Sindicatos terão de intensificar mobilizações para obter ganhos reais

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Brasília, terça-feira, 19 de abril de 2011 - 14:48      |      Atualizado em: 20 de abril de 2011

CAMPANHA SALARIAL

Sindicatos terão de intensificar mobilizações para obter ganhos reais


Fonte: Força Sindical, no Diap

Diante da aceleração inflacionária, o governo precisou agir. A medida adotada foi colocar um freio na atividade econômica

reprodução

As negociações salariais deste ano serão mais difíceis e os sindicatos terão de intensificar as mobilizações para conseguir ganhos reais expressivos como aqueles conquistados em 2010.

Esta é a opinião de Clemente Ganz Lúcio, coordenador-técnico do Dieese, que fez uma análise, na última sexta-feira (15) da Conjuntura Econômica - 100 dias do governo Dilma - durante reunião da Executiva Nacional da Força Sindical.

"Hoje", declarou Ganz Lúcio, "o País enfrenta a pressão inflacionária, que não será resolvida rapidamente. Metade da inflação vem de fora, por causa do preço das commodities e o governo tem pouco a fazer nesta situação. A outra parte da inflação é fortemente influenciada pelos preços administrados, como tarifas e a terceira parte, pelos serviços. Sem o choque externo, a taxa ficaria entre 3% e 3,5%".

Diante da aceleração inflacionária, o governo precisou agir.

A medida adotada foi colocar um freio na atividade econômica.

O resultado verificado até agora, conforme Ganz Lúcio, foi que o emprego não cresce e, ao mesmo tempo, ocorre desemprego em alguns setores, além da redução dos números na atividade econômica e as pessoas não querem consumir muito.

O governo também fez um corte no orçamento, mas o mercado considera que o governo deve colocar um freio maior na atividade econômica.

Neste cenário será difícil fazer negociação coletiva e com um dado novo: fazer negociação coletiva com pleno emprego.

"O trabalhador aumentará seus ganhos trocando de emprego ao receber proposta com salário maior e a conseqüência será ganhar mais dinheiro sem a interferência dos sindicatos", disse.

Ganz Lúcio refutou as chances de indexação salarial - diante da inflação alta. "Será um tiro na nossa cabeça. Então como ficam os salários? É livre a negociação. Em 2003, 60% das categorias fecharam acordos abaixo da reposição da inflação e em 2010 foram apenas 4%. Neste ano será preciso analisar setor por setor e ganhar em cláusulas sociais, por exemplo."

"Se o plano for bem-sucedido, a inflação começará a cair em agosto. Se isto não acontecer o movimento sindical terá um enfrentamento para manter o salário mínimo de R$ 616, ou seja, com reajuste de 14% em 2012."

"Haverá ataques para desqualificar os 14%, mas é importante lembrar que a política do salário mínimo é importante para efeito de distribuição de renda, já que praticamente obriga todas categorias a reverem seus pisos salariais."

Ganz Lúcio disse ainda que no curtíssimo prazo está na agenda do governo a reforma tributária. "Um terço das medidas propostas melhoram, mas não afeta o problema central da injustiça tributária no Brasil".

Outro ponto importante é a desoneração entre 5% e 6% na contribuição patronal da Previdência Social e "será preciso analisar como ficará o financiamento da Previdência", afirmou.

O governo deve anunciar também a nova política de Desenvolvimento Produtivo, que será chamada de competitividade, que dará uma orientação de como se desenvolverá a economia, emprego e renda no Brasil, enfim, qual será a política que orientará o crescimento.

Política
O consultor João Guilherme considerou que nos 100 dias do governo Dilma houve a consolidação da base política.

Além disso, neste período as centrais negociaram pisos regionais acima do mínimo federal desde o Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul.









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