Brasília, quinta-feira, 13 de agosto de 2009 - 15:25
ATAQUES À UNE
Repúdios marcam posse da nova diretoria
Fonte: Vermelho
Parlamentares de diferentes siglas criticaram os constantes ataques feitos a UNE pela chamada grande imprensa

Presente na posse da nova diretoria da entidade, realizada nesta quarta-feira (12), no auditório Freitas Nobre, da Câmara dos Deputados, o ex-presidente da entidade, deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), disse que as críticas não surpreendem porque são a repetição de um processo que já levou o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a depor numa CPI em 1963, quando presidia a entidade.
Segundo o deputado, a entidade que é taxada de governista e sem representatividade, precisa enfrentar com amplitude e coragem as acusações, como tem feito, e continuar defendendo "os interesses da juventude, do povo e do Brasil".
Ele citou como exemplo prático o ato de posse da nova diretoria, encabeçada por Augusto Chagas, que reuniu deputados e senadores do DEM, PSDB, PTB, PP, PDT, PSC, PSB, PSol, PT, PMDB e PCdoB, além de representantes de diversas entidades do movimento social que lotaram o auditório.
"São as mesmas forças, correntes políticas e ideológicas que persistem nessa atitude diante da UNE. Na época, a entidade era acusada de ser ligada ao Governo João Goulart, embora tivesse posições independentes e até muito críticas. Serra defendeu-se muito bem (na CPI), aliás, enfrentou aquelas forças e hoje elas repetem o mesmo processo contra a atual direção da UNE", disse Aldo.
Temer dá conselhos
O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), presente no local, afirmou que as críticas da mídia não podem impressionar os dirigentes da entidade e deu um conselho: "Eu já sofri muito (com as críticas), tentem argumentar e contra-argumentar. O melhor método é esse".
Temer ainda afirmou que a posse da UNE no espaço da Câmara representava simbolicamente a participação da juventude na atividade política. "A Câmara dá um exemplo e um incentivo para que a juventude ingresse na política", disse.
O senador João Pedro (PT/AM), presidente da CPI da Petrobras, foi mais duro. Segundo ele, é preciso repudiar essa tentativa de desqualificar uma entidade que é orgulho do povo e da juventude brasileira.
"Quero repudiar esses ataques, essa articulação leviana contra uma entidade que não deve nada a ninguém, principalmente a esses setores atrasados e retrógrados", argumentou.
No mesmo tom, o senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), ironizou e disse que "chapa branca" (governista) é a grande mídia no Brasil que leva a maioria esmagadora dos recursos de publicidade dos governos federal, estadual e das estatais.
"A UNE respondeu bem ao dizer que se essa mídia, que recebe montanhas de recursos do governo, deixasse algum dia de receber, a UNE também não receberia um centavo", provocou.
Segundo ele, os estudantes conseguem os recursos no processo de mobilização e não de forma dadivosa. Criou as condições por sua trajetória de luta e relações políticas. "É tanto que praticamente todos os partidos estão nesta posse."
O deputado Chico Alencar (PSol/RJ) disse que a melhor forma da UNE combater as críticas é a mobilização dos estudantes. "Não há possibilidade de um país sem estudante consciente e mobilizado (...) Vocês tem esse compromisso vital, biológico eu diria", afirmou.
O líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida (BA) considerou que os setores mais retrógrados da sociedade não toleram o prestígio que a entidade adquiriu por pensar o Brasil e mobilizar tanta gente.
"A oposição organizada no Brasil não quer entender e aceitar um projeto democrático com participação popular, por isso, reage atacando uma instituição como a UNE", diz.
"A posse da UNE dentro do Congresso tem uma grande simbologia. A entidade máxima dos estudantes respondeu aos críticos que está disposta ao debate, com todas as opiniões e tendências políticas. A UNE não tem medo do debate", destacou a deputada Manuela D´Ávila (PCdoB/RS), considerada pelos dirigentes da UNE como legítima representante da juventude na Câmara.
O deputado Cláudio Vignatti (PT/SC) disse que uma entidade combativa como é a UNE sempre vai sofrer ataques. São criticas, que na sua opinião, demonstram que os estudantes estão no caminho certo.
Na condição de relator do projeto que libera recursos para a reconstrução da sede da entidade no Rio de Janeiro, ele foi ovacionado ao convocar os parlamentares a aprovarem o projeto por unanimidade.
Argumentos dos estudantes
O novo presidente da UNE para o biênio 2009-2011, Augusto Chagas, disse que a entidade sofre os ataques sistemáticos da mídia porque não atua a serviço dos interesses da elite brasileira.
"A UNE vive um momento de prestígio e de força. Com certeza nós vamos, na prática, com mobilização e a rede do movimento, responder a esses ataques e demonstrar a força e a capacidade da UNE em ajudar o país nas transformações que precisa".
A ex-presidente da entidade, Lúcia Stumpf, destacou que a entidade nunca foi atrelada a qualquer governo durante todos os seus 72 anos de existência.
Disse que no Governo Lula as portas do diálogo foram abertas numa relação de independência e autonomia, diferente do governo anterior de Fernando Henrique Cardoso.
"Graças ao diálogo conquistamos o Reuni e ProUni (programas que concedem bolsas em instituições de ensino privado) e avanços significativos na qualidade da educação. A UNE reafirma que sempre estará ao lado daqueles que lutam por um Brasil melhor", disse Stumpf.
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