Brasília, terça-feira, 29 de março de 2011 - 14:14
APOIO POLÍTICO
Dilma tem habilidade para fazer conquistas extraordinárias, diz Lula
Fonte: Valor Econômico
Ex-presidente afirmou que presidente Dilma Rousseff "tem todo direito e liberdade de agir da forma que julgar conveniente agir", e enfatizou que "não há hipótese de haver divergências entre eu e a Dilma". Indagado do porque não, Lula retrucou: "Porque, quando houver divergências, ela estará certa", e riu
Luíz Inácio Lula da Silva deu em Lisboa sua mais longa entrevista, nesta segunda-feira (28), desde que deixou o governo.
Ao voltar do almoço no restaurante Tia Mariana, perto da embaixada brasileira, Lula quis escapar dos jornalistas que o esperavam, mas dona Marisa já no elevador tomou a iniciativa de dizer que falaria com ele para "responder umas duas questões" mais tarde.
Após reunião de quase duas horas com o ex-presidente português Mário Soares e o sociólogo Boaventura de Sousa Santos (que tem currículo de 80 páginas na internet), presenciada pelo embaixador brasileiro em Lisboa Mário Vilalba, Lula perguntou bem humorado aos dois repórteres: "Então, o que queres de mim?"
Liberdade
Indagado se via mudança na política externa brasileira no governo de Dilma, ilustrada com o voto contra o Irã recentemente, Lula respondeu que Dilma tinha o "direito e liberdade" de agir como quisesse, mas completou sério: "Eu não acredito que haja muitas mudanças, porque a companheira Dilma era governo quando nós fazíamos a política que fazíamos."
E foi adiante: "A presidente Dilma tem total liberdade. Já disse e vou repetir. Não há hipótese de haver divergências entre eu a Dilma", completando depois que se houver divergências, a presidente é que "estará certa".
"Sou um homem realizado por ter contribuído para eleger a Dilma presidente do país", acrescentou. "Ela tem caráter suficiente, habilidade suficiente, força política e moral suficientes para levar o país a conquistar coisas extraordinárias e só estou torcendo."
Silêncio
Lula observou que optou, nos primeiros meses após a posse de Dilma, se manter em silêncio. "Tenho me pautado em ficar em silêncio algum tempo, até junho, acho que é normal, desencarnando e deixando ela criar a cara dela".
Ao seu ver, "é preciso que o país tenha a cara dela, o governo tenha a cara dela, a política tenha a cara dela. Meu tempo passou, agora é o tempo dela e quero contribuir para ela ter todo o sucesso do mundo".
Política internacional
Ele apoiou o voto favorável do Brasil, e contra o Irã, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, para o envio de um relator especial para examinar eventuais violações pelo regime de Teerã. "Foi correto o voto do Brasil, de que [um relator] vá ao Irã investigar se há atrocidades contra os direitos humanos."
Para ele, quem tem de mudar de posição sobre o Irã é a Europa e os Estados Unidos, mencionando a questão nuclear.
"O que fizemos foi fazer o Irã aceitar uma proposta de acordo proposta pelos EUA, que o Ahmadinejad aceitou, mas os EUA e UE voltaram atrás para castigar o Irã. Defendo para o Irã o mesmo que defendo para o Brasil, a liberdade de ter o domínio da energia para fins pacíficos."
Militância
O ex-presidente anunciou que a partir da segunda quinzena de abril, retomará uma agenda "mais forte" junto à legenda e ao movimento social.
"Vou voltar à porta de fábrica em São Bernardo do Campo, na porta da Mercedes-Benz, da Ford e da Volkswagen. Apenas deixei de ser presidente da República, mas jamais serei um ex-militante político e social. Faz parte da minha vida, eu gosto e preciso."
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