Brasília, sexta-feira, 3 de abril de 2009 - 18:3
BRINCADEIRA SEM GRAÇA
Coceira causa pânico em escola
Fonte: Correio Braziliense
Adolescentes esfregam o fruto de uma palmeira nos colegas. Brincadeira acaba com 119 alunos no hospital. O susto foi grande. Sem risco de intoxicação, todos foram liberados e passam bem

A coceira se espalhou rápido pelo Centro de Ensino Fundamental Caseb, na 909 Sul. E, com ela, o pânico. Em meio ao tumulto, chegaram a dizer que um pó químico estava no ar do colégio e que ninguém escaparia da contaminação. A garotada se coçava da cabeça aos pés, gritava, chorava e ligava para os pais.
A confusão que envolveu bombeiros, policiais militares e civis, Vigilância Sanitária, Defesa Civil e fez até o governador José Roberto Arruda ligar para a escola, no entanto, não passou de uma brincadeira de mau gosto.
Era por volta das 7h de ontem. Os 800 alunos chegavam para a aula. Dois deles descobriram que os frutos de uma palmeira em frente à escola faziam coçar a pele. Aí decidiram aprontar. Encheram as mãos dos tais frutos e foram esfregando os caroços em quem viam pela frente.
Em pouco tempo, a irritação na pele havia atingido a turma toda do pátio. No início, os adolescentes, entre 11 e 14 anos, acharam graça. Mas não demorou muito para a vermelhidão e o inchaço começarem a preocupar.
A notícia da coceira generalizada chegou à direção, que acionou o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Com as sirenes ligadas, 10 carros entraram no estacionamento do colégio.
Ao todo, 119 crianças com reação alérgica foram levadas para os hospitais regionais da asas Sul e Norte. Com uniforme e mochila nas costas, os estudantes chegavam apavorados às emergências. Alguns, assustados, choravam. Uma aluna teve que ser carregada no colo pelos bombeiros.
Hran
Os mais calmos saíam do atendimento afoitos, doidos para contar o que havia acontecido. "Foram uns meninos que jogaram umas bolinhas na gente. Não sei o que é, só sei que coça e arde muito", disse Gabriel Aragão, 11 anos, sem camisa em frente ao Hran, onde 112 alunos foram atendidos.
"Eles foram esbarrando na gente com um negocinho que parece açaí", completou Rendrick Fogia, 12, que estava só de calção. "Minha roupa tá contaminada", explicou ele.
No Hran, seis pediatras e 20 enfermeiras foram escaladas para atender a garotada. "Tem médico se coçando lá dentro também", disse a chefe da pediatria, Maria Clara Martins. Ela foi à entrada do hospital tranquilizar os pais.
"Estão todos bem", anunciou. Os adolescentes tomaram banho com água e sabão e colocaram uma roupa do hospital. Foram medicados com antialérgicos — alguns com injeção nas nádegas — e levaram uma pomada para passar no corpo, caso a coceira voltasse.
"Nunca vi nada parecido", afirmou o bombeiro Alex Maia, que usou uma luva para mostrar o tal fruto tóxico. Um ônibus da corporação levou os adolescentes de volta para a escola. No primeiro banco, a aluna da 6ª série Gabriela Oliveira, 13 anos, ainda estava apavorada.
"Todo mundo estava rindo, mas de repente vi meu corpo empolando todo", contou, chorando. "Isso é normal, coisa de adolescente", aliviava o pai dela, o porteiro Francisco Chagas, 36.
A supervisora pedagógica do Caseb, Maria Isabel Campelo da Silva, informou que os dois responsáveis pela onda de coceira já tinham sido identificados e que havia possibilidade de eles serem transferidos da escola. Pouco depois, o diretor Edmilson Rodrigues pediu calma.
"Vamos levar o caso ao conselho escolar. Não podemos nos esquecer de que eles são adolescentes", ponderou.
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