - 14:21

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CTB debate os desafios para o movimento sindical na crise


Fonte: CTB

CTB

Preparar os sindicalistas para os desafios que se avizinham e direcionar suas lutas está entre os principais objetivos da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Diante disso, por meio parceria firmada com o CES (Centro de Estudos Sindicais), começou nesta terça-feira (16), em São Paulo, o Seminário "Desafios para o movimento sindical numa conjuntura de crise".

Mais de 60 lideranças estão participando do evento. Na opinião de Celina Arêas, secretária de Formação Sindical e Cultura da central, o seminário cumpriu os objetivos para os quais foi convocado.

"Revelou o interesse da direção na formação e contribui para consolidar o entendimento, traduzido nos documentos da CTB, de que a formação é indispensável para uma intervenção sindical mais qualificada. O sindicalista classista precisa unir a ação ao conhecimento, a teoria à prática".

Temas
O seminário, que será encerrado nesta quarta-feira (17), abordou dois temas em seu primeiro: os "aspectos fundamentais do Direito do Trabalho contemporâneo no Brasil e no mundo" e "política agrária e política agrícola – história e lutas sociais".

Com palestras de Antonia Mara Vieira, juíza do trabalho do Rio Grande do Sul  e Marcos Verlaine, jornalista e assessor parlamentar do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a mesa sobre o primeiro tema debateu os principais projetos de lei relacionados ao chamado mundo do trabalho em tramitação no Congresso Nacional.

Mara Vieira enfatizou que os trabalhadores precisam ter conhecimento e consciência de seus direitos trabalhistas para combater a exploração capitalista.

Isto é particularmente importante frente à ofensiva patronal para flexibilizar a legislação laboral e impor retrocessos como a Emenda 3 e a institucionalização da terceirização.
 
Mobilização para o dia 30
Verlaine destacou que é prioritário mobilizar para a manifestação unitária convocada pelas centrais sindicais para o próximo dia 30, em defesa da redução da jornada de trabalho sem redução de salários.

Sindicalistas e trabalhadores irão a Brasília para defender a aprovação do parecer do relator do tema, o deputado Vicentinho (PT/SP), favorável ao projeto que reduz a jornada de 44 para 40 horas semanais, em tramitação na Câmara dos Deputados.

De acordo com estimativas do Dieese, a redução da jornada, associada à restrição das horas extras, deve gerar em torno de 2,5 milhões de novos postos de trabalho.

"Os sindicalistas precisam estar atentos para as votações que acontecem na Câmara", afirmou o assessor do Diap.

"Agora está acontecendo a discussão sobre o projeto do salário mínimo. O problema está um uma emenda do deputado Paulo Paim que determina que as pensões e aposentadorias sejam reajustadas pelo mesmo percentual do mínimo, mas o Governo é contra. Então, temos que negociar, porque se deixarmos para o próximo mandato, o projeto não sai".

O movimento sindical não pode ficar alheio aos debates em curso no Congresso Nacional.

Problemas do campo
Na segunda parte do dia o tema foi o problema rural. A mesa foi coordenada por Vicente Selistre, vice presidente nacional da CTB, e Ana Rita Miranda, secretária de Jovens da central, ambos representando os trabalhadores do campo.

Heitor Schuch, deputado estadual pelo PSB e ex-presidente da Fetag-RS,  fez uma restrospectiva sobre a situação dos trabalhadores do campo, principalmente dos jovens, suas dificuldades  e as prováveis soluções para reverter esse quadro.

Segundo dados do instituto IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), em 1950 a população do campo brasileiro representava 64% do total, enquanto os habitantes das cidades somavam 36%.

Com a conclusão do processo de industrialização nos anos 1980, a relação se inverteu e a maioria da população já era urbana.

Hoje, cerca de 80% moram nas cidades, sobretudo nas regiões metropolitanas e em 2030 a previsão é de que apenas 9% dos brasileiros residam no campo e 91% nas cidades.

"Então, eu me pergunto: Quem vai plantar para comermos? É algo que precisamos pensar agora", salientou Schuch.

Para o deputado, os trabalhadores rurais não têm encontrado solução para sua sustentação e agora barganham sua produção.

"Eles estão encontrando dificuldades de negociar seus produtos já que existe uma grande concentração na mão das grandes empresas", afirmou.

Dilemas da juventude rural
Outro ponto abordado pelo parlamentar foi a situação do jovem agricultor, que hoje não vislumbra condições de se manter no campo, em função da falta de investimento na educação no campo e políticas que facilitem o crédito rural para a juventude.

Para Ana Rita, que também é diretora da Fetag-BA, o importante é dar sustentação para o jovem rural continuar no campo, de forma que não precisem partir para a cidade em busca de uma vida melhor, que dificilmente será encontrada.

"Eu sei disso porque é uma situação que já senti na pele. Não é que ouvi falar, eu passei por isso. É muito difícil a obtenção do renda e a oportunidade de formação escolar".









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