Outubro Rosa: a importância do autocuidado e da prevenção

Brasília-DF, quarta-feira, 30 de outubro de 2024


Brasília, quarta-feira, 23 de outubro de 2024 - 18:35

Outubro Rosa: a importância do autocuidado e da prevenção

No mês da luta contra o câncer de mama, SAEP reforça pequenos gestos que podem ampliar a saúde das mulheres

Arquivo pessoal
Em 4 anos, Rosangela viveu uma transformação em sua vida, provocada pelo câncer.

“Costumo dizer que o Outubro Rosa é muito mais que cores, são dores, choros, cicatrizes, que só quem passa sabe o que é.” Esta fala é da empresária Rosangela Paulino. Em dezembro de 2019, aos 45 anos, ela foi diagnosticada com nódulo na mama esquerda. A rotina de mamografias anuais ajudou para que o tumor fosse descoberto ainda no início e ela começasse a terapia.

Prevenção é a chave para vencer o câncer de mama. Quanto antes detectado, maiores são as chances de sucesso com o tratamento. Para intensificar essa conscientização, em outubro, o Brasil abraça e espalha a importância de se fazer exames periódicos.

“Embora o mês seja escolhido para a campanha nacional, a atenção deve ser continuada o ano inteiro. Por isso, fazemos o alerta para todas as trabalhadoras e familiares, para que se cuidem e fiquem em dia com a prevenção”, orienta a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva.

Entre os exames preventivos, a ultrassonografia e a mamografia são eficazes em identificar nódulos em estágios iniciais. A mamografia costuma ser recomendada para mulheres a partir dos 40 anos, mas se houver histórico de doença familiar, o médico poderá indicar antes.

Outro método preventivo é o autoexame das mamas, que a mulher faz em casa mesmo, em frente ao espelho. Consiste em observar se há alterações físicas na pele, seja de textura ou de volume e, em movimentos circulares suaves com as mãos, avaliar se sente a presença de anormalidades nas mamas ou axilas.

Os sinais de alerta são:

• Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das mamas;

• Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento);

• Mudanças no mamilo (retração e desvio);

• Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for unilateral

Nódulos nem sempre são sinônimo de câncer. Após identificado, geralmente é solicitada biópsia para analisar o material. Quando confirmado o diagnóstico, é importante avaliar o estágio da doença e o grau de saúde geral da paciente para adoção do tratamento mais adequado a cada caso.

Estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) é que até 2025 serão registrados 73.610 novos casos de câncer de mama, com taxa de incidência de 41,89 casos para cada 100 mil mulheres. Segundo o INCA, a doença poderá causar cerca de 18 mil mortes.


Condutas preventivas

Estudo divulgado pela Secretaria de Saúde do DF aponta que a amamentação reduz cerca de 4,3% do risco de câncer de mama a cada 12 meses de lactação. Outros fatores analisados são: ter a primeira gravidez antes dos 30 anos, evitar a obesidade pós-menopausa, o sedentarismo e o consumo de álcool.

Também é recomendado uso criterioso de reposição hormonal. A alimentação saudável e a prática de atividade física podem reduzir em 28% as chances de desenvolver a doença.


Força compartilhada

Cada organismo reage de 1 jeito às medicações e terapêuticas. Após 4 cirurgias, algumas quimioterapias e radioterapias, Rosangela se vê nova mulher, transformada por lágrimas e sorrisos. “A gente não sai o mesmo desse processo”, afirma ela.

A radioterapia impactou o organismo. Os ossos ficaram fracos e Rosangela chegou a perder alguns dentes. “Nem tudo é bonito e bom”, comenta ao retomar o ânimo. A doença trouxe novo olhar sobre a vida, com o foco no próximo.

“Cabelos, cílios, sobrancelhas, unhas são detalhes que me fizeram uma mulher diferente. Passei a observar que tem pessoas em situação pior, e que eu mesma com tantos problemas posso ajudar de alguma forma, nem que seja com 1 sorriso”, conta ao revelar as ações sociais que realiza.

O piquenique no parque e o Chá Rosa são pequenos eventos que reúnem mulheres com câncer de mama. O chá começou com visitas menores a mulheres recém-diagnosticadas. Juntas, elas compartilham vivências e apoio mútuo.

Mas Rosangela se alegra ainda mais com as visitas às crianças acolhidas em creches e abrigos, alguns desses em Ceilândia. A organização para o Natal já começou. “A gente vai juntando brinquedos, doces e faz uma festa linda!”, celebra Rosangela.









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