Preconceito dentro de escolas é generalizado, diz pesquisa

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Brasília, quinta-feira, 18 de junho de 2009 - 13:16

INCLUSÃO

Preconceito dentro de escolas é generalizado, diz pesquisa


Fonte: Jornal da Tarde

Deficiêncite físicos e mentais, seguidos pelos negros, pobres e homossexuais, são as principais vítimas. 99,3% dos entrevistado afirmam guardar algum tipo de preconceito

Estudo da Fipe mostra que a rede pública de ensino não consegue promover a inclusão e que o preconceito parte de todos: diretores, professores, pais e alunos; os deficientes são as principais vítimas, seguidos pelos negros.

Alunos com deficiência física ou mental são as principais vítimas do preconceito dentro das escolas. E as atitudes preconceituosas são vistas em quase todos colégios públicos do País, locais que por princípio zelam pela diversidade.

As conclusões constam em pesquisa inédita sobre preconceito e discriminação no ambiente escolar, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação.

Foram ouvidas 18.599 pessoas de 501 escolas públicas do País, entre alunos a partir dos 13 anos, professores, diretores, funcionários e pais dos estudantes.

Do grupo entrevistado, 99,3% das pessoas guardam algum tipo de preconceito e 99,9% delas mantêm distância dos discriminados.

Nas sete grandes áreas temáticas que fizeram parte da pesquisa, o preconceito contra portadores de necessidades especiais lidera os porcentuais de atitudes preconceituosas, com 96,5% dos entrevistados demonstrando algum grau de discriminação contra esse grupo. O preconceito racial ficou um pouco abaixo, com 94,2%.

Na outra baliza do estudo, que media o distanciamento social, 98,9% declararam preconceito contra o grupo de deficientes mentais, seguidos pelo grupo dos homossexuais, que sofrem algum tipo de resistência de 98,5% dos entrevistados.

"Pelos altos porcentuais, pode-se concluir que o ambiente escolar tem um componente preconceituoso bastante generalizado entre os pesquisados.

No geral, a maior parte das pessoas tem três, quatro ou cinco tipos de preconceito", afirma José Afonso Mazzon, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e coordenador da pesquisa.

Mazzon diz que o fato de os estudantes declararem, comparativamente com os outros participantes, mais atitudes preconceituosas indica que é necessário um trabalho mais abrangente com a comunidade escolar, especialmente com as famílias dos alunos.

"A pesquisa mostra que o preconceito não é isolado. A sociedade é preconceituosa. Logo, a escola também será. Esses preconceitos são tão amplos e profundos que são quase características da nossa cultura", diz o professor da USP.

A pesquisa mostrou também que pelo menos 10% dos alunos relataram ter conhecimento de bullying, situações em que alunos, professores ou funcionários foram humilhados, agredidos ou acusados injustamente.

A maior parte (19%) foi motivada pelo aluno ser negro. Depois, aparecem os pobres (18,2%) e os homossexuais (17,4%). No caso dos professores, parte do bullying está associada ao fato de ser idoso (8,9%).

O estudo ainda associou preconceito e desempenho. Nos colégios em que as manifestações de preconceito são mais intensas, houve menor desempenho na Prova Brasil, exame nacional de avaliação das escolas públicas.

Não se pode, porém, dizer que há relação direta de causa e efeito.

A pesquisa
O estudo foi feito por meio de questionários aplicados a alunos do 7º e 8º anos do ensino fundamental, do 3.º ano do ensino médio, da Educação de Jovens e Adultos e de pais, professores, diretores e funcionários.

Para cada frase colocada, eles diziam se concordavam ou discordavam dela, muito ou pouco. Para selecionar os entrevistados, foi calculada amostra representativa da população escolar brasileira da rede pública.









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