Brasília, quarta-feira, 25 de novembro de 2009 - 16:52
TRÂNSITO
Estacionamento rotativo pode ser solução para DF
Fonte: Correio Braziliense
Audiência define cinco propostas para ampliação das vagas. Primeira hora pode ser gratuita
A falta de vagas nas quadras comerciais da Asa Sul foi debatida por mais de três horas em uma audiência pública nesta terça-feira (24), na Câmara Legislativa.
Da discussão, surgiram pelo menos cinco alternativas para amenizar o problema que irrita moradores e empresários.
A principal delas — que obteve o apoio de todos os integrantes da mesa — é a criação do estacionamento rotativo tipo Zona Azul, solução que chegou a ser implementada em 2003, mas que durou apenas uma semana.
A proposta pariu da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF). A ideia é que a primeira hora seja gratuita.
No entanto, não se falou em valores. Apenas, que a renda poderá ser transferida para entidades filantrópicas de apoio às crianças e aos adolescentes em situação de risco.
Mas, a maioria das sugestões veio do Sindicato dos Bares e Restaurantes (Sindhobar). É da entidade a proposta de viabilizar o uso dos estacionamentos ociosos do Parque da Cidade e do Autódromo.
"Mas, para isso, o governo precisa colocar polícia e transporte público até a W3. Do jeito que é hoje, eu mesmo não deixo meu carro lá, porque, quando voltar, ele terá sido roubado", ressaltou o presidente da entidade, Clayton Machado.
Também são do Sindhobar duas das propostas mais polêmicas. Transformar as pontas de quadras em estacionamento — jogando brita sobre a grama — e a abertura de uma rua no fundo das lojas.
Essas sugestões foram praticamente descartadas pelo representante do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Eduardo Rossetti, e pelo secretário de Ordem Pública, Roberto Giffoni.
O motivo é um só: elas reduzem a qualidade de vida do cidadão e ferem o tombamento de Brasília.
Os representantes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma), do Iphan e da Secretaria de Ordem Pública não deram sugestões, apenas comentaram o que pode ou não ser viável.
Mas, na avaliação do deputado Raimundo Ribeiro, a ausência do Departamento de Trânsito, da Administração de Brasília e da Secretaria de Segurança Pública prejudicaram o debate.
"São órgãos que efetivamente têm responsabilidade de resolver o problema e simplesmente ignoraram o debate", criticou. Segundo Ribeiro, as sugestões reunidas serão entregues ainda ao governador José Roberto Arruda.
Mentalidade
Além das opções de ampliação das vagas, todos concordam que é preciso mudar a mentalidade do consumidor e também do lojista. "O empresário e os funcionários não podem estacionar na porta da loja às 8h e sair às 18h. Tomam vaga do cliente deles e dos outros", afirmou Marta Cury, vice-presidente da ACDF.
Propostas apresentadas:
- Estacionamento rotativo tipo Zona Azul
A primeira hora é gratuita. A partir disso, o condutor paga uma taxa para deixar o carro. O sistema seria administrado pela Associação Comercial de Brasília e a renda transferida para uma entidade de assistência a jovens e adolescentes em situação de risco.
- Estacionamento do Parque da Cidade e do Autódromo
Os motoristas usariam as vagas ociosas nesses dois locais. Mas, para isso, o governo teria que garantir policiamento e transporte público até as quadras comerciais. Uma das opções seria o zebrinha.
- Vagas subterrâneas
A construção de estacionamentos subterrâneos a cada duas quadras e também nas 900. Isso possibilitaria a abertura de novos espaços para os carros sem ferir o tombamento da cidade. É uma proposta a médio e longo prazos e que exige investimento alto.
- Viela nos fundos das lojas
Abertura de uma rua no fundo de cada bloco das quadras comerciais onde somente os comerciantes poderiam estacionar seus carros. O espaço também seria uma alternativa para carga e descarga. Foi totalmente descartada pelo Iphan por ferir o tombamento de Brasília.
- Transformação das áreas verdes nas pontas das quadras em estacionamento
Foi a primeira sugestão dos lojistas após o início da operação fila dupla em que o Batalhão de Polícia de Trânsito passou a exigir do condutor que respeite o código de trânsito ao parar o carro. Cobrir a grama com brita não está entre as opções do governo por reduzir a qualidade de vida e ferir o tombamento.
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