Brasília, quarta-feira, 18 de março de 2009 - 17:21 | Atualizado em: 20 de março de 2009
MERCADO PROFISSIONAL
Mercado formal de trabalho volta a crescer
Fonte: CTB

O índice de empregos formais no Brasil voltou a crescer timidamente em fevereiro após três meses de queda. O mês registrou um saldo positivo entre demissões e demissões de 9.179 mil vagas com carteira de trabalho assinada, de acordo com os dados do Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados divulgados nesta quarta-feira (18) pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego).
Foram contratados 1.233.554 empregados e demitidos 1.224.375 no segundo mês do ano. A demissão de mais de 1,2 milhão de trabalhadores (as) no mês mais curto do ano reflete o abusivo e alarmante grau de rotatividade da mão-de-obra no Brasil, que atinge pelo menos um terço dos assalariados e é um dos maiores (senão o maior) do mundo.
A alta rotatividade, que não encontra paralelo nos países do chamado 1º Mundo, é um instrumento que o capitalista usa e abusa para arrochar salários e reduzir ou flexibilizar direitos sociais.
Muito embora positivo, foi o pior índice registrado em fevereiro nos últimos dez anos. Em 2008, no mesmo mês, foram criadas 204.963 mil novas vagas. "O saldo é pequeno, mas é positivo", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, em entrevista à imprensa para anunciar os números.
Reação
Relatório do Ministério ressalta que "o comportamento favorável, embora modesto, demonstra uma importante reação do mercado de trabalho formal brasileiro" em um ambiente de crise global.
Nos últimos três meses, o Brasil havia registrado – por efeito da crise financeira mundial - quedas consecutivas no número de vagas formais, com cortes, respectivamente de 40,82 mil postos de trabalho em novembro, 654 mil em dezembro e 101,74 mil vagas formais fechadas no primeiro mês de 2009.
Para compensar somente as perdas de janeiro, será preciso criar mais 92.569 empregos no País. Mas Lupi espera ultrapassar essa marca já no mês de março, com a criação de mais de 100 mil postos. Ontem, Lupi havia adiantado que o saldo do Caged para fevereiro havia sido positivo, mas estimou que haviam sido criadas 20 mil novas vagas formais no mês.
Setores e regiões
Dentre os oito grandes setores da atividade econômica, cinco apresentaram desempenho positivo em fevereiro: Serviços (57,5 mil novos postos), Administração Pública (14,4 mil postos), Construção Civil (2,8 mil postos), Agricultura (957 postos), e os Serviços de Utilidade Pública (807 postos). Em contrapartida, os setores de Indústria de Transformação e Comércio tiveram quedas, respectivamente de 56,5 mil e 10,2 mil desligamentos.
No recorte geográfico, três Estados das cinco regiões tiveram elevação no nível de emprego. No Centro-Oeste foram cerca de 19 mil novos postos formais, com destaque para Goiás, com 8 mil novos postos.
A região Sul teve aumento de 8,9 mil postos, à frente do Sudeste, com 4,1 mil novos empregos formais em fevereiro. Norte e Nordeste registraram queda na geração de empregos, com 6,2 mil e 16, 6 mil desligamentos no mês passado, respectivamente.
O comportamento do mercado formal de trabalho em fevereiro é uma boa notícia, na medida em que sinaliza um arrefecimento da crise econômica. A recuperação, porém, é ainda tímida.
Economistas do Dieese estimam que 2,3 milhões de jovens ingressam anualmente no mercado de trabalho do Brasil e isto significa que, em média, a economia nacional precisa gerar mais de 190 mil novos postos de trabalho a cada mês apenas para estabilizar o nível de desemprego. Qualquer número inferior a este sinaliza necessariamente aumento da taxa de desemprego.
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