A diretoria do SAEP se reuniu mais uma vez com a direção da Universidade Católica de Brasília (UCB), para tratar de assuntos de interesse dos auxiliares de ensino da instituição e cobrar a ampliação de direitos dos trabalhadores.

O encontro aconteceu na última quinta-feira (22), na própria universidade, com participação do diretor administrativo da UCB, Paulo Lara, e dos representantes jurídico e do Departamento de Pessoal.

Pelo SAEP participaram a presidente do Sindicato, Maria de Jesus da Silva, e os diretores Idenes de Jesus Sousa Cruz e Mário Lúcio Souto Lacerda, além do assessor jurídico da entidade.

Na reunião, os diretores do Sindicato apresentaram alguns pontos da proposta encaminhada para a instituição que não foram aprovados, como passivo da bolsa de estudos para os cursos lato senso e strictu senso e o auxílio alimentação na forma de cesta básica mensal.

O diretor administrativo da UCB, Paulo Lara, disse que o que for possível e legal, a instituição vai fazer. "O que estiver no meio desse caminho, nós vamos conversar", respondeu Lara.

Bolsa de estudos
Sobre a bolsa de estudos, os representantes da Católica sugeriram esperar a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) deste ano, que deve começar em maio, e colocar a cláusula com uma redação mais clara e adequada.

A presidente do SAEP, Maria de Jesus, explicou que na proposta formulada pelo Sindicato, que negocia a CCT há cinco anos, as cláusulas são sempre claras e específicas.

"Só que essa redação final da convenção não é a que o SAEP apresenta, na verdade, é bem diferente, porque o outro lado [patronal] também muda muito. E nós brigamos muito para melhorar essa redação", disse a presidente.

Além disso, Maria de Jesus chamou atenção para a importância de a Universidade Católica participar das mesas de negociação da CCT do ensino superior.

"Eu reitero a importância da Católica participar nas rodadas de negociação. A instituição [que é uma das maiores de Brasília e emprega quase 900 auxiliares de educação] precisa estar presente nas discussões", ressaltou Maria.

Os representantes da UCB afirmaram que a instituição tem interesse em ampliar a participação nas negociações, e que eles já foram cobrados pela direção para isto.

"A Ubec não pode ficar de fora da negociação de um documento tão importante, que nos afeta diretamente. A Católica é diferente, o objetivo não é empresarial, não é o lucro. Se ela tiver uma presença mais forte na mesa de negociação, podemos trazer benefícios para os trabalhadores", disse o diretor administrativo da UCB.

Auxílio alimentação
Em relação ao auxílio alimentação, direito sempre reivindicado pelo SAEP nas propostas de convenção e acordo coletivos, o diretor do Sindicato Mário Lacerda reiterou o pedido. Aliás, os negociadores sempre negam esta demanda tão básica da categoria.

"O que estamos pedindo é um auxílio na forma de cesta básica mensal. Já fizemos pesquisa sobre o impacto que a instituição pode ter e, de acordo com o Dieese, a recuperação disto se dará em três meses. A Católica então, que é uma instituição grande, vai recuperar em muito mesmo", disse Lacerda.

O diretor do SAEP explicou também que o benefício não compõe para efeito de férias e 13º salário. "O auxílio alimentação, quando há acordo entre as partes, não integra o salário. Esta é a proposta do SAEP", explicou Lacerda.

Paulo Lara, diretor da UCB, disse que a reivindicação é justa, mas explicou que o orçamento da instituição é todo "trancado".

"Eu não preciso ser convencido, eu acho isso [o auxílio alimentação] justo. Só que o justo não é o possível. Se os recursos estivessem disponíveis não teria problema", afirmou Lara.

E acrescentou: "Eu me preocupo, sei que tem gente que passa necessidade. Não somos materialistas, nós sabemos que a alimentação é importante e que R$ 200 para o trabalhador assalariado faz diferença. Não é porque não queremos, é que não podemos", disse o diretor da UCB.

No entanto, os representantes da Católica se comprometeram a analisar a proposta de acordo coletivo do SAEP para concessão do auxílio alimentação. "Se o acordo afasta o vínculo [compor o salário], é um caso a se pensar".

Convênios
Ainda na reunião, os diretores do SAEP apresentaram o novo convênio do Sindicato com a Masterclin, empresa com mais de 300 parceiros com diversos serviços para os auxiliares filiados ao SAEP.

Com mais este benefício, o Sindicato tem montado estandes nas instituições de ensino para apresentar e explicar os convênios e serviços para os trabalhadores em educação, além de entregar as carteirinhas dos filiados.

A Universidade Paulista (Unip) já recebeu o estande duas vezes e os diretores do SAEP solicitaram o espaço na Universidade Católica.

Os representantes da UCB apoiaram a iniciativa do Sindicato e vão colocar disponível um espaço na instituição durante cinco dias, que será agendado após a semana santa.

"Não tem custos e é bom para o funcionário, a gente apóia. Vocês tem um aliado para esta iniciativa do Sindicato", afirmou Lara.

A instituição vai divulgar um texto para os trabalhadores com uma breve explicação do convênio da Masterclin e com as datas que o estande do SAEP estará na Católica.

Campanha salarial 2012
Por fim, também ficou decidida na reunião dos diretores do SAEP com os representantes da UCB a realização de um encontro com os auxiliares de ensino da instituição para tratar da campanha salarial 2012.

Na oportunidade, será apresentada e discutida a pauta de reivindicações do ensino superior a ser negociada com o sindicato patronal (Sindepes).

A reunião vai ser agendada e comunicada para todos os trabalhadores da Católica por meio do site do SAEP e pelo boletim eletrônico enviado para os emails dos auxiliares cadastrados no Sindicato.