Brasília, segunda-feira, 19 de janeiro de 2009 - 23:9
COMPROMISSOS
Lula promete em reunião com centrais mínimo de R$ 465 em fevereiro
Lula prometeu aos sindicalistas manter reajuste do mínimo em 5,7% , que passaria a valer R$ 465 a partir de fevereiro e vai conversar com banqueiros para reduzir ‘spreads’ bancários

Depois de quase três horas de reunião com representantes de seis centrais sindicais - CUT, Força Sindical, Nova Central, UGT, CGTB e CTB - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu para os sindicalistas manter o reajuste do salário mínimo em 5,7% , que passaria a valer R$ 465 a partir de 1º de fevereiro. Segundo os sindicalistas, o presidente também decidiu convidar para uma reunião a ser realizada nesta quarta-feira (21) donos de bancos privados e representantes dos bancos públicos.
De acordo com os líderes sindicais, Lula vai pedir aos banqueiros a redução do ´spread´ bancário (diferença entre o percentual que o banco paga ao cliente investidor e o que o cliente paga pelo empréstimo) e ainda tentar discutir alternativas para a redução dos juros cobrados nos empréstimos.
Os líderes sindicais defenderam junto ao presidente a redução imediata da taxa básica de juros em até 2,5%. No entanto, Lula evitou emitir opinião sobre o assunto que será decidido na próxima reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, que terá início amanhã (20), com previsão de término nesta quarta-feira (21).
"Quarta-feira será o primeiro teste do Governo. Se a redução for acima de 1% estamos satisfeitos", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. "Lula disse que essa [a questão do spread] é uma das questões mais importantes para se discutir nesse momento, porque o problema do Brasil é crédito e o dinheiro, do jeito que está caro, não pode ser mantido", disse Paulinho da Força.
Os sindicalistas reclamaram com o presidente que o spread do Banco do Brasil é o mais alto do sistema financeiro nacional. Na última semana de dezembro, por exemplo, o spread praticado pelo banco público foi de 25,9%. Houve bancos privados que mantiveram essa diferença em 15%. "Mostramos esse quadro ao presidente e ele se mostrou indignado", destacou Antônio Neto, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.
De acordo com os sindicalistas, Lula se mostrou surpreso com os números do desemprego no país registrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados e divulgados hoje, pelo Ministério do Trabalho.
O Caged registrou o fechamento de 654 mil postos de trabalho, mais que o dobro da média normalmente registrada para o mês de dezembro, de 300 mil demissões. "O presidente Lula não esperava um número tão alto. Ele se mostrou muito assustado", disse José Gabriel dos Santos, diretor da área industrial da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).
O presidente Lula, de acordo com os líderes sindicais, disse que deve anunciar nos próximos dias um novo pacote de medidas de isenção fiscal para o setor de construção civil, um dos que mais emprega no país.
Os detalhes desse pacote não foram revelados pelo presidente durante a reunião, mas de acordo com José Gabriel dos Santos, Lula considerou o setor estratégico para conter a onda de demissões devido a crise financeira internacional. O Governo já sinalizou que até o final do mês vai anunciar mais medidas para conter os impactos da crise.
Dentre as reivindicações apresentadas pelos sindicalistas está a de que o Governo exija um compromisso manutenção dos empregos por parte das empresas que recebem financiamento público e benefícios fiscais. "O ministro Mantega fez esmola com o chapéu dos outros. Deu a desoneração fiscal para as montadoras e no outro dia elas começaram a demitir", disse Paulinho da Força.
Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) Artur Henrique dos Santos, o presidente Lula se mostrou favorável a que os bancos públicos ofereçam melhores condições nos empréstimos para os empresários que se comprometam em não demitir. É uma proposta que não pune quem demitiu, mas dá vantagens para quem não demitir", afirmou. (Com Agência Brasil)
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