Brasília, quinta-feira, 9 de setembro de 2010 - 15:30
ECONOMIA
Cesta básica fica 3,25% mais barata e atinge menor valor desde 2008
A compra de agosto foi a mais barata dos últimos dois anos para os moradores do Distrito Federal.
É o que revela o levantamento de preços da cesta básica divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O valor médio para adquirir os principais gêneros alimentícios que vão à mesa do brasileiro recuou 3,25% frente a julho, para R$ 213,98.
Na prática, são R$ 7,19 a menos. É o menor patamar de custo da cesta local desde março de 2008, quando o Dieese registrou serem necessários R$ 200 para comprar os produtos que a compõem.
Agosto foi o quarto mês consecutivo de recuo do custo da cesta básica no DF. No acumulado ano, houve queda de 3,71% nos preços.
O Dieese leva em conta variações de custo de 13 produtos para calcular o valor da cesta: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga.
O item que mais contribuiu para o resultado geral em agosto foi a batata, que recuou 34,98%.
O arroz, cujos preços caíram 8,37%, ficou em segundo lugar. Banana e tomate baratearam, 7,14% e 5,71%, respectivamente.
Os bons resultados também foram registrados nas outras capitais que integram o levantamento.
De todas, apenas Porto Alegre teve alta mensal nos alimentos de 1,96% e é a cesta mais cara do país, R$ 240,91.
O DF registrou um dos maiores recuos de preços no período e caiu de sexto para sétimo colocado no ranking das cestas mais caras do Brasil.
Segundo Clóvis Scherer, supervisor do escritório do Dieese no DF, a queda dos alimentos em agosto é reflexo da oferta maior de produtos in natura — caso da batata e do tomate.
Ele destaca ainda que a conjuntura econômica favorece a oferta dos alimentos em geral no mercado interno.
Subiram de preço em agosto no DF somente cinco itens: a carne (0,31%); a farinha (1,59%); o pão (1,34%); o café (1,79%); e o óleo (2,23%). O aumento da carne é um movimento natural do inverno.
A alta da farinha e do pão está relacionada à escassez de trigo, cuja safra foi prejudicada pelo calor.
Luta
O custo da cesta básica no DF representou 45,61% do valor líquido do salário mínimo, atualmente R$ 510.
A quantia foi suficiente para um indivíduo suprir as necessidades mensais de alimentos, mas não atendeu ao consumo alimentar de uma família padrão (dois adultos e duas crianças).
De acordo com o Dieese, o gasto de um grupo de quatro indivíduos com alimentos seria de R$ 641,94 tomando em conta os preços de agosto.
Dono de um pequeno negócio de churrasquinhos, Josimar de Oliveira, 47 anos, casado e pai de três filhos, tem uma renda mensal de aproximadamente de R$ 2,3 mil. Morador de Ceilândia, ele diz que as cinco pessoas gastam R$ 750 por mês com alimentação.
O restante dos ganhos vai para o pagamento de contas de luz e água e gastos com transporte, vestuário, higiene e afins.
“Não senti esse barateamento da cesta básica. Se teve, foi muito pouco. O que eu sei é que (garantir o sustento) é uma luta todo mês”, afirmou.
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