Dia da conquista do voto feminino: 93 anos de luta e os desafios para a igualdade de gênero na política brasileira

Brasília-DF, quarta-feira, 12 de março de 2025


Brasília, segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025 - 17:47

Dia da conquista do voto feminino: 93 anos de luta e os desafios para a igualdade de gênero na política brasileira


Por: Por Romênia Mariani

Em 24 de fevereiro de 1932, o Brasil deu um passo decisivo para a inclusão das mulheres no processo democrático ao conceder o direito de voto. Essa conquista histórica representou um avanço significativo na luta pela igualdade de gênero no país. O direito foi consagrado pelo Código Eleitoral Brasileiro, sancionado por Getúlio Vargas, após décadas de mobilização das mulheres.

Reprodução: TSE
Código Eleitoral de 1932 permitiu o voto feminino e criou a Justiça Eleitoral.

Hoje, 93 anos após essa conquista, é inegável a importância desse marco, mas a realidade da participação feminina na política ainda deixa a desejar. Embora as mulheres representem mais de 50% da população brasileira e 53% do eleitorado, sua presença nos espaços de decisão política continua tímida. Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, o sufrágio feminino tornou-se universal, garantindo o direito de votar e de ser votada. No entanto, a luta por igualdade na política segue em curso.

O movimento sufragista brasileiro, que desde o início do século XX contou com figuras emblemáticas como Bertha Lutz, Leolinda Daltro e Celina Guimarães, foi fundamental para que esse direito se tornasse realidade. Porém, a luta das mulheres no Brasil vai muito além da conquista do voto. Mulheres pioneiras, como Alzira Soriano, a primeira prefeita da América Latina, e Celina Guimarães, a primeira mulher a votar no Brasil, pavimentaram o caminho para um futuro mais justo. Contudo, a participação política das mulheres, tanto no executivo quanto no legislativo, ainda está longe de refletir a paridade de gênero que se espera.

Dados recentes revelam uma disparidade alarmante: na Assembleia Legislativa de Roraima, por exemplo, apenas 20% das cadeiras são ocupadas por mulheres, e na Câmara dos Deputados, a representatividade feminina não chega a 13%. Embora a Lei de Cotas de Gênero, aprovada em 2018, tenha sido um avanço, ela ainda não é suficiente para mitigar as discrepâncias. O financiamento desigual de campanhas, a resistência de muitos partidos em apoiar candidaturas femininas e as dificuldades estruturais enfrentadas pelas mulheres para alcançar cargos políticos de destaque são apenas alguns dos obstáculos presentes.

É urgente que a política brasileira adote medidas mais eficazes para promover a igualdade de gênero nas esferas de poder. A implementação de políticas afirmativas que garantam maior presença feminina nas candidaturas e nos partidos políticos é essencial para avançarmos rumo a uma democracia mais representativa.

A luta por mais mulheres nos espaços de decisão política é, antes de tudo, uma luta pela democratização do poder e pela construção de uma sociedade mais plural e inclusiva. Neste dia histórico, é necessário reconhecer os avanços conquistados, mas também os desafios que ainda persistem, reforçando o compromisso de continuar a luta pela paridade e pela representatividade das mulheres em todas as esferas da política brasileira.

Publicação original da Contee.









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