Chuva intensa causa transtornos

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Brasília, terça-feira, 7 de abril de 2009 - 19:6

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Chuva intensa causa transtornos


Fonte: Correio Braziliense

Volume de água nos seis primeiros dias de abril soma mais que todo mês de março

Agência Brasil

Mau tempo não dará trégua na semana santa e, com ele, vêm os buracos nas pistas e aumenta o perigo nas áreas de risco.

O mês de abril começou com muita chuva no Distrito Federal. Só nos primeiros seis dias do mês, choveu mais do que março inteiro, quando foram registrados 81mm. Até o fim da tarde de ontem, já tinham caído 105mm.

A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que, até sexta-feira, o volume de água ultrapasse a média histórica calculada para abril, que é de 123,8mm.

Como consequência dos constantes temporais, buracos começaram a aparecer nas ruas, alagamentos podem ser vistos em pontos isolados, crescem as erosões em áreas de risco e a quantidade de água no Lago Paranoá se aproxima do seu limite.

Os técnicos da Companhia Energética de Brasília (CEB) registraram um aumento de 30cm no volume do lago no último fim de semana.

Com isso, o espelho d´água atingiu a marca de 1.060 metros cúbicos, próximo do limite, de 1.080 metros cúbicos. Se as águas subirem mais do que isso, as comportas da Barragem do Paranoá precisarão ser abertas.

Com a chuva, os buracos se espalham pelas pistas em Taguatinga e Ceilândia. Já no Plano Piloto, no Setor Policial Sul, em frente à sede da Polícia Militar, um buraco tem atrapalhado o trânsito. Carros pequenos conseguem desviar sem grandes dificuldades. Mas veículos grandes, como ônibus, não têm a mesma facilidade.

Em uma área verde entre Taguatinga Norte e Vicente Pires, a quantidade de chuva pode ser medida pela profundidade das áreas alagadas no terreno. No ponto de maior alagamento, a água atinge 50m.

A aposentada Lázara Antônio de Souza, 74 anos, costuma usar o terreno como atalho e não gosta de ver tanta água parada. "Sempre que chove, ficam essas poças imensas, que devem ter mosquito, e ninguém faz nada", reclamou.

Segundo Maurício Canovas, que responde pela diretoria de urbanização da Novacap, as lagoas formadas entre as duas cidades fazem parte do projeto de urbanização da Vila Estrutural.

"Como estamos pavimentando a região, precisamos construir essas lagoas de retenção, para que as águas das chuvas não corram direto para os córregos e provoquem erosões. A água acumulada nesses locais vai para os córregos, mas com uma velocidade muito menor", detalhou.

Preocupação
Para quem mora em áreas consideradas de risco a preocupação é maior. É o caso dos moradores do Condomínio Privê, em Ceilândia. Eles vivem ao lado de uma enorme erosão que avança na direção das casas e da BR-070.

Nas últimas semanas, surgiu um buraco mais próximo das residências, que deixou a vizinhança em estado de alerta. "Passei por aqui outro dia e estava tudo normal. Me deu um frio na espinha quando percebi a fragilidade do terreno e que podia ter caído lá dentro, quando o buraco abriu", contou o motoboy Elieude de Jesus Lopes, 24 anos.

A Defesa Civil chegou a colocar uma placa próxima da erosão para alertar a população sobre o perigo. Um plano para resolver o problema também foi traçado, mas ainda não tem data certa de execução.

"O que se precisa fazer ali é um trabalho de drenagem para evitar o alargamento da erosão, que já atingiu nascentes, o lençol freático e tem provocado assoreamento de rios", explicou o major Toni Monteiro Belinho, chefe do Núcleo de Vistorias da Defesa Civil.

O Condomínio Privê é uma das 14 áreas de risco mapeadas pela Defesa Civil no DF (veja quadro), assim como a Vila Rabelo, em Sobradinho II, e a Vila Matadouro, no Riacho Fundo I. Na Vila Rabelo, 134 casas estão localizadas na beira de um vale onde o risco de desabamento é muito alto.

Já a Vila Matadouro é formada por 52 barracos sem estrutura nenhuma e que podem ser inundados pelo córrego que passa próximo do local. Também existe perigo de uma enxurrada ou incêndio causar danos graves aos moradores da localidade, que abriga mais de 100 crianças.

As chuvas devem continuar até o fim do mês. A semana santa, portanto, será com tempo nublado a encoberto, com pancadas de chuvas e trovoadas concentradas na parte da tarde. As precipitações só devem parar no começo de maio.

Unaí
Os temporais preocupam também moradores de estados vizinhos. Em Unaí, município mineiro localizado a 150km de Brasília, parte deles foi dormir, ontem, sob a ameaça das águas do Rio Preto, que corta a cidade.

A Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta de enchente para Unaí às 13h, após a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) comunicar a abertura das comportas da Hidrelétrica de Queimados, distante 190km do centro da cidade de quase 80 mil habitantes.

Segundo a estatal, as águas liberadas da represa chegariam ao centro urbano após as 18h, com mais intensidade a partir das 24h. Até as 20h, o nível do Rio Preto, para onde vai a água da barragem, havia subido 2m. Sete famílias ribeirinhas haviam sido retiradas de casa por causa da ameaça de inundação. Outras 11 estavam à espera de socorro.

FIQUE ATENTO
As principais áreas de risco do DF*:
Vila Rabelo, em Sobradinho II
Vila Matadouro, no Riacho Fundo I

Condomínio Privê, Vila Madureira, condomínio Pôr-do-Sol, Chácaras Pantanal e Cachoeirinha, em Ceilândia

Vila Cauhy, no Núcleo Bandeirante

Comunidades Alto Bela Vista e Queima-Lençol, na Fercal

Ocupações irregulares nas quadras 1, 5 e 11 do Varjão

Vila São José, em Taguatinga

(*) Algumas regiões já foram desocupadas pela Defesa Civil, mas continuam sendo fiscalizadas para impedir novas invasões. 









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