Gripe A: O vírus em sala de aula

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Brasília, terça-feira, 11 de agosto de 2009 - 13:14

ALUNOS AFASTADOS

Gripe A: O vírus em sala de aula


Fonte: Correio Braziliense

Escola de Taguatinga registra caso da doença e afasta menina de 16 anos. Além dela, nove estudantes apresentaram sintomas. Um dos alunos passou dias no colégio, mesmo com febre

Uma jovem de 16 anos, aluna do 3º ano do ensino médio do Centro de Ensino Médio de Taguatinga Norte (CEMTN), tornou-se o primeiro caso de influenza A (H1N1), popularmente conhecida como gripe suína, em uma escola do Distrito Federal.

Além dela, nove estudantes do mesmo colégio apresentaram os sintomas da doença — febre igual ou superior a 38º, coriza, tosse e dor de garganta — e foram imediatamente afastados das aulas.

Por enquanto, não há qualquer recomendação para suspensão das atividades da escola. A Subsecretaria de Vigilância à Saúde do Distrito Federal não confirma o caso, mas admite que acompanha alunos e professores da rede pública de ensino com suspeitas de estarem com a nova gripe.

Em 4 de agosto, dois dias depois do retorno das aulas em virtude do adiamento do início das atividades nas escolas públicas do DF, a garota começou a apresentar algumas características da nova gripe e, em seguida, quando se ausentou dos compromissos escolares no dia 5, ficou três dias internada em um hospital público.

“Só tive conhecimento do seu afastamento da escola hoje (segunda-feira), quando ela chegou aqui pela manhã com o atestado médico e a confirmação do diagnóstico. Fiquei muito assustado, pois ela só deveria ter retornado no dia 14 de agosto, data do fim do atestado e quando completa 10 dias do início dos sintomas da enfermidade”, disse Wilson de Sousa, diretor do centro de ensino.

A menina está se tratando com o Tamiflu e passa bem.

Dos nove estudantes afastados com suspeitas de estarem com a gripe, três foram orientados a não frequentarem as aulas desde 6 de agosto. Os outros seis deixaram de participar das atividades escolares ontem.

“O caso que mais nos deixa preocupados é o de um menino de 17 anos, que passou alguns dias assistindo as aulas, mesmo com febre alta, tosse e coriza”, admitiu Sousa.

Márcia Arimatéa, enfermeira do Centro de Saúde 4 de Taguatinga, unidade próxima do colégio, explica que só podem ser suspensas as atividades de um local quando no mesmo ambiente forem confirmados três casos da enfermidade.

“Apesar desse protocolo, cada caso será analisado. No entanto, não será necessário suspender as aulas no CEMTN”, observou.

A opinião é a mesma de Daniela Martins, da Regional de Ensino. “Essa é a orientação que recebemos na circular 53, de autoria da Secretaria de Educação”, citou.

O medo de se infectar com a gripe fez as estudantes Monalisa Rocha, 16 anos, e Carla Adriana, da mesma idade, ambas do 2º K do ensino médio do CEMTN a reforçarem as medidas de prevenção em relação à gripe.

“A escola é um local de grande proliferação dessa doença, por isso, devemos ter cuidado”, disse Monalisa.

Questionado sobre uma possível suspensão das aulas nas escolas publicas do DF, o secretário de Educação, José Luiz Valente, disse que tudo é possível, mas que, “por enquanto, nenhuma decisão foi tomada.

As secretarias de Educação e Saúde têm trabalhado em conjunto para monitorar a doença nos estabelecimentos de ensino”.

Valente, no entanto, adiantou que a Escola Classe 1 do Riacho Fundo teve suas aulas suspensas por 14 dias, em virtude de casos suspeitos.

Risco para as crianças
O Tamiflu (fosfato de oseltamivir), remédio indicado para o tratamento da Influenza A (H1N1), e outros medicamentos não deveriam ser prescritos a crianças, em virtude das contraindicações serem maiores do que os benefícios.

Pelo menos é o que recomenda um estudo divulgado ontem pelo britânico British Medical Journal (BMJ).

Ao contrário do Brasil, que não comercializa o Tamiflu em farmácias, o fármaco é vendido sem receita médica na Inglaterra. A pesquisa divide especialistas brasileiros ouvidos pelo Correio.

De acordo com o estudo, que não avaliou o comportamento das crianças em relação à pandemia da gripe suína, o fosfato de oseltamivir pode causar vômitos, desidratação e outras complicações em crianças.

O levantamento se baseou a partir da análise dos dados obtidos ao fim de testes comparativos de inibidores da neuraminidasa — enzima presente no vírus da gripe sazonal.

César Carranza, professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade de Brasília (UnB), defende o uso do remédio em crianças.

“O artigo publicado no BMJ sobre os efeitos adversos do oseltamivir em crianças trata de crianças avaliadas em outras epidemias de infleunza sazonal, e não na atual.”

O artigo, de acordo com Carranza, reforça as medidas adotadas no Brasil, onde, diferentemente da Inglaterra, só recebem tratamento as crianças com co-morbidades ou com quadros graves.

“Nestas, o benefício de tratar é maior do que o risco de ter reações adversas pelo tratamento”.

Professor de doenças infecciosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Edimilson Migowski concorda que o uso de oseltamivir em crianças com infecção pelo vírus influenza sempre deve ser considerado.

“A Sociedade Brasileira de Pediatria publicou em 2008 um consenso que recomendava, fortemente, o uso desse fármaco, sobretudo para crianças com idade inferior a 5 anos, por considerar ser elevado o risco para complicar e evoluir de forma insatisfatória”, diz.









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