A nova diretoria do SAEP quer criar uma nova cultura nas relações entre o Sindicato e as instituições de ensino. Mais especificamente em relação às demissões em massa em períodos de férias, nos finais de ano e recessos e no meio do ano.

Neste sentido, foi realizada reunião, nesta segunda-feira (15), na sede do SAEP, com o representante da Unip (Universidade Paulista), Geraldo Magela. Pelo Sindicato, participaram Jane Aparecida, diretora de Finanças, e José Maria, assessor da entidade.

A Unip demitiu cerca de 70 funcionários em dezembro e quer homologar essas dispensas. O SAEP entende que, em situações dessa natureza, é preciso dialogar com o Sindicato. E isto gerou impasse. No entanto, na reunião pôde-se dialogar sobre o problema, a fim de buscar uma solução que minore os problemas dos trabalhadores demitidos.

Para isso, o SAEP defende uma agenda de benefícios e compensações que reduza o grande sacrifício dos trabalhadores que são demitidos no atual momento do país. "Em situações de crise econômica fica muito mais difícil a recolocação no mercado formal de trabalho", lembrou o assessor sindical. A diretora Jane Aparecida reforçou o argumento: "o trabalhador é a parte mais fraca nessa relação".

Posição patronal

O representante da Unip, Geraldo Magela disse que o melhor caminho é o diálogo com o Sindicato. De um lado, a entidade quer reverter as demissões, de outro, o empregador diz que reduzindo-se o número de matrículas/alunos precisa fazer adequações no seu quadro funcional.

O papel do Sindicato não é pura e simplesmente fazer as homologações como se escritório da instituição de ensino fosse. Por princípio e dever como representantes da categoria, o papel do SAEP é questionar essas dispensas, sobretudo nesse momento de crise porque passa o País.

Este é o impasse em torno dessas demissões. Sobre o novo posicionamento do SAEP em relação às demissões em massa clique aqui.

Mediação sindical

Como defensores dos auxiliares em administração escolar, os representantes sindicais têm afirmado que as homologações só serão agendadas pelo SAEP depois de prévias conversas para buscar alternativas às demissões.

Se não for possível previamente encontrar outros caminhos que não sejam as dispensas desses trabalhadores e trabalharas, os representantes patronais terão de se reunir com o Sindicato para construir propostas compensatórias às demissões.

No caso particular da Unip, na reunião desta segunda, o SAEP apresentou algumas sugestões que o representante da Unip se comprometeu a levar para seus superiores e dar uma resposta "em no máximo até quarta-feira, mais tardar", ponderou.

As propostas do SAEP para compensar e diminuir o prejuízo dos assalariados que perderam a renda com a demissão são:

1) recontratação, pelo menos, de quatro funcionários(as) que mostraram interesse em continuar na empresa;

2) indenização pecuniária no valor de um salário base da categoria para os dispensados;

3) garantia de alocação desses trabalhadores em curso de qualificação, requalificação profissional para que possam se colocar novamente no mercado formal de trabalho; e

4) concessão de uma cesta básica, por três meses, no valor de R$ 100 para aqueles que não sejam contemplados pelos itens 1, 2 e 3.