O jornal Correio de Santa Maria, veículo com maior circulação na cidade, em sua edição de fevereiro e março, reproduziu as denúncias e ações do SAEP contra a Creche Gotinha de Luz.

Desde 2010, o Sindicato acompanha o drama dos funcionários da instituição que têm seus salários atrasados constantemente e seus direitos trabalhistas são desrespeitados pela direção da creche.

Com distribuição gratuita, o impresso é considerado o principal jornal de Santa Maria. E em sua 96ª edição, publicou na página 3, matéria sobre a situação da Gotinha de Luz e as ações do SAEP.

Veja abaixo a íntegra da matéria ou clique aqui e acesse o jornal

SUPOSTAS IRREGULARIDADES NA PRESTAÇÃO DE CONTAS NA CRECHE GOTINHA DE LUZ EM SANTA MARIA  DEIXAM MIL E QUATROCENTAS CRIANÇAS SEM AULA

Por Correio de Santa Maria

Em Santa Maria, as mil e quatrocentas crianças matriculadas nas duas unidades da creche Gotinha de Luz estão sem aulas. A creche, que era subsidiada através de um convênio com o governo, além de ter os recursos cortados pelo GDF e se encontrar temporariamente fechada, seus gestores tiveram que encarar de perto os protestos de mães que tinham seus filhos na instituição e de funcionários que estão há mais de 5 meses sem receber os pagamentos.

Revoltados, mães e funcionários fecharam o trânsito na principal avenida (Alagados) da cidade e depois, protestaram em frente ao portão da creche Gotinha de Luz, chamando à atenção dos transeuntes para a atual situação de uma creche que já foi uma das melhores do Distrito Federal.

Algumas mães que não quiseram se identificar, criticaram a postura da direção da creche por não ter iniciado as atividades no prazo previsto, 9 de fevereiro, e por não haver  esclarecido antecipadamente a situação por qual passava a instituição, e agora, por não ter com quem deixar os filhos, estas, estão sendo obrigadas a se virar por conta da situação existente.

Inconformada com a situação, a mãe Gisele Rodrigues explicou que como precisa trabalhar para o sustento da família reveza a os filhos nas casas da vizinha, avó e comadre.

Segundo a Secretaria de Educação, o convênio com a creche não foi renovado devido as irregularidades na prestação de contas, e, por esse motivo, os funcionários que há cinco meses não viam a cor do dinheiro irão continuar sem receber o pagamento, porém esta não é a única preocupação da Monitora Aline Azevedo.

"O que a gente precisa é de uma resposta concreta para essas mães que estão desesperadas por não terem aonde deixar suas crianças, e para nós que precisamos pagar nossas contas. Pois, existem funcionários que já foram despejados de suas casas por atrasos dos aluguéis", disse.

Ciente do momento que está passando, a mãe Ana Cláudia, que não tem com quem deixar os filhos, lamentavelmente, foi demitida. "Fui mandada embora do emprego porque tive que faltar uns dias para cuidar de meus filhos, mas o patrão  sequer deu ouvido às minhas explicações se limitando a dizer que o fato explica mas não justifica, explicou a mãe.

Outros funcionários, mais revoltados, fizeram graves acusações a diretoria da instituição quanto ao atraso dos pagamentos, utilização da verba do convênio e aumento do patrimônio particular destes, porém, não interessou a equipe do CSM se aprofundar no assunto, até porque, se houver veracidade nas denúncias a competência em resolvê-las será única e exclusiva da justiça.

Procurada pela imprensa comercial e alternativa, a diretoria da creche Gotinha de Luz não foi encontrada e a única explicação à comunidade e pais de alunos estava em um cartaz afixado no portão de entrada advertindo que não há previsão para o início das aulas.

Preocupados com a situação, representantes da Secretaria de Educação garantiram que estão tomando providências para que as crianças não sejam prejudicadas. Os mesmos explicaram ainda que em 2011 mantinham 42 convênios com várias creches, e que, somente a creche Gotinha de Luz foi cancelado devido a gravidade das irregularidades encontradas na prestação de contas.

Um representante do Saep, que esteve no local acompanhando o protesto da categoria, salientou que tais atitudes já vem sendo adotada pela creche desde o ano de 2010, cujas ações foram divulgadas no site www.saepdf.org.br, com cópia da matéria distribuída aos presentes, e segue  transcrita abaixo. (na íntegra).

Enquanto trabalhadores têm salários atrasados, patrimônio da dona da escola tem crescido bastante

Por  Daiana  Lima

SAEP volta a denunciar mais uma instituição de ensino com várias irregularidades em relação às leis trabalhistas e sérias acusações de burlar a Justiça. É a Creche e Escola Infantil Gotinha de Luz, de Santa Maria, que é uma das instituições de ensino do Distrito Federal que recebe recursos do governo local, cerca de R$ 400 mil por mês, e tem aproximadamente 900 alunos matriculados.

Apesar de todos esses recursos financeiros, a creche atrasa o pagamento dos salários dos auxiliares de educação, desconta o FGTS dos trabalhadores e não deposita na conta vinculada, além de ser denunciada por assédio moral. Para aumentar ainda mais o lucro da escola, segundo relato de moradores vizinhos, a Escola Gotinha de Luz aluga o espaço da instituição para eventos e festas, como por exemplo, casamentos e aniversários.

Patrimônio maior
Mas, ainda assim, a direção da escola alega falta de recursos para regularizar as pendências financeiras com os trabalhadores da instituição. Entretanto, apesar da justificativa pelos desrespeitos aos direitos trabalhistas, há vários sinais de que o patrimônio da dona da Creche Gotinha de Luz tem crescido bastante.

É comum ver o estacionamento da escola cheio de carros luxuosos que, com certeza, não pertencem aos auxiliares de educação que constantemente tem seus salários atrasados.

Construção irregular
Além disso, segundo denúncias recebidas pelo SAEP, a dona da Gotinha de Luz está construindo outra escola, uma obra grande e com vários sinais de irregularidades, como falta de alvará de construção e sem placa do engenheiro responsável, como exige a legislação.

Como se vê, a Creche e Escola Gotinha de Luz têm usado o importante setor da educação para fazer riqueza, sem preocupar em cumprir a lei e respeitar os direitos dos trabalhadores, que são imprescindíveis e fundamentais.

Representação sindical
E para enfraquecer a representação sindical dos trabalhadores, a escola engana os auxiliares de educação e diz que não é o SAEP seu representante legal. Assim, comete mais uma irregularidade, ao descumprir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

O SAEP é o representante legal dos auxiliares da Escola Gotinha de Luz e vai continuar lutando pelo direito dos trabalhadores, para que faça cumprir a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a CCT na instituição. Colega auxiliar, não deixe que seus direitos sejam descumpridos, denuncie e procure o Sindicato para fazer valer seus as conquistas dos trabalhadores.

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Fale com o SAEP pelos telefones 3034-8685/91765902, ou pelo nosso endereço eletrônico: atendimento@saepdf.org.br.

Fonte: Correio de Santa Maria - edição fevereiro/março