Brasília, sexta-feira, 26 de junho de 2009 - 19:27
MOBILIZAÇÃO
2ª Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial
Fonte: Com agências
Mais 1,3 mil delegados de todo o país participam do evento

Música cigana, ritual indígena, dança palestina e som do Ilê Ayê fizeram parte da abertura da 2° Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
A presidente do SAEP, Maria de Jesus da Silva, participou do evento que acontece até domingo (28) no Centro de Convenções Wlisses Guimarães, em Brasília.
Os mais 1,3 mil delegados eleitos em todo País irão discutir temas como a titulação de terras quilombolas, as cotas no ensino superior, religiões de matrizes africanas, políticas para as populações indígenas e ciganas e o combate ao racismo institucional.
"As políticas de promoção da igualdade racial são um elemento crucial no processo do desenvolvimento brasileiro", afirmou o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos.
Apoio do presidente Lula
No evento, uma carta enviada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi lida pelo ministro da Igualdade Racial, Edson Santos.
No texto, o presidente lembrou que mais de 700 mil alunos das universidades são originários de famílias pobres e que os bolsistas do Programa Universidade para Todos (Prouni) estão entre os melhores.
"É preciso ações afirmativas, como estamos fazendo agora", acrescentou o presidente.
Lula citou ainda a criação do sistema de cotas nas universidades, a demarcação da área dos quilombolas e a edição da Lei de 2003, que torna obrigatório o ensino de história da África e dos negros brasileiros nas escolas, como exemplos de ações afirmativas que estão dando certo.
Momento oportuno
O ministro Edson acrescentou que, apesar da política racial não ser sua área histórica de atuação, tem se dedicado de corpo e alma a essas causas e a esse direito do "nosso povo".
"Que façamos um bom debate. Que saiamos daqui unidos em defesa da igualdade racial. A Conferência dará uma contribuição inestimável a esse processo", emendou.
Já o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência, destacou o objetivo do evento, que não é apenas um evento de troca de ideias, mas de cobranças, que são muito importantes para a sociedade e para o Governo.
Disse, também, que respeita uma frase que não era dele, mas na qual acredita: "A libertação dos negros neste país liberta o conjunto de toda a sociedade".
Ações afirmativas
A ativista Doné Kika de Bessen, integrante da Coordenação Nacional de Entidades Negras e do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), lembrou os momentos históricos de luta do movimento negro no Brasil.
Ela defendeu as ações afirmativas e cobrou o empenho do governo brasileiro na definição de políticas públicas e a criação de instrumentos jurídicos, legislativos e orçamentários para garantir a redução das desigualdades etnorraciais.
"A intolerância se manifesta em todos os continentes, mas a perversidade do racismo brasileiro é que pouco se fez desde a abolição da escravatura. As transformações ainda não são perceptíveis na organização econômica e na composição dos Poderes", afirmou.
Entre as reinvidicações listadas por Kika estão a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e das cotas para universidades, a implementação da Lei 10.639 – que prevê o ensino de história africana nas escolas brasileiras –, a redução dos índices de violência contra a juventude negra, mais respeito às religiões de matriz africana e a regularização fundiária de áreas remanescentes de quilombos.
Artistas e autoridades
A atriz Isabel Fillardis, que foi uma das apresentadoras do evento, disse acreditar nos resultados do encontro.
E lembrou ter sido vítima três vezes de preconceito: por ser negra, mulher e mãe de uma criança com deficiência.
Entre os vários artistas e autoridades presentes, participaram os ministros da Educação Fernando Haddad; do Esporte, Orlando Silva e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias.
Além do secretário-executivo da União Africana e presidente da Academia de Línguas Africanas (Acalan), Adama Samasse Kou, e atores como Zezé Motta e Leci Brandão e o cantor e vereador pelo PCdoB
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