Brasília, sexta-feira, 29 de abril de 2011 - 15:42
40 HORAS
Maia quer condicionar redução de jornada à desoneração da folha
Fonte: Diap
Em sua avaliação, é necessária muita mobilização e pressão por parte das centrais para que a proposta possa ser aprovado, além de uma constante negociação com o setor empresarial
O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS) iniciou, na quarta-feira (27), as negociações com as centrais sindicais para colocar em pauta no segundo semestre a proposta de emenda constitucional que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas.
Maia reuniu-se em um café da manhã na residência oficial da presidência da Câmara com representantes das seis centrais com os quais elaborou um plano para levar a proposta a plenário.
Em sua avaliação, é necessária muita mobilização e pressão por parte das centrais para que a proposta possa ser aprovado, além de uma constante negociação com o setor empresarial.
Ele também disse, segundo pessoas presentes ao encontro, que não pode passar pela presidência da Câmara sem colocar em votação a PEC da redução da jornada.
Metalúrgico, desempenhou cargos diretivos no Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas, na Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande do Sul, na CUT-RS e na Confederação Nacional dos Metalúrgicos.
Na legislatura passada foi um dos principais nomes nas articulações do projeto que reduz a jornada de trabalho.
A estratégia para aprovação passa pela desoneração da folha salarial, um dos projetos da reforma tributária que a presidente Dilma Rousseff encaminhará ao Congresso nas próximas semanas e que conta com o apoio dos empresários.
Os sindicalistas concordam em aprovar o projeto desde que haja avanços na PEC da jornada.
Para tanto, a avaliação é de que é preciso fechar com os partidos considerados mais simpáticos à ideia, como PT, PSB, PDT, PV, PCdoB, e parte do PTB, que somariam cerca de 200 deputados; e tentar convencer os partidos de centro, como PMDB, PP e PR de que um acordo em cima da desoneração é válido.
Além disso, estão sendo agendadas mobilizações para pressionar os parlamentares.
Movimentos sociais como a UNE e o MST serão chamados para ajudar e uma amostragem disso já poderá ser vista no 1º de maio, quando representantes das duas organizações participarão das festas das centrais.
Uma mobilização específica deve ocorrer no fim de julho ou começo de agosto, depois do recesso de julho.
Toda a estratégia decorre da avaliação de que o assunto é complexo, algo reconhecido pelo próprio Maia após a reunião.
"Explicitei a eles a dificuldade que há de colocar em votação. Não é uma matéria simples. Precisa ser dialogado com o setor empresarial e é preciso que sejam feitos ajustes, estabelecer consensos e acordos necessários", disse.
Os sindicalistas apresentaram ainda outros três temas considerados fundamentais para o setor.
O fim do fator previdenciário, no qual ficou acertado que ou será levado adiante um projeto que já tramita na Casa, de autoria do deputado Pepe Vargas (PT-RS), ou será feita uma articulação para derrubar o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à medida aprovada no ano passado; o fim da terceirização no setor público, pelo qual acertou-se a criação de uma comissão especial para reunir todos os projetos que versam sobre o tema; e a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho, que dificulta a demissão sem justa causa.
"Precisamos cada vez mais colocar a Câmara à disposição do mundo do trabalho e dos trabalhadores e avançar em algumas pautas que são importante também para o desenvolvimento do país", afirmou Maia, após o encontro.
"Vamos dialogar com o setor empresarial e permitir quem sabe no segundo semestre possamos avançar em algumas ações para melhorar a qualidade do trabalho no Brasil."
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