Brasília, terça-feira, 3 de agosto de 2010 - 12:59
RUMO AO GDF
Em entrevista, Agnelo Queiroz (PT) expõe suas metas de governo
Fonte: Tribuna do Brasil, com ajustes
O candidato diz que seu grande projeto para Brasília é devolver ao morador do Distrito Federal o orgulho de viver numa cidade moderna, onde o atendimento em saúde será exemplar e modelo para o resto do país, onde não haverá nem jovens nem adultos analfabetos, onde os adolescentes receberão formação técnica junto com o ensino médio e onde o governo será uma referência na transparência da gestão de recursos, no combate à corrupção e às ações ilegais
Em entrevista ao jornal Tribuna do Brasil, veiculada nesta terça-feira (3), o candidato ao governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT), respondeu aos questionamentos elaborados pela equipe do jornal expondo suas metas de governo.
O Tribuna do Brasil veiculará uma série de entrevistas com os candidatos ao GDF.
Serão enviadas aos candidatos as mesmas seis perguntas, que têm como intuito esclarecer ao eleitor o plano de governo de cada um em diversas áreas, de acordo com as aspirações da população e necessidades emergenciais de cada setor.
1 – SAÚDE: Quais seriam as soluções imediatas para problemas como a falta de medicamentos, leitos médicos, equipamentos para diagnóstico e qualificação profissional dos servidores que atuam nos hospitais da rede pública?
Mais do que descaso, há um desrespeito profundo à população do Distrito Federal que está desassistida nos hospitais e enfrenta um verdadeiro caos no atendimento à saúde. A primeira solução é impor a autoridade de governador que também é médico da área pública. Sou médico, conheço profundamente os problemas da população nessa área e serei o responsável direto por reerguer o sistema de saúde do DF no meu governo. Vou criar policlínicas em todas as cidades do Distrito Federal. Não serão meros postos de saúde. Serão minihospitais destinados a atender o cidadão e a cidadã, a administrar os primeiros medicamentos necessários e a marcar, se for o caso, consultas posteriores nos hospitais maiores e já existentes. Vou impor a esses minihospitais de cada uma das satélites o padrão de qualidade e de atendimento que já temos nos hospitais da Rede Sarah. Vou criar, também, o atendimento domiciliar público a quem precisa fazer análises clínicas. Se a rede privada de laboratórios faz isso, por que a rede pública não pode se organizar para fazer? Claro que pode. Se você desobriga o paciente de ir ao hospital só para fazer exame já descomprime as filas, a pressão por atendimentos e a desorganização que hoje vemos nos hospitais públicos. Fazendo isso é possível desafogar os hospitais e voltar a organizá-los. No meu governo o Distrito Federal terá 400 equipes do Saúde da Família e deixará de ser uma vergonha no atendimento à saúde bucal para passar a ser uma referência nesse setor. Também vou criar um sistema rígido de controle da administração dos estoques de medicamentos para coibir, reprimir e apurar eventuais desvios que são verdadeiros crimes contra a saúde popular.
2 – EDUCAÇÃO: Quais seriam as soluções imediatas propostas pelo senhor para aumentar a oferta de vagas na rede pública de ensino, melhorar a qualidade do ensino e reverter o péssimo estado de conservação das escolas públicas?
É fundamental começar da base: tornarei universal o sistema de creches no Distrito Federal para todas as crianças de 0 a 3 anos e também a oferta de vagas em pré-escolas para crianças de 4 a 6 anos. No primeiro momento, antes mesmo da posse em janeiro, teremos de mapear as principais carências e atuar em regime de mutirão para o início das aulas em fevereiro de 2011, recuperando os aparelhos, as escolas que estiverem mais desestruturadas. Em seguida, começarei a implantar o sistema de educação integral em todas as escolas de ensino fundamental e médio do Distrito Federal, implantando também o ensino médio profissionalizante - técnico, tecnológico - para dar aos nossos adolescentes e jovens uma formação profissional desde a base escolar. Há programas de reciclagem e de aprimoramento da formação dos professores que estão à disposição do GDF, mas não são viabilizados aqui. Infelizmente. Mudarei isso e o professor que revelar interesse em fazer seu aprimoramento profissional terá todo o apoio do governo e do governador. Também é necessário comprometer os alunos e suas famílias com a conservação das escolas, mas é claro que o governo tem de fazer a sua parte fornecendo condições materiais e morais para isso. E nunca é demais lembrar a necessidade crucial de cuidar da segurança em torno das escolas ampliando o policiamento ostensivo nas quadras das escolas e nas suas vizinhanças. Polícia nas ruas para cuidar de nossas crianças também é uma ação pela educação.
3 – TRANSPORTE: Qual seria a solução mais adequada para melhorar a qualidade do transporte público sem aumentar o valor da tarifa e atender a toda população que vem do Entorno do DF para trabalhar no centro de Brasília?
A passagem de ônibus no Distrito Federal e nas cidades do Entorno não pode ser mais cara do que já é. Já é a passagem mais cara do Brasil. Não há saída sem trabalhar definitivamente a integração do sistema público de transporte e sem instituir o bilhete único. O bilhete único, implantado com sucesso pelo PT em São Paulo e depois copiado com sucesso pelo PMDB no Rio de Janeiro, as duas maiores metrópoles brasileiras, permite que o cidadão e a cidadã comprem uma passagem por um valor "x" - valor esse sempre inferior àquilo que ele gastaria para pegar, por exemplo, dois ônibus e se deslocar de sua casa até seu local de trabalho. Com aquele bilhete, que é único, ele tem o direito de circular pelos diversos tipos de transportes públicos - ônibus, metrô, microônibus, por exemplo - durante duas horas, ou duas horas e meia, sem ter pagar uma segunda passagem. Já se estima, no Rio, que durante um ano de funcionamento desse sistema os usuários de transportes públicos economizaram, em média, durante 12 meses, o equivalente a R$ 3 mil. Impor o bilhete único, ampliar a rede do metrô, estendendo-o até o fim da Asa Norte e concluindo todas as estações projetadas para Ceilândia e concluir as obras que já estão em andamento são a prioridade de meu governo nessa área.
4 - SEGURANÇA: O que poderia ser feito para melhorar a qualificação dos agentes de segurança pública e o atendimento às ocorrências, proporcionando mais agilidade e rapidez?
É preciso aumentar o efetivo policial nas ruas. É preciso voltar a colocar a Polícia Militar para fazer rondas ostensivas. O efetivo da Polícia Civil também é o mesmo há mais de uma década e a nossa população aumentou muito. Tem de resolver essa equação. Temos de investir em inteligência policial adquirindo para o GDF aquilo que há de mais moderno no combate à criminalidade. Ordenarei às minhas polícias, no Distrito Federal, que sejam implacáveis na repressão ao tráfico. Não podemos imaginar e permitir que em Brasília haja a reprodução dos índices de criminalidade registrados em outras cidades. Os postos policiais que hoje existem têm de ser a base das rondas ostensivas que estarão nas ruas, e não seguirem como postos estanques que não permitem mobilidade ao policial. Quem faz essas rondas nas ruas tem de estar equipado com automóveis modernos, ágeis, que permitam a ação policial imediata.
5- Qual será o seu grande projeto para Brasília?
Devolver ao morador do Distrito Federal o orgulho de viver numa cidade moderna, onde o atendimento em saúde será exemplar e modelo para o resto do país, onde não haverá nem jovens nem adultos analfabetos, onde os adolescentes receberão formação técnica junto com o ensino médio e onde o governo será uma referência na transparência da gestão de recursos, no combate à corrupção e às ações ilegais.
6 – Qual o lugar que o senhor mais gosta em Brasília (lugar específico)?
Adoro parar o carro no mirante do Colorado, na saída de Sobradinho, e olhar os contornos de Brasília, do Distrito Federal. Sobretudo ao entardecer. Quando escurece e todas as luzes estão acesas podemos ver o tamanho a que a nossa cidade chegou, em tão pouco tempo, e ficar imaginando como eram geniais Juscelino Kubitscheck, Bernardo Sayão, Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e Israel Pinheiro. Eles viram tudo. Todo o futuro onde ainda não havia nada.
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