Brasília, segunda-feira, 4 de maio de 2009 - 17:8
GRIPE SUÍNA
H1N1: Brasília tem dois suspeitos
Fonte: Correio Braziliense
Criança é internada no Hran após mãe notificar gripe durante voo. Um homem recebe tratamento no hospital

Brasília entrou na rota do combate direto à ameaça da gripe suína. Neste domingo a Secretaria de Saúde do Distrito Federal indicou que há dois casos suspeitos e um em monitoramento.
A estudante Viliane da Silva Aguiar, 24 anos, vivia havia dois anos e meio em Barcelona, Espanha, e resolveu voltar ao Brasil para visitar os pais em Rondônia, trazendo a filha, Ana Hilda, de um ano e sete meses.
A menina teve febre e catarro cinco dias atrás, segundo a mãe. Durante o voo da TAM de São Paulo para Rondônia, com escala em Brasília, Viliane escutou um aviso sonoro. Com medo de problemas, achou melhor comunicar que a filha tinha ficado gripada.
Até ontem a Espanha contabilizava 40 infecções pelo vírus H1N1. O segundo caso suspeito é de um homem internado no Hran desde a manhã de ontem.
Assim que chegaram ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, na manhã deste domingo (3), Viliane e a filha foram levadas por funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran), centro de referência para tratar suspeitas de gripe suína na capital.
"Eu não deveria ter saído da Espanha", disse a mãe, arrependida. Ela contou que os médicos colheram sangue dela e da filha para exames. Também pretendiam interná-las por 10 dias.
"Eu não quero ser internada aqui, porque quero ir embora para Rondônia. Não é justo comigo e com minha família", revelou ao Correio, destacando que não se importaria caso a internação fosse perto de casa. De acordo com Viliane, a Anvisa tinha proibido a empresa aérea de deixar que ela embarcasse no próximo voo para Rondônia, na noite de domingo.
O gerente-geral de portos e aeroportos da Anvisa, Paulo Coury, explicou à reportagem que a criança está sob cuidado do Estado. "Na realidade não houve recusa da mãe em momento algum, foi só a falta de compreensão com a questão da saúde pública.
Mas agora está tudo resolvido, a criança já está internada e a mãe vai ficar no isolamento junto com ela", afirmou Paulo. Questionado se o Estado pode intervir, caso o suposto doente com gripe suína se recuse a participar de exames, o funcionário respondeu: "Em nome da saúde, o Estado pode fazer uma porção de coisas, mas isso até agora não foi necessário".
Paulo também reconheceu que Viliane "está altamente ansiosa para chegar ao seu destino final". Segundo ele, será necessário um prazo entre 24 e 48 horas para um exame diagnosticar a causa do mal-estar da criança. Já a subsecretária de Atenção à Saúde do DF, Disney Antezana, disse ao Correio que "a partir do momento em que o exame chega ao Instituto Adolfo Lutz, 72 horas é o prazo que foi dado".
No caso de pessoas com suspeita de gripe suína cujo destino não for Brasília, e que prefiram ser internadas em hospitais próximos aos familiares, Disney explicou que a análise será individual.
"Nós lidamos com essa situação, Brasília é um ponto onde os aviões fazem escala e que eventualmente as pessoas vão parar aqui. A Anvisa vai detectar (as suspeitas), junto com a Infraero. A Secretaria de Saúde tentará dar a resposta mais correta a esse casos", esclareceu.
Sem máscara
Procurada pela reportagem, a TAM informou que desconhece o fato de que algum passageiro com os sintomas da doença tenha sido transportado pela empresa neste domingo (3), de São Paulo para Brasília, ou em qualquer outra rota nacional. Viliane viajou de São Paulo a Brasília sem utilizar máscara.
"Foi a bordo do avião que ela sentiu isto e não temos máscaras disponíveis para todos os voos domésticos", esclareceu Paulo. Ele disse que por enquanto a máscara é usada em voos provenientes do México e alguns dos Estados Unidos. "Não existe ainda a informação de outros voos que tenham a necessidade de máscara".
O funcionário da Anvisa explicou como é feito o procedimento nos aeroportos. "Existe um informe sonoro dentro do avião, pedindo para que alguma pessoa vinda de áreas afetadas, com sintomas de febre alta e tosse, se identifique ao comandante. O piloto passa a informação para a torre de controle e isso alerta todo um processo de fiscalização mais acurada", disse Paulo.
Ele contou que a Anvisa está intensificando a fiscalização e a entrega de informações na porta da aeronave assim que ele encosta na plataforma de embarque (finger). E lembrou que o informe sonoro é dado nos voos internacionais e domésticos para que as pessoas se identifiquem e a saúde pública tome as providências.
Sintomas
Com o objetivo de evitar a disseminação do vírus e reforçar a vigilância no país, o Ministério da Saúde alterou, desde sexta-feira (1), os critérios para diferenciar pacientes em monitoramento e suspeitos.
Passaram a ser classificados como casos monitorados as pessoas procedentes de país afetado, com febre não medida e tosse, podendo ou não estar acompanhada dos demais sintomas. São monitorados também viajantes procedentes de voos internacionais, nos últimos 10 dias, de nações não afetadas pela gripe e apresentando os sintomas.
É considerado suspeito o paciente que apresentar febre alta de maneira repentina (acima dos 38ºC) e tosse, podendo estar acompanhadas de algum dos seguintes sintomas: dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dificuldade respiratória.
Ele deve ter apresentado esses sintomas até 10 dias após sair de países que registraram casos pela influenza H1N1 ou ter tido contato próximo, nesse intervalo de tempo, com pessoa classificada como caso suspeito da nova gripe.
Mesmo com 15 casos suspeitos no país, sendo dois em Brasília (um ainda não confirmado pelo Ministério da Saúde), nenhum dos 221 passageiros e 13 tripulantes do voo 0173 da TAP Air Portugal, que chegou de Lisboa às 15h47 de domingo (3) no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, usavam máscaras.
A informação foi confirmada pelo passageiro Vanderlei Souza. "Não vi ninguém usando durante a viagem. Em Portugal, as pessoas têm certa apreensão com os voos que embarcam e desembarcam para o México", afirmou Souza.
À espera dos kits
Os institutos Adolfo Lutz (SP), Oswaldo Cruz (RJ) e Evandro Chagas (PA) ainda não receberam os kits com os reagentes e amostras para o diagnóstico do vírus influenza H1N1.
O material, que será enviado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta, nos Estados Unidos, permite que o resultado fique pronto em no máximo três dias. Hoje, o diagnóstico disponível no país admite a confirmação da doença no prazo de 10 a 15 dias.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) informou que, enquanto os kits não chegam, países se valem de outros métodos para descartar ou acompanhar de perto os pacientes.
Além do exame clínico, são realizados testes para verificar a contaminação por outros tipos de vírus. A triagem é feita por exclusão. Se o exame for positivo para um tipo conhecido de vírus da influenza, descarta-se a possibilidade de ser o H1N1.
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