CCT 2010: patrões querem aumentar lucro à custa do trabalhador

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Brasília, sábado, 14 de agosto de 2010 - 13:15      |      Atualizado em: 20 de agosto de 2010

ENSINO SUPERIOR

CCT 2010: patrões querem aumentar lucro à custa do trabalhador


Por: Daiana Lima

SAEP não aceita retrocesso e apresenta proposta mínima

DL

Consideramos uma tentativa de retirar direitos o resultado da assembleia patronal apresentado ao SAEP pelo Sindepes, na última quinta-feira (12), na 7ª rodada de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2010 do ensino superior.

A reunião dos empregadores deveria, na prática, discutir a melhoria da contraproposta apresentada pelo SAEP. Era o que o Sindicato aguardava já que a primeira contraproposta patronal ficou bem abaixo da proposta do SAEP.

No entanto, os patrões deram mais uma demonstração do tamanho do desrespeito e do desinteresse por uma política de valorização dos trabalhadores.

As propostas apresentadas, anteriormente, pela comissão de negociação do Sindepes foram reduzidas, algumas até retiradas.

"Nós tivemos uma regressão. Foi uma assembleia tumultuada, movimentada, até mais do que eu esperava", disse o presidente da comissão dos empregadores, Roberto Esteves Lima.

Lucro sobe e salário diminui
A presidente do SAEP, Maria de Jesus, rebateu a proposta apresentada quando lembrou que a economia brasileira nos últimos anos só tem crescido.

"Vocês reclamam, reclamam, mas, nós estamos num país em que a economia só está crescendo. Estamos na capital do país e vocês apresentam esse salário rebaixado", rebateu Maria.

Maria lembrou também que "o setor de educação é uma das áreas que mais se arrecada, que mais tem lucro".

O diretor do SAEP Mário Lacerda afirmou que, da mesma for que os empregadores retrocederam, o Sindicato quer avançar. "Assim, haverá um impasse", disse.

"Aí eu quero ver como é que vocês [empregadores] vão fazer com o passivo do Banco de Horas. Acho muito difícil avançar nessa proposta", afirmou o diretor.

Mário criticou o Sindepes por aceitar instituições de ensino com várias irregularidades participarem da formulação de propostas para os trabalhadores.

"Como é que se ouve uma instituição que atrasa salários, não deposita FGTS, INSS e agora quer passar essa conta para o auxiliar?", indagou Mário.

Isso demonstra que os patrões querem se manter no mercado, aumentar seus lucros e dividir as despesas com o trabalhador, pagando salários baixíssimos.

O SAEP não aceita esse retrocesso.

Lágrimas de crocodilo
O presidente da comissão que representa os empregadores, Roberto Esteves Lima, disse estar também decepcionado com a atitude dos patrões.

"Maria, eu choro junto com vocês", afirmou o representante do Sindepes, Roberto Esteves.

"Chamar a assembleia dessa vez foi uma decepção. Estamos tentando construir uma proposta equilibrada e eles [os patrões] vêm e dizem para retirar várias coisas", desabafou Esteves.

Se para os próprios representantes dos patrões foi uma decepção a proposta apresentada, imagina para o auxiliar de educação, com baixos salários, direitos desrespeitados e desvalorização do trabalho.

São com os trabalhadores, auxiliares de ensino, que os empresários da educação querem dividir as despesas e continuar acumulando lucro e riqueza.

Proposta patronal
A proposta apresentada pelo Sindepes, aprovada na assembleia patronal é a seguinte:

- Recomposição plena do INPC
Proposta do SAEP contemplada

- Abono no valor de R$ 90
O SAEP reivindica duas parcelas de R$ 350

- Piso de R$ 580 para função que não exige nível médio, e R$ 630 para função que exige nível médio
Na 5ª rodada de negociação o Sindepes propôs piso de R$ 600 para função que não exige nível médio, e R$ 650 para função que exige nível médio. Ou seja, houve um retrocesso na proposta

- Banco de Horas sem redução e extrato do banco só quando for solicitado pelo trabalhador
O SAEP quer redução do BH para 70 horas, extrato trimestral obrigatório e quando solicitado pelo trabalhador

- Bolsa de estudos de 85% - para quem trabalha há mais de 5 anos na instituição, e 70% - a partir dos 6 meses de trabalho

Proposta mínima do SAEP
Ainda na reunião de negociação, os representantes do SAEP apresentaram uma proposta mínima que pode ser aceita para assinar a CCT 2010 do ensino superior.

- Piso de R$ 600 para função que não exige nível médio, e R$ 650 para função que exige nível médio, como apresentada na 5ª rodada de negociação;

- Ganho real de 1%;

- Abono salarial de R$ 200 pago em duas vezes;

- Bolsa de estudos de 100% - para quem está há mais de 5 anos da instituição, 85% - para quem está há mais de 3 anos, e 70% - a partir dos 6 meses de trabalho;

- Recomposição plena do INPC;

- Redução do Banco de Horas para 70 horas e extrato do banco trimestral obrigatório e quando solicitado pelo trabalhador.

Uma nova assembleia dos empregadores vai ser realizada na próxima semana. Após isso, a proposta elaborada pelo Sindepes será apresentada para os diretores do SAEP em uma nova rodada de negociação.









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