Brasília, terça-feira, 15 de julho de 2025 - 14:30
Distribuição de renda no Brasil retrata desigualdades racial e de gênero
Estudo da Oxfam aponta que 63% da riqueza no País está concentrada em apenas 1% da população. Esses recebem renda média mensal 36,2 vezes superior à dos 40% considerados mais pobres, segundo IBGE

De acordo com a Oxfam — confederação internacional contra a pobreza e a desigualdade, presente em mais de 90 países — os 50% dos brasileiros mais pobres detêm apenas 2% do patrimônio nacional.
Cerca de 63% da riqueza está concentrada em apenas 1% — resultado de heranças, monopólios ou conexões com poderosos. Só 0,01% da população possui 27% dos ativos financeiros.
Recortes racial e de gênero
O prejuízo racial fica nítido quando pesquisadores identificam tendência a rendas de pessoas brancas ser 70% mais alta do que a de negras.
Nos últimos 10 anos, homens brancos concentraram 20% da renda nacional. Mulheres negras ficaram com apenas 4%.
De acordo com dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o rendimento médio mensal do 1% mais rico foi R$ 21.767, em 2024.
Significa renda média mensal 36,2 vezes superior que os 40% mais pobres. Entre os 10% mais ricos, a diferença é de 13,4 vezes.
Novos aristocratas
Segundo a Oxfam, a concentração de riqueza entre bilionários, em todo o mundo, cresceu 3 vezes mais rápido no ano passado, em comparação a 2023. Somou US$ 2 trilhões, só em 2024, e US$ 33,9 trilhões a mais, desde 2015.
Valor repassado por meio de doações em heranças e teria potencial para criar “nova oligarquia aristocrática que tem imenso poder em nossa política e em nossa economia”, segundo aponta a organização internacional. E, ao mesmo tempo, “seria suficiente para eliminar a pobreza global anual 22 vezes”.
As investigações da Oxfam em nível nacional e internacional levam em consideração os contextos político e econômico de cada momento em que os dados foram apurados e analisados.
Lula amplia debate sobre equidade
O governo do presidente Lula (PT) está mobilizado na luta pelo equilíbrio fiscal no Brasil. Iniciativas como isenção de IR (Imposto de Renda) para até R$ 5 mil, alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e tributação de heranças e fortunas vieram à tona, neste 3º mandato, e enfrentam resistências da oposição no Congresso e também dos ricos.
Não só o Brasil, mas outros países do mundo debatem a tributação mais eficaz de pessoas super ricas. Medida busca viabilizar a melhor redistribuição de riquezas — geradas por toda a sociedade — e, assim, reduzir a desigualdade.
Com esse objetivo, durante a 4ª Conferência Internacional de Financiamento para o Desenvolvimento da ONU (Organização das Nações Unidas), no início deste mês, Brasil e Espanha apresentaram proposta conjunta de cooperação internacional para tributação de grandes fortunas.
O debate percorre também as reuniões de grupos do G20 e do Brics — foro de articulação político-diplomática de países que formam o chamado Sul Global, que busca cooperação internacional e o tratamento multilateral de temas globais —, que concentram esforços em torno da pauta do desenvolvimento, que possui respaldo em fatos e números.
Países que compõem o Brics
Atualmente, o grupo conta com 11 países-membros e 10 países-parceiros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Os países-parceiros são: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã.
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