Após se reunir com os auxiliares de ensino da Universidade Católica de Brasília (UCB), e ouvir as reivindicações dos trabalhadores, a diretoria do SAEP procurou a direção da universidade para cobrar soluções e propor melhorias das condições de trabalho para os auxiliares.

Participaram do encontro, realizado na última semana de novembro, dia 28, a presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, e os diretores do Sindicato Idenes de Jesus Sousa Cruz, Mário Lacerda e Ozair Nunes.

Representando a UCB, participaram o reitor da universidade, Cícero Ivan Ferreira Gontijo, o diretor administrativo, Paulo Lara, e o representante do departamento pessoal da instituição.

"O SAEP tem contribuído com as relações de trabalho ao ouvir os trabalhadores e chamar a direção das instituições para uma conversa", disse o diretor do Sindicato, Mário Lacerda.

Veja os itens levados pelo SAEP para reunião com a direção da UCB:

- Plano de cargos e salários: verificar situação de empregados que exercem a mesma função e tem salários diferentes.

- Direito retirado: denúncia de pessoa que tinham o direito de duas bolsas de estudo e foi retirado.

Representantes da Católica afirmaram desconhecer qualquer caso de retirada de bolsa, e que a CCT garante apenas uma.

- Bolsa de estudos: universidade não repassou o aumento do desconto, de 70% para 85%, a partir de três anos na mesma instituição, para trabalhadores que cursam pós-graduação.

UCB entende que a convenção garante a bolsa apenas para a graduação, por isso foi criada uma portaria interna para os cursos lato sensu e stricto sensu (pós-graduação, mestrado e doutorado). No entanto, como o SAEP insiste que o entendimento da universidade está equivocado, a instituição vai passar a questão para o Jurídica da Católica e, posteriormente, encaminhar o parecer para o Sindicato.

- Jornada noturna: SAEP pediu para que seja cumprida uma jornada especial para quem trabalha em horário especial, que é o caso dos auxiliares que trabalham a noite e de madrugada. A proposta é de uma jornada de trabalho 12 x 36 (trabalha 12 horas seguidas e depois folga 36 horas).

Os representantes da UCB afirmaram que não é possível mudar o quadro todo de empregados, pois esse horário é extremamente necessário, já que a instituição funciona 24 horas por dia. No entanto, disseram que quando há possibilidade de troca de horário, é possível fazer a mudança.

- Doação de sangue: casos de trabalhadores que doaram sangue e, mesmo com atestado, não tiveram o descanso de 24 horas, como garante a legislação.

Segundo os representantes da Católica, não há nenhuma restrição para doar sangue, nem indeferimento de atestados, pelo contrário, a instituição apóia a atitude, inclusive faz campanhas de doação de sangue.

- Auxílio alimentação: diretores do SAEP entregaram minuta de acordo coletivo propondo a implementação do auxílio alimentação em forma de concessão de cesta básica mensal para todos os trabalhadores. Esta é uma política de valorização dos trabalhadores que o Sindicato tem levado para as instituições de ensino.

A direção da UCB afirmou que a ordem da mantenedora é reduzir despesas. Por isso, por enquanto, será difícil atender esta reivindicação. "Nosso objetivo agora é brigar para não haver demissão. A Católica quanto mais ganha, mais investe. Queremos manter os trabalhadores, pois sabemos que o valor está nas pessoas".

Questionando esta posição, a presidente do SAEP, Maria de Jesus, perguntou se o Sindicato pode descartar a possibilidade de receber cerca de 120 demissões no fim do ano, como sempre acontece, já que o objetivo é de manter os trabalhadores e não haver demissões.

"Com certeza. Depois que mudou a reitoria houve pouquíssimas demissões. A briga é para manter as pessoas", afirmou o diretor administrativo, Paulo Lara.

O diretor do SAEP insistiu na necessidade de atender esta reivindicação dos trabalhadores, já que, segundo Lara, a Católica não tem patrão interessado no lucro.

"Dentro dessa política de a instituição não ter lucro e investir em pessoal, nada mais justo do que essa reivindicação da cesta básica", ressaltou Lacerda.

O representante da UCB, Paulo Lara, explicou que, para ele, é uma reivindicação justa, mas, "existe uma diferença entre o que é justo e o que é possível.

"Num momento mais oportuno podemos avançar nessas questões", disse Lara.

Os diretores do SAEP levaram, ainda, questões de casos particulares, autorizados pelos trabalhadores, para cobrar soluções da universidade.

Os representantes da Católica afirmaram que a instituição está de portas abertas para o Sindicato tratar de todos os casos pessoais, sem prejuízo para os trabalhadores.

Após a discussão de cada item da pauta da reunião, ficou acordado que a instituição vai preparar um documento com a posição da UCB sobre cada reivindicação e encaminhará para o SAEP.