Brasília, quinta-feira, 16 de março de 2017 - 23:34 | Atualizado em: 25 de abril de 2017
REFORMA TRABALHISTA
Sindicalistas rejeitam papel decorativo no debate
Por: Por Railídia Carvalho
O encontro teve a participação das centrais de trabalhadores, ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e o relator da proposta da reforma, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN).
Além da CTB, o encontro reuniu representantes da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Sindicatos Brasileiros (CST), Nova Central Sindical de Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Conlutas, Intersindical e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). As entidades fazem parte do grupo de trabalho criado pelo ministério do Trabalho para debater a reforma trabalhista e construir alternativas aos pontos que ameaçam direitos dos trabalhadores.
"O regime de urgência foi retirado mas criaram uma comissão especial na Câmara. Houve boa vontade do ministro, mas o ritmo é outro. Estamos perdendo tempo aqui dentro", declarou o secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), João Paulo Ribeiro (JP) em reunião nesta quinta-feira (16) sobre a proposta de reforma trabalhista enviada por Michel Temer ao Congresso Nacional.
O desabafo de João Paulo questiona o grau de seriedade com que está sendo encarado pela comissão especial e governo o esforço das centrais no debate da reforma trabalhista. Nesta semana foi criada uma Comissão Especial para acelerar o processo de tramitação do Projeto de Lei (PL) 6787/2016) que trata do tema. Para os sindicalistas, a comissão enfraquece a decisão anterior feita pelas centrais de retirada da proposta do regime de urgência.
"Se o relator está fazendo uma comissão e não vai olhar todos os projetos em tramitação não adianta. Marinho respondeu dizendo que faria o possível, mas não deu garantias. Ou seja, não vai haver seriedade nesse debate se não monitorarmos isso e cobrarmos uma discussão séria do governo com o movimento sindical. Caso contrário, enquanto estivermos negociando aqui, o governo estará lá acelerando outros projetos, fazendo comissões especiais e tirando a gente do foco principal que é essa legislação”, enfatizou JP.
Falta de sintonia
O dirigente da Nova Central, João Domingos, que ainda preside a Confederação Nacional dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), também afirmou que não vê sinalização do governo em mudar o texto da reforma trabalhista.
“Achamos a atitude do ministro em dialogar positiva, mas registramos que há uma falta de sintonia entre o posicionamento, os encaminhamentos do MTE - que são absolutamente aceitáveis para o movimento sindical - e o que diz, por exemplo, o ministro da Casa Civil, o ministro da Fazenda e os líderes do governo do Congresso”, afirmou Domingos.
De acordo com ele, o processo de debate e apresentação de propostas precisa ficar mais claro. “Porque senão ficamos com a impressão de que estamos apenas dialogando, negociando, entre aspas, com o governo, apenas para legitimar uma proposta que ele não vai abrir mão, na medida em que ela continua avançando no Congresso Nacional". Domingos afirmou que a reforma trabalhista proposta pelo governo Michel Temer "é catastrófica e revoga toda a legislação laboral do país".
JP esclareceu que a atual proposta não foi elaborada com o apoio das centrais como a imprensa tem divulgado. “Jamais vamos assinar acordo com um governo que propõe o negociado sobre o legislado. Quanto à questão da modernização, com certeza estaremos dispostos, ajudaremos na elaboração de leis mais modernas, acho que isso está correto. Agora, com responsabilidade e sem atropelos".
Na próxima terça-feira (22) as centrais devem se reunir com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) para discutir a tramitação da reforma trabalhista.
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