Paulo Paim volta a defender mínimo de R$ 560 em discurso no Senado

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Brasília, quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011 - 14:41      |      Atualizado em: 17 de fevereiro de 2011

PISO NACIONAL

Paulo Paim volta a defender mínimo de R$ 560 em discurso no Senado


Fonte: DIAP

reprodução

Reafirmando a defesa que vem fazendo há dias, o senador Paulo Paim (PT-RS) voltou a defender, nesta segunda-feira (14), em plenário, a antecipação de parte do reajuste do salário mínimo a ser pago a partir de janeiro de 2012.

Seria concedida uma antecipação de cerca de três pontos percentuais dos 15% do índice de reajuste do mínimo previsto para 2012, correspondente ao aumento do produto interno bruto (PIB) em 2010 somado à inflação de 2011.

Tal antecipação elevaria o valor do salário mínimo já em vigor (R$ 540) para R$ 560 - enquanto o governo propõe R$ 545.

Paim observou que R$ 15 de acréscimo significam cerca de 60 pães franceses a mais na mesa do trabalhador a cada mês. Citando o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Paim destacou a alta de 15,8% no custo da cesta básica.

Segundo ele, um reajuste menor do mínimo deverá provocar perdas importantes para os trabalhadores, sobretudo para os mais pobres das regiões Norte e Nordeste, onde a inflação está mais alta.

Paim rebateu ainda crítica publicada na última edição do jornal francês Le Monde Diplomatique, com relação ao menor valor, em dólares americanos, do salário mínimo no Brasil, em comparação a outros países da América Latina.

"Não posso deixar de lembrar aqui que, antes do governo Lula, o salário mínimo valia US$ 70. E hoje vale, pelo poder de compra, US$ 280 dólares, ou seja, multiplicamos por quatro no governo Lula", disse.

Leia, abaixo, os principais trechos do discurso de Paulo Paim:

"Todos sabem que trato desse tema há cerca de 30 anos na Casa, e há quem diga que tratar de salário mínimo é coisa de velho. Entendo que tratar do salário mínimo é coisa de velho, de jovem, de criança, de adolescente, porque é de interesse de todo o povo brasileiro".

"Sempre trabalhei aqui nesse sentido (do entendimento) e isso sempre foi possível com o Presidente Lula. (...) Então, dialogarmos, discutirmos, colocarmos na pauta o debate do salário mínimo, e não apenas dizermos sim ou não, tudo isso faz parte do jogo e da própria democracia. Por isso, continuo insistindo que é possível, sim, construirmos um entendimento para o salário mínimo".

"Vou lembrar aqui alguns dados, sr. presidente. As centrais, num primeiro momento, pediram R$ 580. Depois, sabiamente, disseram: "Não, vamos para R$ 560 e pode ser como antecipação a ser descontada no ano que vem, quando a inflação mais o PIB vão dar em torno de 14% para o salário mínimo".

"Quando a inflação mais o PIB vai dar em torno de 14% para o salário mínimo. Ora, para chegar nos R$ 560, que são R$ 15 a mais, não dá nem 3%; dá exatamente 2,75%. Um reajuste em torno de 2% resolveria todo esse impasse, com o apoio das centrais, das confederações, da Cobap, e, consequentemente, quem ganharia com isso são os trabalhadores".

"Alguém diz: "Mas, R$ 15,00 é ridículo." Ridículo talvez para quem ganha R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil, R$ 30 mil, mas, para o trabalhador, significa exatamente 60 pães a mais na sua mesa. Eu penso que o trabalhador que está com a necessidade, dois pãezinhos por dia não é importante? Claro que, para mim, é importante. Para quem ganha pouco, R$ 10, R$ 15, R$ 20, R$ 30, claro que é, sim, muito importante".

"Eu queria colocar alguns dados para o nosso debate e repito: sempre na linha da construção do entendimento. O que eu não consigo aceitar é que dizem para mim, às vezes, o seguinte: "Não, o salário míniimo não dá. Mas vai ter correção da tabela." Isso não dá para aceitar. Por amor de Deus! Tabela é acima de R$ 1.500. Nós estamos falando de um salário mínimo de R$ 550, R$ 560. Querer dizer: "Não dou aumento para o mínimo e reajusto a tabela."

"Aí não dá. Esse tipo de raciocínio não dá. Mas vamos a alguns dados que eu acho interessante para a nossa reflexão aqui. Segundo o Ipea, nos últimos doze meses, a média mensal da cesta básica subiu 15,8%. Isso foi publicado também em boletim do Banco Central."

"A cesta básica sofreu um aumento de 15,8%, que é aquele parâmetro de que depende a vida dos trabalhadores. O economista Mansueto Almeida, do Ipea, reconhece que um reajuste menor, na atual conjuntura, pode gerar, sim, uma grande perda para quem ganha pouco. E aí eu quero avançar nessa discussão".

"Ninguém tem dúvida aqui de que os mais pobres é que serão atingidos. O mais grave ainda: a inflação está mais alta nas regiões mais pobres do Norte e do Nordeste. Segundo ainda o Banco Central, no último trimestre de 2010, o Índice de Preço ao Consumidor Amplo - IPCA - ficou acima da média nacional nessas regiões: 2,78%, 2,49%, quando a média nacional foi de 2,23%."









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