Trabalhadores querem mais direitos para enfrentar crise

Brasília-DF, quarta-feira, 18 de junho de 2025


Brasília, quinta-feira, 16 de abril de 2009 - 17:14

DIREITOS TRABALHISTAS

Trabalhadores querem mais direitos para enfrentar crise


Fonte: Vermelho

A redução da taxa de juros e a regulamentação de mais direitos para os trabalhadores são apontados como duas medidas importantes para combater os efeitos da crise econômica. As propostas foram levadas à comissão especial que analisa os efeitos da crise econômica mundial nos setores de serviços e emprego, que realizou, nesta quarta-feira (15), uma audiência pública para discutir o tema.

O representante da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Joílson Cardoso, um dos dois convidados, reafirmou a posição já assumida publicamente pela entidade e que é comum a das demais centrais sindicais. Para os sindicalistas, o momento é de ampliar os direitos trabalhistas para evitar que os empresários se aproveitem da crise para fazer reestruturação administrativa “de forma nefasta e não necessária”, enfatizou. Ele denunciou a gravidade de procedimentos dos setores industriais.

“Diante da crise, em que não se pode mensurar o que acontece no mundo do trabalho, qualquer tentativa de desregulamentação será prejudicial aos trabalhadores”, avalia o líder sindical.

Ele cobrou do Congresso a ampliação dos direitos dos trabalhadores, citando como exemplos a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a regulamentação da Convenção 158, que estão em tramitação na Câmara.

Joílson Cardoso atribui as demissões ocorridas nos setores industrias como resultante dos aspectos psicológicos da crise e que não correspondem a realidade. E citou as demissões no setor automotivo em dezembro. Em janeiro, com a manutenção do mercado aquecido, o setor teve que recontratar.

O representante da CTB disse que “se não fosse o governo – Executivo e o Parlamento – o Brasil não estaria nessa situação boa, como demonstraram os números apresentados por Carlos Ilton Cleto, o outro convidado da audiência. Para ele, a posição alcançada pelo Brasil é resultante da política do governo Lula de contraposição ao processo em curso de desmonte do Estado. E cobrou ainda do Parlamento regular o sistema financeiro de forma mais objetiva.

Rumo a seguir
O analista da CEF na área do FGTS, defendeu redução da taxa de juros, o que, segundo ele, exige do Banco Central uma postura mais ousada e arrojada. Ele apresentou uma série de números que demonstram que a inflação está convergindo para o centro da meta, por isso o governo pode insistir na política de redução da taxa de juros. Os dados apresentados também demonstram que o Brasil está em uma situação confiável, o que atrai investimentos do exterior.

Ele criticou a renuncia fiscal, mesmo admitindo que a medida ajuda, mas sugere que sejam adotados critérios mais rigorosos e contrapartida acompanhada com ampliação e manutenção dos empregos. Cleto disse ainda que o rumo que deve seguir para se desenvolver e manter os empregos é o da manutenção dos investimentos.

O deputado Vicentinho (PT-SP), relator da comissão, disse que o momento é de ouvir as contribuições que serão importantes para a sistematização das propostas que serão apresentadas pela comissão.

O deputado Paulo Rocha (PT-PA) defendeu a posição do representante da CTB, destacando que “se for verdade que todos estão se esforçando para o enfrentamento da crise, a gente não pode aceitar a idéia de que o setor produtivo transfira para os trabalhadores – com desemprego ou outro instrumento – a conta da crise, a despeito das medidas do governo de apoio às empresas.”

Mulheres
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que também participou da comissão, sugeriu que a comissão realize uma audiência para discutir o reflexo da crise na situação da mulher trabalhadora, lembrando que este mês o maior número de pedidos de seguro-desemprego no Distrito Federal foi feito por mulheres, o que demonstra que elas estão sendo mais penalizadas.

A parlamentar lembrou que a crise está batendo seletivamente nas mulheres. E disse que é preciso uma discussão sobre a crise com o corte de gênero considerando que as mulheres chefes de família não têm suporte como um homem que quando desempregado pode contar com a renda da mulher, por isso ela deve ser poupada com prioridade.

Ele citou ainda outros aspectos que colocam a mulher na base da pirâmide social. Na América Latina é onde tem a maior distância entre salários de homens e mulheres. E, no campo, a diária de uma mulher é equivalente ao valor de uma criança, que é menos da metade do valor pago a um homem.

A comissão sobre serviços e emprego é uma das cinco criadas pela Câmara para avaliar o impacto da crise mundial e propor ações para reduzir seus efeitos no País.









Últimas notícias

Notícias relacionadas



REDES SOCIAIS
Facebook Instagram

Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar em Estabelecimentos Particulares de Ensino no Distrito Federal

SCS Quadra 1, Bloco K, Edifício Denasa, Sala 1304,
Brasília-DF, CEP 71398-900 Telefone (61) 3034-8685
recp.saepdf@gmail.com