Brasília, terça-feira, 31 de março de 2009 - 11:49
MOVIMENTO SINDICAL
DF: mais de 2 mil vão às ruas avisar que não pagarão pela crise
Fonte: CTB
Reivindicações nacionais e necessidades locais

Em Brasília, a manifestação reuniu mais de 2 mil pessoas que fizeram caminhada saindo da sede do Banco Central, passando pelos ministérios do Trabalho e do Planejamento, terminando no Supremo Tribunal Federal (STF), pela garantia de empregos, direitos e contra a crise.
As reivindicações uniam as demandas nacionais e as necessidades locais. Os servidores do Governo do Distrito Federal (GDF) fizeram cobrança do governador José Roberto Arruda (DEM) de cumprimento da lei aprovada ano passado de reajuste salarial e denunciaram a "manobra" do governador que enviou projeto de lei para a Câmara Legislativa do Distrito Federal congelando salários até 2011.
Nos ministérios do Planejamento e do Trabalho, foi a vez dos servidores públicos cobrarem do governo federal o cumprimento dos acordos de reajustes salariais. João Lopes, representante da central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/DF anunciou que "se os trabalhadores não forem atendidos, nós vamos à greve".
Em frente ao STF, onde encerraram o ato, os representantes dos movimentos sociais deram o tom do discurso. Eles se manifestaram contra a criminalização dos movimentos sociais. Aos gritos de "Fora Gilmar Mendes (presidente do Supremo)", eles denunciam que o STF tem feito "vista grossa" aos assassinatos no campo.
Ao longo da caminhada as palavras de ordem eram contra o desemprego e a crise econômica. Em frente ao Banco Central, os manifestantes se posicionaram contra os juros altos e pediram a demissão do presidente do BC, Henrique Meirelles, devido sua resistência em reduzir os juros da taxa Selic é responsável por maior impacto da crise no Brasil.
Unificar para avançar
Para Móyses Leme, presidente da CTB-DF, o ato foi importante em razão de seu caráter unificado. "Nós da CTB-DF, avaliamos que o ato foi vitorioso primeiro porque conseguimos unificar as centrais sindicais, o que foi fundamental para o sucesso da desta mobilização que contou com a participação de mais de dois mil trabalhadores" declarou Leme.
"As centrais sindicais devem manter a união para combater os impactos da crise mundial sobre os trabalhadores, o desemprego, a exclusão social, a miséria e a marginalização dos movimentos sociais. Leme garante que é preciso iniciar a mudança com uma série de medidas que garantam os direitos dos trabalhadores. "Para começar a mudar esse cenário precisamos mudar os rumos da política econômica e social do governo, reduzir a taxa de juros (Selic), acabar os o superávit primário e facilitar o crédito para os trabalhadores e trabalhadoras", afirma.
A crise como muleta
A manifestação denunciou também a tentativa de golpe das multinacionais do setor automobilístico e das empresas como a Companhia Siderúrgica nacional-CSN e Embraer, que demitiram mais de 800 mil trabalhadores nos últimos cinco meses, mesmo tendo recebido mais de 8 milhões de injeção do governo nos últimos dez anos.
As centrais sindicais e entidades do movimento popular, sindical e estudantil como MST, UNE e Ubes, defendem movimento pela reestatização dessas empresas e pela readmissão dos demitidos.
Para as centrais sindicais e os movimentos sociais é importante manter a unidade e a mobilização contra o desemprego, pela manutenção dos direitos trabalhistas, pela reforma agrária e pela mudança na política econômica.
Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, avalia que no contexto da crise "é estratégica a unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais". Para ele, a agenda que une as forças sociais é um novo projeto de desenvolvimento, para que os trabalhadores consigam enfrentar a disputa política na sociedade em torno da crise.
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