Brasília, segunda-feira, 19 de março de 2012 - 11:26
FAIXAS EXCLUSIVAS
Medidas no trânsito de Brasília são um paliativo, não a solução
Fonte: Portal Alô
Faixas só para ônibus não são única solução para grandes cidades, diz especialista

A implantação de faixas exclusivas para ônibus em grandes cidades, como vem ocorrendo recentemente no Distrito Federal, não é a única solução para atrair mais pessoas para o transporte público e, assim, diminuir o número de carros nas vias públicas.
Na avaliação do professor do Programa de Pós-Graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB), Paulo César Marques da Silva, o mecanismo melhora a qualidade do transporte público porque diminui o tempo da viagem, mas, ainda é preciso investir na qualidade e no aumento da frota.
"Para atrair o usuário do carro para o ônibus, não basta diminuir o tempo de viagem, tem que ter maior conforto, uma frequência maior, com mais oferta de veículos."
O especialista lembra que as faixas exclusivas são utilizadas em grandes cidades como Rio de Janeiro, São Paulo e Curitiba, e até mesmo em municípios pequenos, como Juiz de Fora (MG).
O objetivo da medida é distribuir melhor o espaço de circulação entre ônibus e carros. Segundo ele, nas vias do DF onde a medida foi implantada, cerca de 70% das pessoas que transitam no horário de pico viajam de ônibus e 30% estão nos carros.
"No entanto, a quantidade de carros é tão grande que satura a via e prende todo mundo, inclusive os passageiros de ônibus, que são em número muito maior."
Para o professor, o transporte público coletivo é a melhor maneira de garantir a universalização do direito à mobilidade.
"Não é sustentável a gente imaginar que todo mundo vai andar de carro, e que a cidade pode viver bem assim".
Ele lembra que em várias cidades do mundo, como Londres, existem espaços restritos à circulação de automóveis, inclusive com a cobrança para que os carros possam trafegar.
Usuários
Em Brasília, onde três grandes vias receberam faixas exclusivas de ônibus recentemente, a medida divide opiniões. O estudante Rodrigo dos Santos Monteiro, de 17 anos, acredita que a faixa de circulação exclusiva dos coletivos é uma boa solução para quem precisa utilizar o serviço.
"A faixa para os ônibus vai trazer benefícios (para os usuários) nas cidades satélites do Distrito Federal. O tempo de viagem melhorou um pouco, apesar das más condições dos ônibus e pelo fato de muitos motoristas ainda não respeitarem a faixa que é para a circulação dos ônibus e não para os carros", disse.
Já a vendedora Juliana Teixeira dos Santos, 27 anos, avalia que a faixa exclusiva não melhorou as condições do transporte público coletivo.
"Eu pego oito ônibus por dia e o transporte público ainda está péssimo e a cada dia fica pior. Demora muito para você pegar um ônibus, quando você consegue sempre está lotado de passageiros. O governo deveria colocar mais ônibus, com qualidade, para que reduzisse o número de carros na rua."
Segundo o governo do Distrito Federal, a criação das faixas exclusivas faz parte do novo modelo de transporte público que está sendo implantado, que também prevê a licitação para renovar a frota e as linhas de ônibus da capital, aberta em 2 de março.
Em breve, mais cinco vias do Distrito Federal ganharão corredores exclusivos.
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