Brasília, segunda-feira, 22 de maio de 2017 - 14:41 | Atualizado em: 26 de junho de 2017 - 9:36
CAMPANHA SALARIAL 2017
Intransigência patronal pode levar categoria à decretação de greve
As Pautas de Reivindicações do ensino básico e a do ensino superior, aprovadas em assembleia da categoria no final de março, foram encaminhadas aos respectivos sindicatos patronais, Sinepe e Sindepes
Os auxiliares técnicos da educação privada no Distrito Federal estão em campanha salarial da data-base, 1º de maio. As Pautas de Reivindicações do ensino básico e a do ensino superior, aprovadas em assembleia da categoria no final de março, foram encaminhadas aos respectivos sindicatos patronais, Sinepe e Sindepes, no dia 31 de março deste ano. Com isso, foi dada a largada para as negociações desde ano.
Como tem sido historicamente nas primeiras rodadas, ocorridas neste mês de maio, os representantes patronais se resumem a chorar magoas e alegam não ter condições de atender minimamente as justas reivindicações dos trabalhadores. O discurso e o argumento dos empresários da educação privada nas mesas de negociação são sempre os mesmos: culpam os governos, a economia, o Fies, a perda de alunos, e etc.
Mas tanto os trabalhadores destas instituições, quanto a sociedade em geral, percebem como essas empresas da educação privada crescem, se proliferam em cada esquina. De escolas passam a faculdades e de faculdades, muitas, rapidinho, atingem o status de universidade.
O que não podemos aceitar é que isso continue se dando por meio de salários e condições de trabalhos degradantes, humilhantes para milhares de trabalhadores. O piso salarial da CCT do ensino básico é R$1.039,00 e o auxílio-alimentação, R$ 4,00. No ensino superior o piso é R$1.100,00 e o auxílio-alimentação R$16,00, sem plano de saúde ou assistência médica ou qualquer outro benefício compensatório. Isso tem que mudar. Temos que ter luta!
Ensino superior: auxiliares aguardam propostas concretas dos empresários para as próximas rodadas com Sindepes
Foi realizada a segunda rodada com o sindicato patronal, Sindepes, quinta-feira, dia 17, próximo passado, sem proposta concreta por parte do Sindepes às reivindicações contidas na nossa pauta. Houve apenas a sinalização, por parte das empresas, em aplicar o índice da inflação do período (3,99%) na data-base. Após intensos debates e insistência do Saep, restou o compromisso dos representantes do empresariado do setor em levar para a assembleia patronal nossas ponderações e cobranças, quanto ao atendimento minimamente razoável das justas reivindicações econômicas e sociais dos auxiliares técnicos das faculdades e universidades particulares no DF.
Aos trabalhadores deste segmento, resta o caminho da mobilização e da disposição para todas as formas de luta nesta campanha salarial. O primeiro passo é a sindicalização consciente de cada auxiliar, como forma de custear as lutas da categoria, em especial nesta data, que se dá num contexto de ameaças de retiradas de direitos através do governo de bandidos que se instalou no país.
Ensino básico: intransigência e prepotência dos donos de escolas podem desencadear decretação de greve e dissídio na justiça trabalhista
Já na terceira rodada de negociações, realizada na quinta-feira, dia 18, entre o Saep e o sindicato patronal, Sinepe DF, não houve a menor demonstração por parte dos empresários em ceder, seja num índice razoável de reajuste com aumento real para os salários baixíssimos que praticam, seja no piso salarial que hoje beira o salário mínimo. Ou ainda, em um valor decente para o auxílio alimentação, atualmente com valor insuficiente de R$ 4,00! E pior não cedem em qualquer outra cláusula da Pauta de Reivindicações. Ao contrário, insistem na mesma tecla de sempre: crise na economia, na política...
Nessa terceira rodada, o único aceno por parte dos empresários foi, após supervalorizarem a inflação do período medida pelo INPC, de 3,99%, admitirem a possibilidade de conceder esse índice para reajustar nossos salários na data-base deste ano. Propuseram ainda um generoso adiantamento de 60% do INPC para o pagamento de maio. No mais, ficaram de enviar uma proposta por escrito ao Saep, para alterar a cláusula da atual CCT, que trata da aplicação de bolsa estudo.
A postura intransigente do sindicato patronal do ensino básico está desencadeando uma angustiante situação e revolta nos funcionários dessas empresas, pelas condições aviltantes de trabalho e salários. Estes começam a ver como única alternativa, a mobilização e a luta direta do conjunto dos trabalhadores da educação básica junto à comunidade escolar e toda a sociedade. Para o Saep será uma das formas de sensibilizar este segmento empresarial, não descartando, inclusive, a decretação de greve e a busca do dissídio coletivo.
Conclamamos toda a categoria a unir forças e mobilizar em seus locais de trabalho. Trazer ao Saep as denúncias de irregularidades, para levarmos estas denúncias ao Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal. Da mesma forma, conclamamos para a necessidade da sindicalização da categoria, porque assim ganharmos forças e será mais fácil garantir nossos direitos e conquistarmos salários e condições de trabalho dignos, nesta campanha salarial.
Qualquer novidade será informada imediatamente aos auxiliares técnicos do DF.
Vamos à luta!
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