Brasília, terça-feira, 20 de janeiro de 2009 - 16:16
MOBILIZAÇÃO
BA: contra juros altos, desemprego e crise entidades fazem manifestação no BC
Fonte: CTB
Manifestação contra os juros altos, dia 21 de janeiro, quarta-feira,10h, Banco Central, na Avenida Garibaldi, Salvador

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que o total de desempregados no mundo será acrescido em pelo menos 20 milhões de pessoas. Isto mostra que a classe dominante mundial quer transformar a classe trabalhadora na principal vítima da crise. No Brasil, as centrais sindicais se uniram e anunciaram um Pacto da Ação Sindical para enfrentar os efeitos da crise econômica – sobretudo a risco de desemprego em massa.
Mobilização e juros altos
Segundo Adilson Araújo, presidente da CTB Bahia, os trabalhadores reagem à crise em nível nacional com mobilizações exigindo a garantia dos empregos. "Estamos mobilizados em todo o Brasil e acreditamos que só a unidade da classe trabalhadora e ações pontuais como manifestações de massa e paralisações mostrando nossa indignação, podem combater que o ônus da crise não recaia sobre nossos ombros. Iremos às ruas para exigir uma redução da taxa básica dos juros (Selic), que atualmente está em 13,75%, porque para nós é necessário evitar as conseqüências da crise combatendo suas causas, entre elas, os juros altos," disse.
Demissões e pacto sindical
O Pacto da Ação Sindical será encaminhado aos governos federal e estaduais, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e aos governadores. O documento foi discutido na última semana em São Paulo, por lideranças de cinco centrais - CTB, Força Sindical, UGT - União Geral dos Trabalhadores, NCST - Nova Central Sindical dos Trabalhadores e CGTB – Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.
Além de defenderem, mais uma vez, a redução da jornada de trabalho, as centrais cobram mais compromissos dos governos. Exigem, por exemplo, que empresas e setores econômicos beneficiados com recursos públicos apresentem contrapartidas sociais, como a garantia de emprego. Só a General Motors (GM) — uma das montadoras mais contempladas com incentivos do Governo — demitiu 744 trabalhadores de sua fábrica em São José dos Campos.
Diversas empresas, em todo País, da indústria de borracha, metalúrgicas, com destaque para a de autopeça, e na Bahia a Ford, Continental, Bridgestone e outras, concederam férias coletivas, e algumas fizeram demissões como a Yazaki em Feira de Santana. Depois de muita pressão das entidades sindicais e mobilização das categorias, empresas anunciaram medidas para conter a crise.
Os ricos que paguem a crise
O presidente da CTB é enfático em afirmar que o argumento da crise para as demissões em massa não convence os trabalhadores. "Continuaremos reivindicando melhorias nas condições de trabalho, e, sobretudo, emprego, porque somos testemunhas que as produções em larga escala beneficiaram apenas aos patrões. Por isso defendemos que os ricos paguem a crise gerada pela ganância dos altos lucros e da especulação no sistema financeiro". Concluiu.
Conheça o Pacto da Ação Sindical
As Centrais Sindicais reafirmam a importância da unidade dos trabalhadores e enfrentam o impacto da crise financeira mundial, que está afetando drasticamente o emprego e o crescimento da economia brasileira, adotando o seguinte Pacto da Ação Sindical, que consiste na defesa das seguintes propostas:
1. Exigência de contrapartidas sociais, especialmente a garantia dos empregos, de todas as empresas/setores econômicos, beneficiados com recursos públicos (empréstimo, isenção fiscal, etc.);
2. Fim das horas extras;
3. Eliminação do banco de horas;
4. Redução imediata, de pelo menos dois pontos percentuais da taxa básica de juros (Selic);
5. Redução substancial do "spread" bancário dos bancos públicos e privados;
6. Ampliação das parcelas do seguro desemprego;
7. Ampliação dos aportes financeiros do fundo de amparo ao trabalhador, destinados à qualificação da mão de obra;
8. Autorização para que o trabalhador possa utilizar até 20% (vinte por cento) da sua conta do FGTS no Fundo de Infra-estrutura (FI-FGTS); e
9. Manifestação em todo o Brasil no próximo dia 21, em frente ao Banco Central, em São Paulo, pela redução da taxa de juros.
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