Brasília, quarta-feira, 9 de julho de 2025 - 13:27
Mamata: empresários deixam de pagar R$ 414 bi em impostos federais
Valor está diluído em lista de beneficiados por políticas de isenção. São negócios como agropecuária, eventos, importação de produtos, aviões e peças, entre outros, que ficaram livres de pagar R$ 25,8 bilhões por mês

A apuração é do jornalista Fernando Molica, do site Correio da Manhã, em análise de dados do Ministério da Fazenda, que identificou que o custo dos 16 meses de isenção — janeiro de 2024 a abril de 2025 —, foi bancado também por quem não consome tais produtos ou serviços.
A comercialização da soja, por exemplo, recebeu R$ 5,9 bilhões em subsídios para cultivo e venda. Parte desse montante requer participação com, pelo menos, R$ 28 de cada contribuinte, independentemente de consumir ou não o item.
Ao todo, foram mais de R$ 77 bilhões gastos em subsídios para compra de adubos, fertilizantes, agrotóxicos, sementes, mudas e produtos agropecuários em geral.
Produção de aves
No período, a produção de aves obteve R$ 904 milhões em incentivos fiscais para criação de “pintos de 1 dia”. Valores são destinados às iniciativas como melhoramento genético dos filhotes de galinha.
Entram na lista produções de itens como carnes, queijos, peixes e papel higiênico, que somaram R$ 2,2 bilhões em isenções. E o setor de passagens aéreas representou R$ 1,98 bilhão em renúncia fiscal.
Sem falar na prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, que livrou empresas de 17 setores de pagar R$ 22,2 bilhões em contribuições à Previdência Social.
Isenções de bilhões
É, de fato, lista extensa de empresas nacionais, multinacionais e estrangeiras, que também detêm isenções bilionárias custeadas pelo governo federal.
Dairy Partners Americas, Honda e Samsung lideram o ranking. Com benefícios fiscais, cada uma dessas deixou de pagar mais de R$ 10 bilhões.
Em 4ª posição, a JBS obteve R$ 4,5 bilhões em benefícios, seguida de Yamaha Motors, LG e Syngenta. No ramo aéreo, a TAM obteve R$ 2,5 bilhões e a Azul, R$ 2,4 bilhões.
Equilíbrio fiscal
Enquanto países do mundo discutem aplicar tributação mais eficaz sobre mais ricos, no Brasil a reação ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciado em maio, escancara a necessidade de esclarecimento sobre o tema.
Com esse ajuste do IOF, o governo esperava arrecadar R$ 20,5 bilhões neste ano e R$ 41 bilhões em 2026 — o que traria algum equilíbrio na tributação, considerando a mencionada participação de “mais pobres” nas isenções citadas.
Maioria do Congresso
Inviabilizada pela maioria do Legislativo, a medida foi estudada pelo Ministério da Fazenda, que afirma não gerar impacto para pessoas físicas, operações via PIX e modalidades já isentas.
Segundo a pasta, a alta do IOF seria apenas para câmbio, crédito para empresas e seguros.
Com alíquota proposta em 3,5%, se analisada por períodos, resultaria em IOF ainda inferior ao praticado até 2022, durante o governo anterior.
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