A terceira edição da Marcha das Margaridas, que acontece nesta terça (16) e quarta-feira (17), planeja levar a Brasília milhares de trabalhadoras rurais, que exigem um modelo de desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

O encerramento da marcha na tarde do dia 17, no Parque da Cidade, deve contar com a participação da presidente Dilma Rousseff.

Um dos pontos fundamentais da mobilização este ano é o combate à violência no campo.

A preocupação pode ser explicada por dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra) mostrando que, entre 2001 e 2011, passou de 7% para mais de 20% a quantidade de mulheres na lista de ameaçadas de morte por conta da questão agrária no Brasil.

Durante os dois dias estão previstas manifestações diante dos ministérios, do Congresso Nacional e o lançamento de campanhas contra os agrotóxicos e pela reforma política.

Na sexta (12), as trabalhadoras rurais tiveram uma reunião no Palácio do Planalto com os ministros Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário e Social), Alexandre Padilha (Saúde), Izabella Mônica Vieira Teixeira (Meio Ambiente) e Iriny Lopes (Política para as Mulheres), para conhecer uma prévia da resposta do governo às reivindicações apresentadas no dia 13 de julho.

O encontro foi coordenado pelo Secretário-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

Segundo a coordenadora nacional da Marcha, Carmen Foro, um grupo de assessores da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) também esteve com as secretarias executivas de cada ministérios. "Em algumas áreas, há ambiente para avançar. Em outras, ainda há muito para construir", afirma.

"Além de marcar presença como a primeira grande atividade eminentemente feminina do governo Dilma, a marcha tratará de temas que atingem todas nós como o combate à violência, a igualdade salarial, o acesso à creche, a regulamentação do trabalho doméstico, a atualização dos índices de produtividade e o limite da propriedade da terra", ressalta Rosane Silva, secretária de Mulheres da CUT.

Marcha
Lançada em 2000, a Marcha das Margaridas acontece a cada três anos. Na última edição, em 2007, a mobilização reuniu cerca de 50 mil trabalhadoras rurais de todo o País.

A pauta de reivindicação girou em torno de temas como combate à violência, soberania e segurança alimentar e nutricional, terra, água e agroecologia, trabalho, renda e economia solidária, entre outros.

Marcha das Margaridas 2011

15 de agosto
A partir das 20 horas - Cidades das Margaridas disponível para as delegações.

16 de agosto
Madrugada – Chegada e acolhimento das delegações
5h30 – Café da manhã

A partir das 9 horas:
- Inauguração da Mostra Nacional da produção das Margaridas
- Painéis de debates:O desenvolvimento Sustentável
- Lançamento da campanha contra os agrotóxicos
- Lançamento da PL de iniciativa popular para Reforma Política
- Sessão solene no Congresso Nacional
- Ato no Congresso Nacional
- Exposição Fotográfica – Mulheres Trabalhadoras na Marcha das Margaridas – Trajetória de Lutas – Hall da Taquigrafia – Congresso Nacional

Noite: Abertura política da Marcha das Margaridas 2011
- Lançamento do CD "Canto das Margaridas"
- Noite-jantar
- Show com Margareth Menezes

17 de agosto
5 horas – Café da manhã
7 horas – Saída da Cidade das Margaridas para a Esplanada dos Ministérios
10 horas – Ato na Esplanada, em frente ao Congresso Nacional
15 horas – Ato de encerramento com a presença da presidenta Dilma, no Parque da Cidade
17 horas – Retorno das delegações aos estados