Brasília, quinta-feira, 3 de setembro de 2009 - 17:17
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
Projeto obriga escolas brasileiras a ter só merenda "saudável"
Fonte: Folha Online
Coxinhas e balas podem ficar no passado do lanche escolar. Medida se justifica pelo alto índice de obesidade infantil

Um projeto de lei que tramita na Câmara quer obrigar instituições públicas e privadas de ensino infantil e fundamental (até 14 anos) a só vender e oferecer aos alunos "alimentos saudáveis".
O texto não define o que seria proibido e remete a uma regulamentação posterior. Para o Conselho Federal de Nutricionistas, alimentos com muito sal, gordura ou açúcar e, principalmente, industrializados deveriam ser vetados.
Segundo o autor da proposta, essa medida se justifica pelo alto índice de obesidade infantil e do surgimento de doenças crônicas.
"Pelo menos durante o tempo em que estão na escola, nossas crianças e jovens devem estar livres da pressão e tentação de consumo de produtos inadequados ao seu desenvolvimento saudável", afirma o autor, deputado Lobbe Neto (PSDB-SP).
Para José Augusto Lourenço, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, o consumo de produtos saudáveis deve ser incentivado, mas não imposto.
"No shopping é liberado. Se é proibido, é proibido em todo o lugar. E acho um absurdo uma lei determinar como alguém vai se alimentar."
O Ministério da Saúde afirma que é favorável ao mérito do projeto, que vai na linha de uma portaria de 2006 - ela orienta as escolas a promoverem hábitos alimentares saudáveis.
Para tanto, "é necessário aumentar a oferta e o consumo de frutas, legumes, verduras e cereais integrais e reduzir alimentos preparados com elevadas quantidades de açúcar, sal e gordura", diz Ana Beatriz Vasconcellos, do ministério.
"Escola fez bem"
Algumas escolas já praticam esses hábitos. O Colégio Marista de Brasília, há dois anos, mudou os produtos na cantina.
Chocolate industrializado, refrigerante, bala e fritura foram cortados. Mas os alunos podem comprar brigadeiro e bolo caseiros, salgados assados e pizza.
Ainda assim é preciso bom senso, afirma Rosane Nascimento, presidente do conselho de nutricionistas. "Bolo de chocolate não pode no dia a dia."
Esse termo "saudável" pode enganar, diz Beatriz Salles, 40, mãe de três filhos na escola. "Você pensa que vai ter só sanduíche natural, fruta e suco.
Mas aqui há opções que as crianças gostam. E também o pai manda outro lanche, se achar que é o caso."
Aluna do sexto ano, Brenda Oliveira, 10, já aprendeu. Por que proibiram o pastel? "Pela gordura. A gente sente falta, mas a escola fez bem", disse.
A mudança está em discussão na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e precisa ser analisada pelo Senado.
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